segunda-feira, 1 de julho de 2024

Diário do Minho - Crónica de Acácio Azevedo de Brito - "OUTRO PONTO DE VISTA…"

 

Este é o meu momento de regresso, a Portugal, a Bracara Augusta e ao nosso Diário do Minho.

Em Díli, Timor-Leste, desde 2015, oito anos cumpridos, chegou o momento para voltar ao meu métier/mister, regressar à minha casa mãe, à Inspeção-Geral da Educação e Ciência exercendo as funções profissionais de Inspetor da Educação e Ciência e regressar à colaboração com o nosso Diário do Minho, com a crónica “Outro Ponto de Vista”, espaço de reflexão e intervenção cívica.

Este intróito, necessário, complementa o que pretendo testemunhar. O tempo em Timor-Leste, considero, os anos mais ricos da minha vida pessoal e profissional. Aprendi, escutando e vivenciando uma outra realidade. Se na qualidade profissional de inspetor tinha uma visão de Escola, diferente, hoje vejo-a numa perspetiva mais holística.

Perscruto, interiormente, ganhei qualidades humanas, a que devo a esta minha experiência profissional, pessoal e humana! Ao correr da pena… Cumprimento integral do compromisso firmado na Carta de Missão de setembro de 2015, elaborado por força dos normativos legais a quem é nomeado para cargos de dirigentes superiores.

(Continua)

Camarate: Lee Rodrigues disse a Acácio Brito ter colocado bomba no avião

 

O advogado Acácio Brito relatou, esta quinta-feira, na comissão de Camarate que Lee Rodrigues lhe disse ter sido o operacional que colocou um engenho explosivo no avião que se despenhou em 1980, para matar Adelino Amaro da Costa. A conversa entre Acácio Brito e Lee Rodrigues aconteceu em dezembro de 1998, em São Paulo, no Brasil, após uma festa em que ambos foram apresentados por um familiar de Acácio Brito de quem Lee Rodrigues era cliente, contou o advogado à comissão parlamentar de inquérito ao caso Camarate.

"Contou-me que foi ele o homem responsável, o operacional, que colocou o engenho no avião que vitimou o ministro da Defesa", afirmou Acácio Brito, referindo que Lee Rodrigues lhe disse "que o objetivo era o ministro da Defesa", o democrata-cristão Adelino Amaro da Costa. "Assumiu sempre que o fez sozinho", disse Acácio Brito, especificando que Lee Rodrigues lhe disse que "executou a operação porque o mandaram executar", sem nomear os alegados mandantes.

Acácio Brito, que já havia sido testemunha noutra comissão de inquérito aos acontecimentos de Camarate, mas, nessa altura, ao abrigo de um programa de proteção de testemunhas, disse que o homem se identificou nessa altura como Jorge. Posteriormente, o advogado das famílias das vítimas, Ricardo Sá Fernandes, mostrou a Acácio Brito uma fotografia de Lee Rodrigues e comprovou que era a mesma pessoa.

"Tive a certeza que era ele quando vi uma foto mostrada pelo doutor Ricardo Sá Fernandes", afirmou Acácio Brito perante a comissão. Acácio Brito contou que Lee Rodrigues lhe disse que vinha a Portugal ver a mãe e que "entrava por Lisboa", referindo ter "proteção", sem dizer de quem. Lee Rodrigues disse-lhe ainda que a partir de 1999/2000 poderia voltar a Portugal porque a situação estaria "resolvida", com a prescrição do alegado crime, disse Acácio Brito.

Acácio Brito disse igualmente que Lee Rodrigues se referiu em tom "desrespeitoso" às comissões de inquérito em que havia sido chamado a depor. Acácio Brito é militante do CDS-PP e nessa condição conheceu o deputado e ex-líder daquele partido José Ribeiro e Castro, num jantar de militantes em Braga, em que "o tema de Camarate veio à baila", conforme recordou o próprio Ribeiro e Castro, que tem assento na comissão.

