segunda-feira, 24 de junho de 2024

Marcelo comenta declarações da mãe das gémeas: "Não ouvi. Não tenho nada a dizer"




O chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhou que em relação ao caso das gémeas, em que viu o seu nome, e o do filho, serem envolvidos, não tem nada a a dizer. "Até agora", reforçou, referiu o jornal online Notícias ao Minuto

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, falou, este domingo, sobre os desenvolvimentos mais recentes no caso das gémeas luso-brasileiras, que envolveu o seu nome, assim como arrastou o do seu filho, Nuno Rebelo de Sousa.

Em Vila Franca de Xira, no distrito de Lisboa, Marcelo foi questionado sobre um despacho da juíza de instrução criminal Gabriela Assunção que, no documento enviado para o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) sobre o processo das crianças, que foram tratadas no Hospital de Santa Maria, defendeu que Belém não teve um comportamento "neutro" - informação avançada pelo jornal Expresso.
"Sobre essa matéria já disse o que havia a dizer, remeti para a posição final do Supremo Tribunal de Justiça, que já foi há uma semana ou duas", referiu.

Recordando que a mãe das crianças, que receberam medicação no valor de quatro milhões de euros para o tratamento da Atrofia Muscular Espinhal, foi ouvida numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na sexta-feira, os jornalistas questionaram Marcelo sobre a situação. "Não ouvi, não", apressou a explicar, acrescentando: "Não tenho nada a dizer. Não houve matéria nenhuma que me levasse a ter de dizer mais alguma coisa". Mas entre a 'roda' dos microfones, Marcelo apontou que não tem nada a dizer, pelo menos, "até agora".

Caso gémeas. Mãe das gémeas nega autoria dos contactos políticos

"Vangloriei-me": Mãe das gémeas pede desculpa por ter mentido e nega conhecer Marcelo ou o filho
Confrontando sobre se esclarecimentos por parte do seu filho já tivessem sido feitos, a situação da CPI poderia ter sido evitada, Marcelo sublinhou que não comentava atividades relacionadas com o Parlamento, que é "livre". "Só disse uma coisa que me parecia importante: é que os cidadãos são todos iguais perante órgãos se soberania, lei e Constituição", afirmou.

Recorde-se que a mãe das crianças, Daniela Martins negou ter contactado com Nuno Rebelo de Sousa, filho de Marcelo Rebelo de Sousa, e disse nem sequer o conhecer. Admitiu, porém, ter conhecido a mulher, mas já depois de as gémeas terem recebido o medicamento Zolgensma, afirma o jornal Notícias ao Minuto.

"Afirmei que conhecia a nora do Sr. Presidente da República, mas, a verdade, é que só a conheci num evento de Natal em São Paulo, anos depois da medicação. Nunca conheci e nem me dirigi pessoalmente ao Sr. Dr. Presidente da República, ou seu filho, Sr. Dr. Nuno Rebelo de Sousa. Numa conversa, supostamente informal, me vangloriei. Afirmei ter havido uma rede de influências em que os médicos começaram a ter ordens de cima. Sobre isso, só posso pedir imensa desculpa. Fui parva, errei, porque disse algo que não era verdade por vaidade naquele momento, mas o contexto daquela gravação é importante", defendeu a mãe das jornais no início da audiência, que durou cerca de 5 horas.

Quem são os próximos a prestar declarações à CPI sobre as gémeas?

Constituída por 17 deputados, a comissão terá quatro meses para concluir o seu trabalho, tendo sido definido que as audições deverão acontecer pelo menos duas vezes por semana.
No âmbito deste processo, a CPI ainda aprovou os pedidos de depoimento do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa - que poderá depor por escrito -, do chefe da Casa Civil da Presidência da República, Fernando Frutuoso de Melo, e da assessora do chefe de Estado para os assuntos sociais, Maria João Ruela.

Entre outras, também foram aprovadas as audições da jornalista Sandra Felgueiras, da ex-ministra da Justiça Catarina Sarmento e Castro, da ex-secretária de Estado das Comunidades Portuguesas Berta Nunes e da ex-presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte e atual ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

O advogado da família e a presidente do Instituto dos Registos e Notariado, Filomena Rosa, também poderão ser ouvidos no âmbito do processo de naturalização das crianças.

