sexta-feira, 5 de julho de 2024

PJ investiga violação de jovens nas festas de Felgueiras

 

Duas jovens, de 18 e 23 anos de idade, terão sido violadas, em Felgueiras, durante as festas de S. Pedro. O primeiro caso, com uma jovem de 23 anos, ocorreu na Rua Rebelo de Carvalho, cerca das 04 horas da madrugada de sábado. A violação terá sido perpretada por um grupo de homens de nacionalidade estrangeira. A vítima foi pelos próprios meios ao Hospital de S. João no Porto.

O outro, com uma jovem de 18 anos, residente em Amarante, foi na Praça da República, pelas 03h53, avança o Correio da Manhã, e também envolveu um grupo de homens de nacionalidade estrangeira. Esta jovem foi assistida pelos Bombeiros de Felgueiras e levada ao hospital. A Polícia Judiciária está a investigar. Os homens ainda não foram identificados.

Felgueiras Diário
Data - Julho 4, 2024


quinta-feira, 4 de julho de 2024

Grupos de "estrangeiros" violam duas jovens em Felgueiras


 A notícia é do Correio da Manhã de hoje. Em dois episódios diferentes, duas jovens, de 18 e 23 anos foram violadas por "um grupo de homens, de nacionalidade estrangeira". Os crimes aconteceram em plena via pública, nas duas noites do fim de semana das festas do concelho de Felgueiras em honra de S. Pedro. 

Como é que as autoridades (e o Correio da Manhã...) sabiam que se tratava de um grupo de homens de nacionalidade estrangeira? Alguém viu os seus bilhetes de identidade? Ou será o caso de pessoas que se distinguem claramente, pelo seu aspecto físico e forma de vestir, como sendo cidadãos estrangeiros, sem ser necessário ver os seus bilhetes de identidade? 

A partir destes dados e seguindo uma lógica óbvia, não será difícil calcular de que nacionalidade serão estes homens. Até porque as vítimas terão feito, às autoridades, uma descrição pormenorizada do aspecto e forma de vestir dos dois grupos de homens "de nacionalidade estrangeira". Esconder qual é a exactamente a sua nacionalidade e origem, como faz o Correio da Manhã, é politicamente correcto. Mas nunca se consegue esconder um elefante na sala...

 

Britânica revela que matou filho com cancro terminal

 

Mais de 40 anos após a morte do filho, Antonya Cooper, que se tornou ativista pela eutanásia, contou que matou o próprio filho. Antonya Cooper, uma mulher de Abingdon, Inglaterra, que tem lutado pelo direito à morte medicamente assistida, admitiu, recentemente, que administrou uma grande dose de morfina ao filho, com cancro terminal, para acabar com o seu sofrimento e "silenciosamente pôr fim à sua vida".

O caso aconteceu em 1981, mas só esta semana foi conhecido, depois de Antonya Cooper ter admitido o que fez numa entrevista à Radio Oxford, da BBC, como parte do seu esforço para mudar a legislação sobre a eutanásia.

A mulher, que tem 77 anos, e que também ela enfrenta um diagnóstico de doença terminal, lembrou que o filho, Hamish, então com 7 anos, tinha um neuroblastoma, um cancro raro em fase terminal, e sentia "muita dor".
A criança tinha apenas cinco anos quando foi diagnosticada com a doença e, inicialmente, foi-lhe dado um prognóstico de três meses de vida. Depois, passou por um tratamento oncológico "brutal" durante 16 meses no Great Ormond Street Hospital, em Londres, que acabou por prolongar a sua vida, mas não diminuiu o sofrimento.

"Na última noite de Hamish, quando ele disse que estava com muita dor, eu falei: 'Gostarias que eu acabasse com a dor?', e ele respondeu: 'Sim, por favor, mamã'", recordou Cooper. "E por meio do cateter de Hickman, dei-lhe uma grande dose de morfina que pôs fim silenciosamente à sua vida", admitiu.

Interrogada sobre se acreditava que o filho sabia que ela pretendia pôr termo à sua vida, respondeu: "Tenho uma forte sensação de que no momento em que o Hamish me disse que estava com dor, e me perguntou se eu poderia acabar com sua dor, ele sabia, ele sabia de alguma forma o que iria acontecer".