Posteriormente, Acácio Brito encontrou-se com Ricardo Sá Fernandes, que lhe mostra a fotografia de Lee Rodrigues. A 10.ª comissão de inquérito ao caso Camarate visa averiguar as "causas e circunstâncias em que, no dia 04 de dezembro de 1980, ocorreu a morte do primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, do ministro da Defesa Nacional, Adelino Amaro da Costa, e dos seus acompanhantes". 

Jornal de Notícias (06 junho, 2013 às 22:29)


 

Escola Portuguesa de Macau - Continua a feira


 Passou mais de um mês.

Celebrámos o Dez de Junho, houve discursos, a ministra da Justiça esteve na RAEM em representação do Governo de Portugal. Eu próprio estive fora, regressei, voltei ao trabalho. Houve arraial, sardinhada, Santos Populares, inaugurações, exposições, muito croquete, conversa mole e as habituais declarações de intenções.

Mas se há alguma coisa que não mudou e que possa ser dita neste momento é que o ambiente se adensou e a confusão na Escola Portuguesa de Macau (EPM) é cada vez maior. A confusão, a falta de informação e a falta de vergonha. Os jornais quase diariamente fazem capas com notícias da EPM. Nos telejornais e nos noticiários da Rádio Macau não faltam notícias sobre a EPM. A instabilidade é grande, a apreensão de pais, alunos e professores continua.

Ontem (30 de Junho), ao final do dia, reparei que só no portal do canal português da Televisão de Macau havia na página de entrada 9 (nove) notícias seguidas relativas à EPM (“Portugal pede processo de averiguações à Escola Portuguesa de Macau”, 17:24, Poderá estar em risco Português Língua Não-Materna”, 21:54, Associação de Pais elogia comunicação”, 21:56, Fundação da Escola Portuguesa alega falta de respostas do Ministério da Educação”, 21:56, “Ainda não há data para o início das aulas”, 21:58, “Duas professoras da Escola Portuguesa pediram a demissão”, 22:00, “Fundação da Escola Portuguesa reage”, 22:01,  “Processo de Averiguações à Escola Portuguesa pela Inspecção-Geral da Educação”, 22:02, “EPM saúda processo de averiguações ordenado por Lisboa e pede investigação de possíveis ilegalidades”, 23:00).

Respostas às dúvidas e questões levantadas é que nada. A informação que sai é pouco rigorosa. Tirando uma ou outra declaração avulsa, ou um comunicado, como o que apareceu da Fundação da EPM a congratular-se com a instauração de um processo de averiguações, continuam por dar os esclarecimentos que se exigem. E já se percebeu que se começa a procurar misturar as dispensas de professores e as contratações de novos, usando expedientes pouco sérios, com situações de natureza financeira e contabilística que nada têm a ver com os problemas do ensino e o “esquema” engendrado para as novas contratações.

Depois do que se ficou a saber durante o mês findo, em que se tornou evidente que a dispensa de professores e a contratação de novos, antes mesmo de serem comunicadas aos próprios as dispensas daqueles que se queria afastar, aparentemente sem razão, pelo menos nalguns casos, nem motivo para que tivessem sucedido, a não ser para se poder contratar quem já ser percebeu ser amigo e de relações próximas e de grande intimidade com o Director da EPM, o que aliás se confirmou a partir de Díli, era de esperar que o presidente da Fundação da EPM já se tivesse vindo retratar e pedir desculpa por ter tentado enganar as pessoas quando disse numa entrevista que os professores que vinham não vinham por alvedrio do director nem por serem amigos deste. Afinal, ao que me asseveraram, até já cá tinham estado de férias, aproveitando para tratar dos papéis.

