quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Mascar bétel, areca e cal em Timor-Leste: vício prejudicial ou tradição feliz?
A mistura é usada desde os tempos antigos e assume um papel importante nos contextos sociais e culturais da sociedade timorense. Enquanto, para muitos, o hábito é inofensivo, para outros a masca prejudica a saúde. OMS classifica a noz de areca como cancerígena para risco de contrair cancro da boca.
Em Timor-Leste, tal como noutros países do mundo, é muito comum encontrar sorrisos vermelhos, manchados pela masca: uma mistura de bétel, areca e cal. Estes produtos são encontrados à venda em qualquer mercado tradicional timorense ou com os vendedores ambulantes que circulam pelos bairros.
Bétel é uma planta trepadeira nativa das regiões tropicais da Ásia do Sul e do Sudeste Asiático. As suas folhas contêm propriedades estimulantes, também encontradas na semente (noz) de palmeira de areca. Já a cal adicionada à conhecida mescla é responsável por facilitar a absorção desses componentes na boca. A cal é uma substância extraída das rochas de calcário ou das conchas de moluscos.
Além de proporcionar leves efeitos que despertam o ânimo (algo semelhante ao café), a composição com os três elementos também pode reduzir o apetite.
Numa quarta-feira, por volta das 9h, o Diligente, na tentativa de conhecer melhor a tradicional combinação, chega a casa de familiares, em Taibessi. Ali, sentadas na varanda a conversar, estão algumas mulheres mais velhas. À frente delas, numa pequena mesa, vemos folhas de bétel, areca seca e cal. “Mama lai” (‘Vem mascar’, em português), convidam.
Maria dos Santos, 50 anos, doméstica, e Domingas Fernandes, 52 vendedora num quiosque, são as senhoras que oferecem a mistura, que é aceite. Passados poucos segundos, uma explosão de sabores amargos e picantes invadem as papilas gustativas. O cuspo vem instintivamente, provocando o riso das mulheres.
Junto com os fortes gostos, uma sensação começa a fazer-se presente, como se estivesse a acordar os sentidos. O efeito, embora suave, favorece a conversação e ali ficamos a partilhar vivências, já todos com os dentes e boca pintados de vermelho.
O consumo de bétel, areca e cal é um hábito fundamental na vida destas duas mães. “Às vezes, enquanto espero pelo pequeno-almoço, masco. Não me sinto bem quando não o faço”, confessa Maria do Santos, enquanto cospe saliva avermelhada na garrafa de água embrulhada em plástico.
Acrescenta ainda que a composição têm um papel importante nas relações interpessoais, bem como no contexto cultural do país. “Estes produtos são oferecidos quando recebemos familiares e amigos, depois oferecemos café e chá. Nas cerimónias, os lia nain, donos da palavra, usam sempre a mistura para saudar e pedir a bênção e a proteção dos antepassados e da natureza”, explicou.
A doméstica, mãe de seis filhos, contou que o hábito começou com apenas 12 anos, por vontade própria. “Mascar faz parte da nossa cultura, os nossos avós e pais sempre o fizeram e nós imitamos”, contou. Realçou também que a masca melhora a sua concentração enquanto está a trabalhar. “Se não faço isso, sinto-me doente e não consigo fazer nada, nem mesmo conversar”.
As amigas defendem ainda que mastigar bétel, areca e cal ajuda a proteger os dentes, evitando dores e que caiam. “Tenho vergonha por ter a boca e os dentes desta cor, mas, ao mesmo tempo, fico feliz, porque ainda tenho a dentição completa e nunca tive dores de dentes”, observou Maria dos Santos.
(Continua)
Governo trava luta contra mal do 'chiclete de Taiwan'

Ela é usada por quase um décimo da população do mundo. Dá às pessoas um estímulo equivalente a seis xícaras de café e pode ser um símbolo de amor, casamento ou forma de curar indigestão e impotência.
Mas também está levando milhares de pessoas à morte prematura.
A culpada? A noz de betel, ou noz de areca.
Encontrada em toda a Ásia, esta noz vem da palmeira de Areca e é mascada por suas propriedades estimulantes.
Seu efeito é tanto que, ao lado de nicotina, do álcool e da cafeína, a noz de betel é tida como uma das substâncias que alteram o comportamento mais populares do mundo.