Lacerda Sales foi o primeiro a ser ouvido no Parlamento e, numa declaração inicial, deu conta de que o relatório da IGAS "tem pontas soltas", com "várias contradições" que "colocam em causa as mais variadas conclusões. Considerando que é fundamentado com base em meros indícios e suposições", garantiu não poder "aceitar as conclusões" do documento.

Reiterou ainda que "não houve favorecimento destas crianças" e que "ninguém passou à frente de ninguém, pois não havia sequer lista de espera", salientando que "a administração dos medicamentos é sempre em função do critério clínico". "No meu gabinete não entrou nenhum ofício vindo do primeiro-ministro, do Presidente da República ou da ministra, nem de ninguém que pudesse hierarquicamente estar acima de mim", afirmou.


in "Notícias ao minuto"


Risco de pobreza em Portugal diminuiu

 


O risco de pobreza e exclusão social diminuiu em Portugal em 2022 e o nosso país está agora abaixo da média da União Europeia para este indicador, de acordo com dados do Eurostat hoje divulgado.

Portugal registrou o segundo menor risco de pobreza e exclusão social desde o início dos registos do Eurostat (2015), que só foi superado pela taxa de 2020 (20%). Há actualmente 659 mil pessoas menos nesta posição quando comparado a 2015. De acordo com o organismo que recolhe estatísticas na União Europeia, 20,1% da população portuguesa estava em risco de pobreza ou exclusão social em 2022, o que coloca Portugal no 12o lugar entre os países europeus e abaixo da média da UE, que era de 21,6%.

No ano anterior (2021), a taxa portuguesa foi de 22,4%, o que nos colocou em oitavo lugar na Europa e acima da média da UE, que era de 21,7%. Portugal passou de ser oitavo para ser o 12o lugar.O risco de pobreza e exclusão social diminuiu em Portugal em 2022 e o nosso país está agora abaixo da média da União Europeia para este indicador, de acordo com dados do Eurostat hoje.

Portugal registrou o segundo menor risco de pobreza e exclusão social desde o início dos registos do Eurostat (2015), que só foi superado pela taxa de 2020 (20%). Há actualmente 659 mil pessoas menos nesta posição quando comparado a 2015.

De acordo com o organismo que recolhe estatísticas na União Europeia, 20,1% da população portuguesa estava em risco de pobreza ou exclusão social em 2022, o que coloca Portugal no 12o lugar entre os países europeus e abaixo da média da UE, que era de 21,6%. No ano anterior (2021), a taxa portuguesa foi de 22,4%, o que nos colocou em oitavo lugar na Europa e acima da média da UE, que era de 21,7%.

As taxas mais elevadas registadas na UE em 2022 foram registradas na Roménia (34%), Bulgária (32%), Grécia e Espanha (26%). A República Checa (12%) e a Eslovénia (13%) têm as taxas mais baixas. Este indicador avalia a população que satisfaz pelo menos uma das três condições seguintes: pessoas em risco de pobreza, que vivem em famílias de baixa intensidade de trabalho e per capita, ou em situação de grave privação material ou social.
                                       
As taxas mais elevadas registadas na UE em 2022 foram registradas na Roménia (34%), Bulgária (32%), Grécia e Espanha (26%). A República Checa (12%) e a Eslovénia (13%) têm as taxas mais baixas. Este indicador avalia a população que satisfaz pelo menos uma das três condições seguintes: pessoas em risco de pobreza, que vivem em famílias de baixa intensidade de trabalho e per capita, ou em situação de grave privação material ou social.

A Sopa do Sidónio

Muitos portugueses sofreram na pele e no estômago as consequênciais da guerra civil de Espanha nos anos 30 e nos anos 40 com a II Guerra Mundial, passando fome e privações. Os anos 30 e 40 foram marcados pelo “racionamento alimentar”, salienta o blogue "Conta-me como era"

Muitos idosos recordam uma afirmação de Salazar: “Livro-vos da guerra, mas não vos livro da fome”. E assim foi… grande parte dos produtos alimentares produzidos em Portugal eram exportados para os países envolvidos no conflito. Muitos portugueses viveram um cenário de escassez de produtos e fome.

Muitos idosos recordam-se de irem em miúdos de madrugada para as filas com as senhas de racionamento e, por vezes, voltavam de mãos a abanar para casa porque os produtos não chegavam para todos.