Na quinta-feira passada, na edição de 27/6/2024, numa reportagem de André Vinagre, no Ponto Final (“Polémicas na EPM deixam pais apreensivos”) recordava-se que “até agora, nem Acácio Brito, nem Alexandre Leitão, nem Neto Valente esclareceram a situação. Neto Valente disse apenas ao Jornal Tribuna de Macau que as notícias postas a circular são “falsas” e que “só provocam ruído” (p. 4).

Porém, o curioso é verificar que se há hoje “ruído”, e tanto ruído, do qual aliás já houve quem fizesse abusivo aproveitamento político, é exactamente porque enquanto tardarem as respostas que a comunidade escolar e a opinião pública em geral querem conhecer, e se tentar continuar a disfarçar o que aconteceu, assobiando para o ar, esse ruído irá continuar. Mais desprestígio e mais ruído em tão pouco tempo era difícil.

É óbvio que os eventuais problemas de natureza económica-financeira que tivessem sido “herdados”, deviam ter sido logo de início denunciados e esclarecidos. E não só agora, aproveitando-se a confusão gerada pela dispensa de professores, que não faziam falta e podiam ser dispensados, mas que afinal não podem sair enquanto não estiver concluído o processo de averiguações instaurado pelo Ministério da Educação, para se misturar tudo.

Assim como se impunha que o pretenso mau relacionamento da anterior Direcção da EPM com a DSEDJ, insinuado publicamente pelo presidente da EPM, também deveria ter sido objecto de esclarecimento com factos objectivos, não se deixando no ar a insinuação soez, entretanto desmentida por várias fontes de dentro da própria DSEDJ, e da comunidade, que me asseguraram ter havido sempre o melhor relacionamento com a anterior direcção.

Também seria conveniente esclarecer se para o pedido de contratação de novos professores não-residentes, em regime blue card, a actual direcção da escola, nos dados que terá fornecido à DSAL sobre o número de professores residentes ao seu serviço, contou com os que já tinha em vista dispensar para obter autorização para os novos que iriam ocupar os seus lugares. Isso até hoje não foi esclarecido e devia sê-lo. Porque se isso for verdade, como me foi aventado, então faltará a adjectivação para essa acção.

A juntar a tudo isto, adensando ainda mais o ambiente – perfeitamente escusado e dispensável – que se vive na EPM, há agora mais duas professoras que resolveram voluntariamente apresentar a demissão, uma das quais, disse-o o insuspeito Jorge Silva, no Telejornal, “devido à actual situação que a instituição está a atravessar”.

Ninguém gosta de instabilidade profissional, de insegurança e de viver num clima de medo, em que, a não ser que seja para elogiar o presidente da EPM ou a acção da direcção da escola, nenhum professor fala livremente à luz do dia com receio sobre que lhe poderá acontecer ou sobre o que de si dirão nos próximos meses. Muitos pais também se refugiam no anonimato quando prestam declarações à imprensa.

Convenhamos que nada disto é normal. Ainda menos, como me chegou aos ouvidos, quando se colocam professores em fila à porta de um gabinete, todos à mesma hora, para lhes serem comunicadas as respectivas dispensas. Escuso-me a qualificações. Isto numa escola internacional que ocupa muito boa posição nos rankings, goza de elevado prestígio e apoios públicos do Governo da RAEM e na qual a comunidade dos residentes, das mais de vinte nacionalidades de onde provêm os alunos, e o Estado português, tem reconhecido e natural interesse e mais do que óbvia preocupação.

O presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação de Pais, que agora passou a falar em nome destes face ao mais do que óbvio conflito de interesses e situação de dependência profissional do anterior porta-voz, numa entrevista telefónica que concedeu ontem à TDM, dizia que é a primeira vez em que nesta altura do ano ainda não se sabe quando recomeçará o ano lectivo.