"Mas, obviamente, não posso dizer (...) mas eu era mãe dele, ele amava a mãe dele, e eu amava-o por completo, e não ia deixá-lo sofrer. Sinto que ele realmente sabia para onde estava a ir", acrescentou, frisando que "foi a coisa certa a fazer". "O meu filho estava a enfrentar o sofrimento mais terrível e a dor mais intensa, eu não iria permitir que ele passasse por isso", disse ainda, admitindo que entendia que estava a admitir um homicídio.

"Se eles vierem atrás de mim 43 anos depois de eu ter permitido que Hamish morresse pacificamente, então terei de enfrentar as consequências. Mas eles terão de ser rápidos, porque eu também estou a morrer", afirmou. Antonya Cooper explicou que o sofrimento do filho e os seus próprios problemas de saúde consolidaram o seu posicionamento face à morte medicamente assistida, que é ilegal em Inglaterra. Depois desta entrevista, a polícia confirmou que estava a "fazer investigações".

Notícias ao Minuto

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Fundação EPM solicitou inspecção ao Ministro da Educação devido a irregularidades

 

“A notícia de que o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) determinou à Inspecção-Geral da Educação e Ciência a abertura de um processo de averiguações é uma boa notícia e um bom começo de diligências, que certamente permitirão ao Ministério e da realidade da Escola, e dos problemas que é necessário resolver.”

Foi desta forma que o Conselho de Administração da Escola Portuguesa de Macau (EPM) reagiu à notícia da abertura de um processo de averiguações à escola para apurar as circunstâncias em que decorreu a dispensa de quatro professores e um técnico superior, num comunicado assinado pelo presidente do conselho Jorge Neto Valente.

O responsável vincou que pedira ao MECI, há cerca de um mês, uma inspecção integral ao “funcionamento da Escola de Macau (avaliação externa das escolas) a fim de serem investigadas situações irregulares que foram detectadas na EPM e outras que prefiguram ilegalidades”. Jorge Neto Valente afirma que a fundação que gere a EPM tem insistido na necessidade da inspecção, “e não apenas uma mera auditoria do Tribunal de Contas à Fundação”.

À espera de Lisboa

À medida que se aproxima o arranque de um novo ano lectivo, a demora do MECI na confirmação das autorizações das renovações de licenças especiais de professores, bem como as licenças especiais dos professores cuja contratação foi autorizada em Maio pelas autoridades da RAEM, “começa a preocupar os alunos da EPM, e os respectivos pais e encarregados de educação e, naturalmente, também os órgãos da EPM”, acrescenta o presidente do conselho de administração da Fundação da EPM.

Por fim, Jorge Neto Valente esclarece que a EPM não suscitou a renovação das licenças especiais de quatro docentes e de uma técnica “por não a considerar necessária, de acordo com a distribuição de serviço prevista para o próximo ano”.

O responsável adianta ainda que os órgãos da EPM têm mantido reserva sobre tudo o que pode afectar a actividade da Escola, bem como a vida das pessoas a ela ligadas.

Aberto processo de averiguações à EPM

 

A Inspecção-Geral da Educação e Ciência abriu, a pedido do ministro da Educação de Portugal, um processo de averiguações à Escola Portuguesa de Macau (EPM) para apurar as circunstâncias em que decorreu a dispensa dos docentes, noticiou a agência Lusa. Ontem à noite, a Fundação EPM indicou que foi a própria Fundação a solicitar a investigação ao Ministério da Educação português para que fossem averiguadas “situações irregulares” e “ilegalidades”.

O Governo português abriu um processo de averiguações para apurar o que levou à dispensa de quatro professores e um técnico superior na Escola Portuguesa de Macau (EPM), noticiou a Agência Lusa.

Em comunicado enviado à Lusa, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação indica que o ministro da Educação português, Fernando Alexandre, solicitou a abertura de um processo para “apurar as circunstâncias e a forma como o director dispensou quatro docentes e um técnico superior”.

Durante a reunião do Conselho de Administração da Fundação da EPM, que decorreu na quinta-feira passada, foram dadas instruções para que os professores e o técnico superior permaneçam na escola até à conclusão do processo de averiguações. “Caso seja apurado pela IGEC [Inspecção-Geral da Educação e Ciência] que não existiam fundamentos para a dispensa daqueles cinco trabalhadores, não será autorizada a sua substituição”, acrescenta a tutela.