Como as pessoas tinham muitos filhos e não tinham o que lhes dar de comer, recorriam à Sopa dos Pobres, que forneciam sopa e pão às famílias mais necessitadas de acordo com o n.º do agregado familiar (comprovado mediante a apresentação de um cartão).

Muitas vezes eram as próprias crianças que a mando dos pais iam buscar a sopa ao meio-dia, carregando uma lata (antigas latas de 5 kg de atum das mercearias que eram reutilizadas) que servia de panela, destaca o blogue "Conta-me como era",

A sopa era feita com massa, feijão ou grão e com “peles” ou apenas “cheiro de carne” como nos relataram alguns idosos. Mas “como a fome é o melhor tempero”, foi um auxílio importante à sobrevivência dos mais pobres.

A sopa dos pobres ficou popularmente conhecida como “Sopa do Sidónio” porque fora Sidónio Pais, Presidente da República no período pós Iª Guerra Mundial, que fundou a célebre sopa aos mais pobres. Esta medida foi tão popular que as pessoas ainda no Estado Novo de Salazar, se referiam “à Sopa do Sidónio”.

Não preciso de ir muito longe, no correr do tempo, para encontrar testemunhas do que era a "Sopa do Sidónio. Todos os dias os meus quatro tios (o meu avô materno morreu cedo) dividiam a tarefa de pegar numa panela de barros a ir â Sopa do Sindónio, bastante longe da casa onde viviam. Muita vezes eram a única refeição do dia, para um agregado família de seis pessoas. São histórias de outro tempo, e que a minha mãe uma da minha tias me contaram, já há bastantes anos. 

Quandi vejo a prolifração de bancros contra a fome, aqui em Portugal, não posso deixar de ter uma sensação de um regresso aos passado. Já lá foram 50 anos e que país é que criámos? Pessoas a vivrem na ruam em tendas, sem-abrigos, a encher os corredores do metro, uma classe média estrangulada pelas taxas de juros que pagam aos aos bancos,

domingo, 23 de junho de 2024

Boeing escondeu dos reguladores avarias dos aviões 737 Max

 

Um atual funcionário da Boeing afirma que a empresa tentou esconder dos reguladores peças avariadas ou fora de especificação do avião 737 Max e perdeu-lhes o rasto, de acordo com uma investigação da subcomissão do Senado tornada pública esta semana, refere a CNN portuguesa.

A Boeing tentou ocultar as peças não conformes das entidades reguladoras da Administração Federal de Aviação dos EUA, escondendo-as e falsificando registos, afirmou Sam Mohawk, o novo denunciante, que trabalha para a unidade de garantia de qualidade da Boeing em Renton, Washington. A Boeing não conseguiu contabilizar muitas das peças que deslocou para as ocultar das autoridades reguladoras e estas acabaram, provavelmente, por ser instaladas em alguns aviões, diz Mohawk.

A Boeing diz que recebeu o relatório dos investigadores do Congresso na segunda-feira à noite."Estamos a analisar as queixas", disse a empresa em comunicado. "Encorajamos continuamente os funcionários a comunicar todas as suas preocupações, uma vez que a nossa prioridade é garantir a segurança dos nossos aviões e do público que voa connosco." escreve-se num comunicado da empresa.

O diretor executivo da Boeing, Dave Calhoun, foi confrontado com as novas alegações, para além de outras acusações de delatores sobre os lapsos de segurança da Boeing, na sua primeira audiência no Congresso, na terça-feira, 18 de junho. No seu testemunho, o diretor executivo cessante da Boeing pediu desculpa pelas recentes falhas de segurança da Boeing.

Nas suas declarações iniciais, Calhoun admitiu a existência de problemas na cultura da empresa, mas rejeitou as alegações de que a empresa retaliou contra aqueles que têm revelado problemas de segurança.

"Muito se tem falado sobre a cultura da Boeing. Ouvimos essas preocupações alto e bom som", disse em comentários pré-preparados que a Boeing divulgou um dia antes da audiência. "A nossa cultura está longe de ser perfeita, mas estamos a tomar medidas e a fazer progressos. Compreendemos a gravidade e estamos empenhados em avançar! disse Dave Calhoun.