A somar a tudo isto ainda temos processos em curso na DSAL e na DSEDJ em razão das queixas apresentadas pelos professores dispensados. Não se percebem dispensas ao mesmo tempo que se pede a contratação de novos, dizendo-se semanas depois à LUSA que os dispensados não faziam falta. O presidente da EPM, que meu entender esteve na origem do imbróglio, deste clima de semi-bandalheira em que estamos, continua a atirar as culpas para os outros. Nada do que de mal foi feito lhe pode ser assacado.

No entanto, também nada do que aconteceu foi inocente. Ou pode ser reconduzido a meras opções de gestão de um director que chegou há meia-dúzia de meses, que nunca cá tinha estado, não conhecia ninguém, e aqui se estatelou de bruços. Tudo se afigura antes, pelos factos que se vão conhecendo, ao cumprimento de uma agenda delineada ao pormenor, colocada em prática com o recrutamento do Dr. Acácio de Brito, e da qual este é um mero bandarilheiro, ou peão de brega, que ficará com o odioso.

Quem engendrou esta trapalhada nunca será responsável por coisa alguma, embora tudo e mais um par de botas possam passar sempre por si. O ministro da Educação, Ciência e Inovação, que além de ser pessoa ponderada e bem preparada me parece ser, como escreveu há dias Nathalie Schuck recordando Orwell, um homem dotado de common decency, tem de com a maior brevidade colocar um ponto final na bagunça em que vive a EPM desde que o seu antecessor, de tão triste memória, nomeou a actual liderança da FEPM. Se necessário pondo a andar toda esta trupe que deixou de ter condições para fazer um trabalho normal, discreto e que no futuro não levante desconfianças.

Enfim, nomeando pessoas afastadas dos partidos, incluindo do PSD (refiro-me ao Dr. Cesário) ou do CDS (o Dr. Acácio Brito é a famosa personagem do "caso Camarate", ligado àquele partido, a quem o "autor material do crime" se confessou em exclusivo sem o conhecer de lado algum e na sequência da participação num rodízio de final de ano), e dos interesses empresariais, imobiliários e económico-financeiros da terra, gente dedicada ao ensino e a Macau, com qualidades pedagógicas, cuja única agenda seja o interesse da EPM, a salvaguarda do seu bom nome e da qualidade de ensino, do bem-estar de professores, alunos e demais trabalhadores, que alivie as preocupações dos encarregados de educação, tire a EPM das notícias, saiba gerir sem armar a confusão, tratando as pessoas com o respeito com que estas merecem ser tratadas, e fundamentalmente que cumpra a sua função de formar e ensinar bem, com exigência, tranquilidade e rigor, sem outras preocupações que não sejam estas.

Gente séria, gente sem agendas escondidas ou que actue visando a realização de interesses pessoais, de seita, de casta ou de um grupo de amigos, cuja acção, sob a capa de um falso altruísmo e dedicação à comunidade, acaba sempre em confusão e trapalhada onde quer que se meta.

Blog "Delito de opinião" - Sérgio de Almeida Correia - 01.07.24


domingo, 30 de junho de 2024

Governo pede processo de averiguações a Escola Portuguesa de Macau


A Inspeção-Geral da Educação e Ciência abriu, a pedido do ministro, um processo de averiguações à Escola Portuguesa de Macau para apurar as circunstâncias em que decorreu a dispensa de quatro professores e um técnico superior, foi hoje revelado.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação indica que o ministro Fernando Alexandre solicitou a abertura de um processo para "apurar as circunstâncias e a forma como o diretor dispensou quatro docentes e um técnico superior".

Durante a reunião do Conselho de Administração da Fundação da Escola Portuguesa de Macau (EPM), que decorreu na quinta-feira, foram dadas instruções para que os professores e o técnico superior permaneçam na escola até à conclusão do processo de averiguações.

"Caso seja apurado pela IGEC que não existiam fundamentos para a dispensa daqueles cinco trabalhadores, não será autorizada a sua substituição", acrescenta a tutela.