FUNDAÇÃO EPM DIZ QUE INVESTIGAÇÃO ESTÁ A SER FEITA A SEU PEDIDO

Ontem à noite, a Fundação EPM divulgou um comunicado em que indica que a investigação está a ser feita a pedido da própria Fundação. Segundo a nota de imprensa, “há cerca de um mês, o presidente do conselho de administração da Fundação Escola Portuguesa de Macau solicitou ao ministro da Educação, Ciência e Inovação a realização de uma inspecção integral ao funcionamento” da instituição de ensino.

O comunicado, assinado por Jorge Neto Valente, presidente da Fundação, diz que o objectivo era que fossem investigadas “situações irregulares que foram detectadas na EPM e outras que prefiguram ilegalidades”. A nota não dá detalhes sobre estas alegadas ilegalidades.

“Desde então, em diversas oportunidades, quer o presidente do conselho de administração da Fundação, quer o próprio conselho, têm vindo a insistir na necessidade dessa inspecção e não apenas de uma mera auditoria do Tribunal de Contas à Fundação”, lê-se no esclarecimento.

A Fundação descreve a abertura do processo de averiguações por parte do Ministério português como “uma boa notícia e um bom começo de diligências que certamente permitirão ao Ministério aperceber-se da realidade da escola e dos problemas que é necessário resolver”.

A Fundação aproveita para dizer que continua a aguardar a confirmação, por parte do Ministério da Educação português, de que serão autorizadas a renovação das licenças especiais dos professores que as solicitaram e que a escola pretende ver renovadas, bem como as licenças especiais dos professores cuja contratação já foi autorizada em Maio último pelas autoridades da RAEM e que visam preencher vagas deixadas por docentes que manifestaram vontade de deixar a escola. A demora do Ministério “começa a preocupar os alunos da EPM e os respectivos pais e encarregados de educação; e, naturalmente, também os órgãos da EPM”.

Por fim, na nota de imprensa, Neto Valente reitera que a EPM não suscitou a renovação das licenças especiais de quatro professores e uma técnica “por não a considerar necessária, de acordo com a distribuição de serviço prevista para o próximo ano”.

Recorde-se que, no final de Maio, a direcção da EPM comunicou a cinco professores e a uma técnica da instituição – cinco deles em Macau ao abrigo de uma licença especial de Portugal – que não ia renovar o vínculo laboral para o próximo ano lectivo, alegando motivos de gestão. Só no departamento de Português da EPM, três professores viram o contrato terminado, todos detentores de bilhete de residente permanente.

Uma das docentes dispensadas foi Alexandra Domingues, também representante dos professores junto do Conselho de Administração, e que dava aulas no território há 33 anos, estando ligada à EPM quase desde o seu início. A sua dispensa fez com que circulasse na internet uma petição pela sua continuidade na escola, reunindo mais de um milhar de assinaturas.

Acácio de Brito, director da instituição desde Dezembro do ano passado, assegurou depois que a EPM já tinha autorização da parte do Ministério da Educação de Portugal para contratar docentes em substituição daqueles que tinham sido dispensados. No entanto, o Governo português indicou à TDM Canal Macau que não foi dada autorização para a contratação de docentes para a EPM em substituição dos que foram afastados.

A polémica adensou-se quando começou a circular a informação de que os professores que a direcção da EPM queria contratar para substituir os dispensados seriam amigos de Acácio de Brito e de Alexandre Leitão, cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong. A denúncia foi feita pela secção de Macau do Partido Social Democrata (PSD). Jorge Neto Valente, presidente do Conselho de Administração da Fundação EPM, tinha anteriormente garantido que não seriam contratados amigos pessoais do director.

A Inspecção-Geral da Educação e Ciência abriu, a pedido do ministro da Educação de Portugal, um processo de averiguações à Escola Portuguesa de Macau (EPM) para apurar as circunstâncias em que decorreu a dispensa dos docentes, noticiou a agência Lusa. Ontem à noite, a Fundação EPM indicou que foi a própria Fundação a solicitar a investigação ao Ministério da Educação português para que fossem averiguadas “situações irregulares” e “ilegalidades”.

O Governo português abriu um processo de averiguações para apurar o que levou à dispensa de quatro professores e um técnico superior na Escola Portuguesa de Macau (EPM), noticiou a Agência Lusa.