O comentário sobre a empresa estar "longe de ser perfeita" é um grande eufemismo. A Boeing tem estado sob intenso escrutínio, com numerosas investigações federais e audiências no Congresso, desde que, a 5 de janeiro, um tampão da porta de um Boeing 737 Max da Alaska Air explodiu, deixando um buraco na reputação do avião e da Boeing.

Para além da má publicidade da audiência no Senado, a Boeing recebeu ordens da Administração Federal da Aviação para melhorar os seus problemas de segurança antes de poder retomar a produção normal, causando problemas às companhias aéreas que não conseguem obter os aviões que encomendaram.

sábado, 22 de junho de 2024

“Diziam no hospital que eu estava lá a mando do PR e eu passei a acreditar”

 

 A mãe das gémeas tratadas em Portugal com um dos medicamentos mais caros do mundo disse hoje no parlamento que se comentava no Hospital de Santa Maria que o Presidente da República tinha tido interferência no acesso das crianças àquele estabelecimento, de acordo com a agência Lusa.

“Era ouvido no hospital que eu estava lá a mando do Presidente da República, e eu passei a acreditar nisso”, disse Daniela Martins ouvida comissão parlamentar de inquérito ao caso do acesso das suas filhas ao medicamento Zolgensma, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Questionada por várias bancadas sobre esta questão, Daniela Martins disse não ter conhecimento “do que acontece no hospital”. “Eu não sei os bastidores. Se diziam que o Presidente interferiu, foi uma coisa que eu passei a acreditar”, insistiu.
Sobre se não questionou o porquê desses comentários, a mãe das gémeas justificou que se tratou de “comentários indiretos”, adianta a Lusa.

“Não tem muito o que eu questionar. O meu foco é o tratamento das meninas e não a forma como foi marcada a consulta […] Não questionava essas coisas, para mim na altura eram irrelevantes”, respondeu. Daniela Martins indicou também que nunca tentou “fazer amizades no hospital, ter algum privilégio” e que “só queria que as consultas acontecessem”.

Referiu também que desde que soube da existência do tratamento com o Zolgensma, a sua “intenção era essa medicação” porque era “inovadora, de toma única e era uma chance melhor, mais promissora”, e que os seus esforços e contactos com as unidades de saúde foram nesse sentido.

A mãe das duas gémeas tratadas em 2020 reiterou que não pediu ajuda diretamente ao filho do chefe de Estado, Nuno Rebelo de Sousa, e que não o conhece.
Daniela Martins disse também que não lhe pediu ajuda para obter a nacionalidade das meninas, e que fez o processo diretamente no Consulado, escreve a Lusa.

Ainda durante a primeira ronda de perguntas dos deputados, houve um incidente devido a um vídeo que o Chega pediu que fosse exibido. O vídeo, que o partido disse ter sido incluído numa reportagem da TVI, chegou a ser reproduzido durante alguns segundos e era possível ver a mãe e a cara das crianças.

Esta questão levou a críticas por parte de vários partidos ao Chega, que se opuseram à divulgação e pediram ao partido que citasse o que era dito. E também do advogado e da própria mãe, que ameaçaram requerer que a reunião comissão de inquérito continuasse à porta fechada caso as imagens fossem exibidas.

O líder do Chega, que estava a inquirir, chegou a insistir na divulgação do vídeo, mas tal acabou por não acontecer. Já perto do final da primeira ronda, a comissão foi interrompida por alguns minutos na sequência de uma pergunta sobre o estado de saúde das meninas, e que levou a mãe às lágrimas. Quando retomou a reunião, o advogado da mãe solicitou à comissão parlamentar de inquérito a mudança de designação por colocar em causa o nome da família.

“Solicito esta casa [à Assembleia da República] a estudar a possibilidade de alterar o nome da comissão parlamentar de inquérito sobre o caso das gémeas tratadas com o medicamento Zolgensma”, salientou Wilson Bicalho, acrescentado que “é um impeditivo de a família voltar para casa”, destaca a Lusa.

O presidente da comissão, Rui Paulo Sousa, adiantou que “o assunto será visto pelos serviços e discutidos em reunião de mesa e coordenadores”.

sexta-feira, 21 de junho de 2024

Juíza diz que Presidente da República não foi "neutro"

 

A juíza de Instrução do processo das gémeas luso-brasileiras diz que o Presidente da República não teve um comportamento "neutro” e defende que a atuação de Marcelo Rebelo de Sousa no caso deveria ter conduzido a uma investigação do Ministério Público. A posição de Gabriela Assunção consta do despacho enviado ao Supremo Tribunal, documento a que o semanário "Expresso" teve acesso.