No início de junho, a direção da Escola Portuguesa de Macau comunicou a cinco professores e a uma técnica da instituição - cinco deles em Macau ao abrigo de uma licença especial de Portugal - que não ia renovar o vínculo laboral para o próximo ano letivo, alegando motivos de gestão.

Só no departamento de Português da EPM, três professores viram o contrato terminado, todos detentores de bilhete de residente permanente.

Num esclarecimento solicitado pela Lusa, fonte do gabinete do ministro da Educação, Ciência e Inovação explicou que, "dada a falta de professores em Portugal", este ministério "já deu indicações de que não vão ser disponibilizados professores para substituir os docentes que a direção da Escola Portuguesa de Macau vier a dispensar".

E recordou que, tal como definido no plano + Aulas + Sucesso, que visa reduzir o número de alunos com interrupções prolongadas de aulas, é intenção do Ministério da Educação, Ciência e Inovação reduzir em 25% o total de mobilidades estatutárias atribuídas a docentes de grupos de recrutamento deficitários, no ano letivo 2024/2025.

Nesta situação podem estar professores nas escolas portuguesas, mas também os destacados em serviços centrais ou regionais, em entidades públicas, federações, associações, entre outros.

A Escola Portuguesa de Macau foi constituída em 1998 como herdeira de três instituições de ensino em língua portuguesa: a Escola Primária Oficial, a Escola Comercial e o Liceu de Macau.

No mesmo ano foi criada a Fundação Escola Portuguesa de Macau, resultado da colaboração entre o Estado Português, a Fundação Oriente e a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses.

sábado, 29 de junho de 2024

Legislativas em França: extrema-direita pode chegar à maioria absoluta

 


De acordo com as últimas sondagens, a extrema-direita de Jordan Bardella e Marine Le Pen poderá vir a obter a maioria absoluta na primeira volta das eleições legislativas francesas que se realizam no próximo domingo.

As sondagens sugerem que o Rassemblement National (RN), reforçado pelo bloco de dissidentes liderados por Eric Ciotti dos Republicanos, poderá atingir os 36%, seguido da Nova Frente Popular, coligação de esquerda que envolve socialistas, comunistas ecologistas e o França Insubmissa, que pode chegar aos 29% no melhor cenário.

O partido liberal do presidente Emmanuel Macron surge em terceiro lugar, conseguindo granjear entre 19,5 e 21% dos votos dos franceses. Os franceses estão entre uma possível maioria absoluta de extrema-direita ou a ausência de uma maioria clara, o que gera uma maior instabilidade política.
Para alcançar a maioria absoluta, os partidos precisam de ter, no mínimo, 289 lugares.

O RN poderá ter entre 260 e 295 lugares, aparecendo depois a Nova Frente Popular, que alcança entre 155 e 175 assentos. O campo presidencial oscila entre os 85 e os 105 mandatos, enquanto a direita, concentrada nos Republicanos, deverá obter entre 30 a 40 lugares.

"Os nossos compatriotas têm a sensação de que o Estado já não faz cumprir as suas leis, que o Estado é fraco com os fortes e forte com os fracos", afirma Jordan Bardella, líder do RN.

A extrema-direita tem vindo a alavancar a sua crescente popularidade com base no sentimento de insegurança dos franceses. As forças políticas estão profundamente polarizadas e poderá ser difícil encontrar qualquer forma de cooperação parlamentar. Os liberais do partido presidencial no poder parecem estar a apaziguar o tom do debate político.
(Continua)

 

sexta-feira, 28 de junho de 2024

"Avó nazi" condenada a prisão por negar Holocausto

 