Apesar de ser usado por mulheres e crianças, são especialmente populares entre os homens que trabalham, que mascam a noz para ficarem acordados durante longas horas dirigindo, pescando ou trabalhando em canteiros de obras.
Mas os benefícios de curta duração têm um custo terrível.
As altas taxas de câncer de boca estão destruindo a vida de muitos que usam noz de areca, muitas vezes décadas após provarem a substância pela primeira vez.
BBC News em Taipei
(Continua)
Nova substância psicoativa em Portugal, a arecolina, proveniente do Sudeste Asiático
O Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária (PJ) detetou, pela primeira vez em Portugal, a presença de arecolina, uma substância psicoativa.
Num comunicado publicado no site da PJ, refere-se que esta substância foi “detetada em tabaco de mascar, misturada com nicotina e mentol”. O que é a arecolina? Qual o seu efeito no organismo? É viciante?
Em esclarecimentos ao Viral, Diniz
Cortes, médico de clínica Geral e Familiar e especialista em
adictologia, e João Costa Pedro, psiquiatra na área de tratamento de
comportamentos aditivos, respondem a cinco questões sobre a arecolina.
1 – O que é a arecolina?
No comunicado publicado pela PJ, explica-se que “a arecolina é um alcaloide encontrado na noz-de-areca, o fruto da palmeira areca”.
Segundo o psiquiatra João Costa Pedro, esta substância psicoativa “é consumida predominantemente no Sudeste Asiático”, onde este tipo de noz é abundante.
Por norma, é “misturada com tabaco de mascar e usada pelo seu efeito estimulante e ligeiramente euforizante”, acrescenta.
2 – Como atua no organismo?
João Costa Pedro começa por explicar que “cada substância psicoativa tem um efeito específico em determinados recetores que existem em áreas específicas no cérebro”.
Logo, “consoante o receptor ou neurotransmissor afetado, o efeito varia”, sustenta.
Por exemplo, “os opioides afetam diretamente o recetor mu [μ]”, o que leva à “analgesia e sedação”, mas também aciona efeitos no cérebro “que levam à euforia, ao êxtase e à dependência”.
No da arecolina, “o efeito é colinérgico”, frisa. Isto é, “afeta os recetores muscarínicos e nicotínicos do cérebro e do corpo, levando, por um lado, a um efeito relaxante, mas também [a um efeito] estimulante e euforizante”, esclarece o psiquiatra.
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Este efeito também se deve, em parte, ao facto de esta ação “aumentar a dopamina em determinadas zonas corticais, de forma indireta”, acrescenta.
Além disso, refere Diniz Cortes, o consumo de arecolina também pode provocar “quadros de alucinação”, ou seja, “a pessoa pode ver coisas que não estão lá ou interpretar fenómenos normais de uma maneira diferente”.
Dependendo da dose, a arecolina pode ter “um efeito mais estimulante ou ansiolítico/sedativo”, frisa João Costa Pedro.
Tal como se expõe num relatório técnico da OMS, o consumo desta substância, habitualmente feito através da mastigação da noz-de-areca, provoca, de forma quase imediata, “tonturas e palpitações cardíacas”, “aumento da consciência” e “sensação de calor e suores”. “A arecolina está na lista de substâncias proibidas pela União Europeia, devido ao facto de o seu consumo estar associado ao risco de cancro.
A pessoa pode ainda experimentar “desconforto epigástrico e diarreia”, “aceleração da respiração e do ritmo cardíaco”, “diminuição da sede e da fome” e “sensação de relaxamento e felicidade”, aponta-se.
3 – O consumo de arecolina vicia?
Sim, de acordo com os especialistas contactados pelo Viral, o consumo de arecolina pode causar adição. Esta ideia também é reforçada pelo relatório técnico da OMS.
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The abuse of areca nuts is widespread, with over 600 million users globally. The importance of arecoline is further supported by its being the world’s fourth most commonly used human psychoactive substance (after alcohol, nicotine, and caffeine)
domingo, 22 de dezembro de 2024
Mais tarde ou mais cedo, será a altura de se fazer justiça por próprias mãos..
"Migrant youths" have been terrorizing a small Swiss town, Soyhières...
"sowing terror" in the small village of 433 people.... the "same group
of migrant youths has been seen in the night roaming with knives and
carrying a small axe...." The police, apparently, are powerless: "due to
their age, the youths cannot be prosecuted." — rmix.news, November 27,
2024.
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