quarta-feira, 24 de abril de 2024

As polémicas de Sebastião Bugalho, o cabeça de lista da AD para as europeias

 

O nome de Sebastião Bugalho, comentador político que já foi candidato a deputado pelo CDS-PP, surge nas escutas do processo ‘Tutti Frutti’, a dar o número de uma conta bancária ao deputado do PSD Carlos Reis. Segundo a revista ‘Sábado’, a Polícia Judiciária gravou um telefonema entre Carlos Reis e Sebastião Bugalho, então jornalista, com o empresário a pedir o NIB a Bugalho porque tinha “uma loja para despachar”. O jornalista mandou-lhe a informação por SMS escrevendo: “O que me pediste, primo.”

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Entre as escutas recolhidas durante a operação Tutti Frutti em 2017 foi gravado um telefonema entre Carlos Reis e Sebastião Bugalho na qual o empresário pediu o NIB ao comentador porque tinha "uma loja para despachar". Bugalho forneceu-lhe a informação através de um SMS e adicionou ainda: "O que me pediste primo".  

A 3 de janeiro de 2018 a PJ pediu mesmo a quebra do sigilo bancário da conta de Bugalho colocando a hipótese de "Carlos utilizar a conta do primo para esconder movimentos bancários". Dois dias depois deste pedido o agora candidato às europeias recebe uma nova mensagem: "Confirmaste receção da massa?" e responde: "Sim, confirmado". 

Para a PJ, Bugalho estaria a intervir em vários negócios de Carlos Reis pelo que a 8 de janeiro a procuradora Andrea Marques aceitou quebrar o sigilo de uma das suas contas bancárias.

Depois da situação ter sido tornada pública, Sebastião Bugalho garantiu à Sábado que não é primo de Carlos Reis e justificou o envio do dinheiro: "No final de 2017, Carlos Eduardo Reis viajou do Norte para Lisboa, onde nos encontrámos. Conversámos como habitual sobre política (era o meu trabalho). Quando nos despedimos, já tarde, deu pela falta da sua carteira, que havia esquecido em casa, no Norte. Perante isto, fui à caixa de Multibanco mais próxima e emprestei a quantia necessária para o seu regresso a casa (gasolina, portagens, etc.). Pareceu-me, à data, o gesto mais correto e decente. Dias mais tarde, o mesmo procedeu à devolução da exata quantia por transferência e confirmou-o por SMS. Julgo que nem um nem outro tínhamos algo a esconder, sendo que ambos os movimentos podem ser confirmados pelo meu extrato bancário, cujo historial requisitei assim que fui contactado pela revista SÁBADO".

 

Portugal deve "pagar custos" de escravatura e crimes coloniais, afirma Presidente

LISBOA, 24 Abr (Reuters) - O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou, na terça-feira que Portugal é responsável pelos crimes cometidos durante a escravatura transatlântica e a era colonial e sugeriu a necessidade de indemnizações.
Durante mais de quatro séculos, pelo menos 12,5 milhões de africanos foram raptados, transportados à força para longas distâncias por navios e mercadores maioritariamente europeus e vendidos como escravos.
Os que sobreviveram à viagem acabaram por trabalhar em plantações nas Américas, sobretudo no Brasil e nas Caraíbas, enquanto outros lucraram com o seu trabalho.

Portugal traficou quase 6 milhões de africanos, mais do que qualquer outra nação europeia, mas até agora não conseguiu enfrentar o seu passado e pouco se ensina nas escolas sobre o seu papel na escravatura transatlântica. Em vez disso, a era colonial de Portugal, durante a qual países como Angola, Moçambique, Brasil, Cabo Verde e Timor Leste, bem como partes da Índia, estiveram sujeitos ao domínio português, é muitas vezes vista como uma fonte de orgulho.

Num evento com correspondentes estrangeiros esta terça-feira, Rebelo de Sousa disse que Portugal "assume toda a responsabilidade" pelos erros do passado e que esses crimes, incluindo os massacres coloniais, tiveram "custos". "Temos de pagar os custos", afirmou. "Há acções que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como é que podemos reparar isto".
(continua)

 


sexta-feira, 19 de abril de 2024

Juiz expulso foi alvo de buscas, interrogado e é arguido num processo que envolve €200 milhões em criptomeodas

 

Helder Elias Claro foi demitido pelo Conselho Superior da Magistratura por “violação do dever de exclusividade e a prática de atos” considerados “muito graves”. É arguido num processo por branqueamento de capitais e auxílio à imigração ilegal e já tinha tido uma avaliação negativa que lhe prejudicou a carreira para sempre.
A votação foi unânime: todos os membros do plenário do Conselho Superior da Magistratura votaram a favor da expulsão de Helder Elias Claro. O juiz ainda não foi acusado pelo Ministério Público, mas é arguido num processo em que estará indiciado por crimes de branqueamento e auxílio à imigração ilegal.
(continua)

Política colonial portuguesa foi "diferente", consideram investigadores

Investigadores ouvidos pela agência Lusa consideram que a política colonial portuguesa foi diferente das outras devido ao menor poderio militar e capacidade tecnológica comparativamente às outras potências coloniais.
Para o economista e professor universitário Jonuel Gonçalves, apesar das diferenças há a destacar um objetivo comum nas políticas coloniais europeias. "O objetivo de todos os poderes coloniais era extrair o máximo possível de recursos naturais e explorar da forma mais completa para baixar os custos de produção. As diferenças são tão pequenas que muita gente diz que o sistema colonial português, inclusive, era mais penalizante porque a metrópole tinha menos meios", considera.
Para Clara Carvalho, professora no Departamento de Ciência Política e Políticas Públicas do ISCTE-IUL, é com o chamado Ato Colonial, integrado na Constituição portuguesa de 1933, que passa a existir de facto uma política colonial em Portugal.
O Ato Colonial é o primeiro documento constitucional do Estado Novo, promulgado em 08 de julho de 1930, quando António Oliveira Salazar assumia as funções de ministro Interino das Colónias e quando as potências europeias com colónias tinham há muito avançado na regulamentação da administração desses territórios.
(continua)

Parlamento chumba comissão de inquérito sobre a Global Media

As propostas do Bloco de Esquerda e do PAN para a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito sobre o grupo Global Media foram hoje chumbadas em plenário, com votos contra de PSD, PS e CDS-PP.
A favor votaram BE, PAN, PCP e Iniciativa Liberal, enquanto o Chega se absteve. As propostas para um inquérito parlamentar tinham como objeto a compra da Global Media Group (dono de títulos como Diário de Notícias, Jornal de Notícias, TSF, O Jogo) pelo World Opportunity Fund (com sede no paraíso fiscal Bahamas), os atos de gestão e a instabilidade gerada no grupo assim como a atuação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).
Pelo PSD, o deputado Alexandre Poço afirmou que o partido desde a primeira hora foi solidário com os trabalhadores da Global Media, acompanha com preocupação o que se passa na comunicação social, incluindo com medidas para a fortalecer, mas não contribuirá "para banalizar o instrumento do inquérito parlamentar" e que temas que o parlamento achar relevante escrutinar o pode fazer nas comissões regulares.
(continua)

As polémicas de Sebastião Bugalho, o cabeça de lista da AD para as europeias

  O nome de Sebastião Bugalho, comentador político que já foi candidato a deputado pelo CDS-PP, surge nas escutas do processo ‘Tutti Frutti...