Ursula Haverbeck já cumpriu pena na cadeia por negar o Holocausto. Ainda assim, e depois de um atraso da análise de recurso de nove anos, a idosa continua a repetir declarações criminosas. Apelidada de "avó nazi" pela imprensa alemã, a aposentada e reincidente Ursula Haverbeck, de 95 anos, foi sentenciada nesta quarta-feira (26/06) a um ano e quatro meses de prisão por fazer declarações falsas sobre o Holocausto. Ainda cabe recurso da decisão.
A condenação diz respeito a declarações proferidas pela idosa em duas ocasiões em 2015. Primeiro, Haverbeck havia dito a jornalistas que Auschwitz não era um campo de extermínio, e sim de trabalho. Na época, ela acompanhava o julgamento de Oskar Gröning, ex-membro da SS, a milícia paramilitar nazista. Depois, em entrevista a uma emissora de TV, negou a execução em massa ocorrida em Auschwitz – estimada por historiadores em 1,1 milhão, 90% dos quais, judeus.

Por causa das sua declarações, Haverbeck chegou a ser condenada naquele mesmo ano por um tribunal de Hamburgo a dez meses de prisão, mas recorreu da sentença
. A análise do recurso, porém, só foi concluída agora, quase nove anos depois. Haverbeck, que mora no estado da Renânia do Norte-Vestfália, no oeste alemão, já foi condenada várias vezes por incitação, ao longo de 20 anos, tendo inclusive cumprido pena de prisão. Ela também já chefiou um centro de treino de extremistas de direita, fechado em 2008 sob a acusação de disseminar propaganda nazi.

Desta vez, o tribunal disse ter considerado que o cadastro criminal da ré e o fato de ela "ter usado o processo [contra Gröning] para difundir as suas opiniões", as quais ela reiterou em diversas ocasiões ao longo do julgamento. No entanto, Haverbeck só terá que cumprir um ano de cadeia: quatro meses da pena original foram cancelados devido à demora na análise do recurso, atribuída à pandemia e a ausências por razões médicas.

Cerca de 100 apoiadores da idosa compareceram no tribunal para acompanhar o julgamento e expressar o seu descontentamento com o processo. Uma das juízas lembrou à idosa, que se diz perseguida por dizer a verdade, que ela não é vítima, e sim autora de um crime: "A senhora pôde envelhecer. Milhares de crianças de Auschwitz não puderam." De acordo com a legislação alemã, quem nega, endossa ou banaliza publicamente o Holocausto incorre num crime de incitação ao ódio, crime punível com penas que vão de multas a até cinco anos de detenção.

AFP

 

quinta-feira, 27 de junho de 2024

Comunidade do Bangladesh alerta que ilegais em Portugal vão aumentar com novas regras


A população imigrante do Bangladesh em Portugal queixa-se de falta de apoio à comunidade e assume-se preocupada com as novas regras para as migrações. O líder da Comunidade do Bangladesh em Lisboa avisa que o número de ilegais no país vai aumentar com as novas regras para as migrações. Acusa as autoridades de ignorarem uma população com mais de 40 mil residentes e exposta a muitas situações de risco, de acordo com a Sic Notícias.

As filas preenchem as ruas do Martim Moniz, a freguesia mais multicultural do país, com 92 nacionalidades. A mesquita é, todos os dias, o ponto de encontro de 2 mil muçulmanos. Há muito que deixou de oferecer condições de segurança. “A mesquita não tem uma saída de emergência(...). Se houver algum problema, como um incêndio, ninguém consegue sair. É um grande perigo”, expõe Rana Taslim Uddin, líder da comunidade do Bangladesh.

Acusa as autoridades de ignorarem o problema há 14 anos e de sucessivas promessas falhadas para a construção de um novo lugar de culto. Queixa-se de falta de apoio a uma comunidade que, em Portugal, já soma quase 50 mil pessoas. Preocupado com as novas regras para as migrações, o líder da comunidade do Bangladesh avisa que o número de ilegais no país vai aumentar.

 “Estamos preocupados”, assume. “As pessoas migrantes que já estão cá, mas ainda não fizeram a manifestação de interesse na AIMA, para onde vão?”, questiona. “Não vão voltar, vão ficar aqui.” Segundo as novas regras, a manifestação de interesse é extinta e os imigrantes que querem trabalhar em Portugal têm de pedir nos consulados portugueses um visto de trabalho antes de entrarem no país.