Segundo o jornal, a juíza considera que Marcelo poderia ser investigado por coautoria no crime de prevaricação, que é imputado ao filho, um dos três arguidos do caso. No despacho, a magistrada lembra que Nuno Rebelo de Sousa não desempenha qualquer cargo público e "nunca poderia intervir no exercício das suas funções".
O requerimento da juíza de Instrução Criminal foi chumbado tanto pelo Supremo Tribunal como pelo Ministério Público.

No caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no SNS com um medicamento que custou quatro milhões de euros foram constituídos três arguidos:  além do filho de Marcelo, também o ex-secretário de Estado da Saúde Lacerda Sales e o antigo diretor clínico do hospital de Santa Maria.

Esquerda unida contra extrema-direita

 

Frente Popular em França pode abrir caminho a grandes coligações de esquerda por toda a Europa? "É a única solução" contra a extrema-direita, escreve o semanário Expresso. A adoção, pela esquerda, de um programa comum e de uma estratégia eleitoral coordenada pode ser cada vez mais crucial para evitar a fragmentação do voto não conservador, e assim fazer frente à extrema-direita. É o que está a ser feito em França, e os analistas consideram que, dependendo dos resultados das legislativas francesas, a abordagem pode ser adotada em outros países europeus. Na perspetiva de alguns investigadores, essa pode mesmo ser a única saída

Quatro forças políticas de esquerda em França podem provar que grandes coligações são a panaceia para a ascensão da extrema-direita. Para a Europa, é, por isso, tempo de parar para observar o que vai acontecer a 30 de junho e 7 de julho, datas das duas voltas da corrida eleitoral francesa que podem culminar com a vitória da Nova Frente Popular (NFP). Como explica Julien Robin, analista de ciência política na Universidade de Montreal, no Canadá, o sistema eleitoral francês para as eleições legislativas inclui duas voltas. Assim, “é comum que na primeira o eleitor vote no candidato que mais prefere, e, na segunda ronda, vote à revelia, ou seja, eliminando o candidato que não quer de todo”.

Multidão queima vivo homem acusado de blasfémia no Paquistão

 

Uma multidão torturou e queimou vivo um homem no noroeste do Paquistão, depois de o ter acusado de profanar o Islão e de o ter raptado da esquadra onde estava detido, anunciou a polícia.

Os agressores "levaram o acusado para uma ponte próxima, onde o queimaram depois de o torturarem severamente", disse o agente da polícia Rafi Ullah à agência espanhola EFE, citada pela agência Lusa.
O incidente ocorreu no conservador vale de Swat, que esteve sob o controlo dos talibãs paquistaneses entre 2007 e 2009, até o exército retomar a área.

A vítima era um turista da cidade paquistanesa de Sialkot que foi acusado de profanar o Corão pelos habitantes locais, de acordo com o relato da polícia. Os habitantes locais "tinham-no cercado no mercado em frente ao hotel" em que estava hospedado, disse Ullah.
Segundo o agente, o homem foi salvo pela polícia quando tentava fugir.

Apesar de a vítima ter sido levada numa carrinha para a esquadra da polícia da zona, a multidão aumentou devido aos apelos das mesquitas amplificados por altifalantes. "A multidão, que já era numerosa, seguiu o veículo da polícia e invadiu a esquadra", acrescentou o oficial.

A multidão em fúria incendiou o recinto da esquadra e destruiu vários carros da polícia. Ullah disse que 11 pessoas ficaram feridas nos incidentes na esquadra da polícia. Não há notícias de detenções devido ao linchamento ou aos incidentes na esquadra.

O chefe do governo provincial de Khyber Pakhtunkhwa, Ali Amin Gandapur, exigiu um relatório do chefe da polícia provincial sobre o sucedido e apelou à população para que se mantivesse calma.

A blasfémia é um crime e uma questão muito sensível no Paquistão, de maioria muçulmana, onde mesmo acusações não provadas podem desencadear uma multidão enfurecida que conduz frequentemente à violência, à tortura e, por vezes, ao linchamento.