De salientar que Rana Taslim Uddin foi notícia, no Polígrafo da SIC, quando surgiu nas redes sociais uma alegada tradução de um discurso seu, onde teria afirmado "que Alá poderá destruir a sociedade portuguesa: Aqueles que encontraram uma nova sociedade, aqueles que estão aqui hoje, o que é que fizeram por esta sociedade? Não o fiz pela sociedade. Fi-lo para fazer os do meu sangue felizes. Vou fazer o meu sangue feliz. Vou tornar esta sociedade numa realidade. E se as pessoas não estiverem felizes com isso, destruirei esta sociedade. Farei a nossa sociedade feliz."

O Polígrafo pediu uma tradução do texto inicial, que circulava na Internet e que "considera a firmação falsa e adianta uma tradução mais correcta: ""(...) aqueles que encontraram aqui uma sociedade nova, aqueles que estão aqui presentes hoje, perguntam-me o que eu fiz para a sociedade. Irmãos, fi-lo para fazer o meu Deus feliz, não para a sociedade. Se Deus ficar feliz, ele trará uma solução para a sociedade e conduzirá esta sociedade para o caminho certo. Se não ficar feliz, então destruirá esta sociedade."

No entanto, o texto que circula na Internet, refere que "aqueles que encontraram uma nova sociedade, aqueles que estão aqui hoje, o que é que fizeram por esta sociedade? Não o fiz pela sociedade. Fi-lo para fazer os do meu sangue felizes. Vou fazer o meu sangue feliz. Vou tornar esta sociedade numa realidade. E se as pessoas não estiverem felizes com isso, destruirei esta sociedade. Farei a nossa sociedade feliz."

Qual é a diferença entre os dois textos? Ambos ameaçam com a destruição da nossa sociedade…

Polémicas na Escola Portuguesa de Macau deixam pais apreensivos

 

As polémicas envolvendo a Escola Portuguesa de Macau (EPM) estão a deixar os pais apreensivos e com muitas dúvidas. O PONTO FINAL falou com seis encarregados de educação de jovens da instituição de ensino e a maioria confessa não entender as recentes decisões da direcção que levaram, por exemplo, à dispensa de cinco docentes. Há também quem compreenda as novas linhas de orientação, escreve o jornal Ponto Final, na sua edição de ontem.

A falta de esclarecimento público por parte da direcção da Escola Portuguesa de Macau (EPM) face às recentes polémicas parece estar a deixar os pais de alunos da instituição inquietos. Ao PONTO FINAL, foram vários os encarregados de educação que confessaram não entender as recentes decisões que levaram, inclusivamente, à dispensa de docentes, adianta o jornal.

A situação começou no fim de Maio, quando a direcção da EPM anunciou a dispensa de cinco docentes que estavam com licença especial e ainda de uma psicóloga. A decisão foi explicada por Acácio de Brito, director da instituição desde Dezembro do ano passado, como sendo por motivos de gestão. Acácio de Brito assegurou depois que a EPM já tinha autorização da parte do Ministério da Educação de Portugal para contratar docentes em substituição daqueles que tinham sido dispensados. No entanto, o Governo português indicou à TDM Canal Macau que não foi dada autorização para a contratação de docentes para a EPM em substituição dos que foram afastados, de acordo com o Ponto Final.

A polémica adensou-se quando começou a circular a informação de que os professores que a direcção da EPM queria contratar para substituir os dispensados seriam amigos de Acácio de Brito e de Alexandre Leitão, cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong. A denúncia foi feita pela secção de Macau do Partido Social Democrata (PSD). Jorge Neto Valente, presidente do Conselho de Administração da Fundação EPM, tinha anteriormente garantido que não seriam contratados amigos pessoais do director, refere o Ponto Final.
(Continua)