Em comunicado enviado à Lusa, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação indica que o ministro da Educação português, Fernando Alexandre, solicitou a abertura de um processo para “apurar as circunstâncias e a forma como o director dispensou quatro docentes e um técnico superior”.

Durante a reunião do Conselho de Administração da Fundação da EPM, que decorreu na quinta-feira passada, foram dadas instruções para que os professores e o técnico superior permaneçam na escola até à conclusão do processo de averiguações. “Caso seja apurado pela IGEC [Inspecção-Geral da Educação e Ciência] que não existiam fundamentos para a dispensa daqueles cinco trabalhadores, não será autorizada a sua substituição”, acrescenta a tutela.

FUNDAÇÃO EPM DIZ QUE INVESTIGAÇÃO ESTÁ A SER FEITA A SEU PEDIDO

Ontem à noite, a Fundação EPM divulgou um comunicado em que indica que a investigação está a ser feita a pedido da própria Fundação. Segundo a nota de imprensa, “há cerca de um mês, o presidente do conselho de administração da Fundação Escola Portuguesa de Macau solicitou ao ministro da Educação, Ciência e Inovação a realização de uma inspecção integral ao funcionamento” da instituição de ensino.

O comunicado, assinado por Jorge Neto Valente, presidente da Fundação, diz que o objectivo era que fossem investigadas “situações irregulares que foram detectadas na EPM e outras que prefiguram ilegalidades”. A nota não dá detalhes sobre estas alegadas ilegalidades.

“Desde então, em diversas oportunidades, quer o presidente do conselho de administração da Fundação, quer o próprio conselho, têm vindo a insistir na necessidade dessa inspecção e não apenas de uma mera auditoria do Tribunal de Contas à Fundação”, lê-se no esclarecimento.

A Fundação descreve a abertura do processo de averiguações por parte do Ministério português como “uma boa notícia e um bom começo de diligências que certamente permitirão ao Ministério aperceber-se da realidade da escola e dos problemas que é necessário resolver”.

A Fundação aproveita para dizer que continua a aguardar a confirmação, por parte do Ministério da Educação português, de que serão autorizadas a renovação das licenças especiais dos professores que as solicitaram e que a escola pretende ver renovadas, bem como as licenças especiais dos professores cuja contratação já foi autorizada em Maio último pelas autoridades da RAEM e que visam preencher vagas deixadas por docentes que manifestaram vontade de deixar a escola. A demora do Ministério “começa a preocupar os alunos da EPM e os respectivos pais e encarregados de educação; e, naturalmente, também os órgãos da EPM”.

Por fim, na nota de imprensa, Neto Valente reitera que a EPM não suscitou a renovação das licenças especiais de quatro professores e uma técnica “por não a considerar necessária, de acordo com a distribuição de serviço prevista para o próximo ano”.

Recorde-se que, no final de Maio, a direcção da EPM comunicou a cinco professores e a uma técnica da instituição – cinco deles em Macau ao abrigo de uma licença especial de Portugal – que não ia renovar o vínculo laboral para o próximo ano lectivo, alegando motivos de gestão. Só no departamento de Português da EPM, três professores viram o contrato terminado, todos detentores de bilhete de residente permanente.

Uma das docentes dispensadas foi Alexandra Domingues, também representante dos professores junto do Conselho de Administração, e que dava aulas no território há 33 anos, estando ligada à EPM quase desde o seu início. A sua dispensa fez com que circulasse na internet uma petição pela sua continuidade na escola, reunindo mais de um milhar de assinaturas.

Acácio de Brito, director da instituição desde Dezembro do ano passado, assegurou depois que a EPM já tinha autorização da parte do Ministério da Educação de Portugal para contratar docentes em substituição daqueles que tinham sido dispensados. No entanto, o Governo português indicou à TDM Canal Macau que não foi dada autorização para a contratação de docentes para a EPM em substituição dos que foram afastados.

A polémica adensou-se quando começou a circular a informação de que os professores que a direcção da EPM queria contratar para substituir os dispensados seriam amigos de Acácio de Brito e de Alexandre Leitão, cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong. A denúncia foi feita pela secção de Macau do Partido Social Democrata (PSD). Jorge Neto Valente, presidente do Conselho de Administração da Fundação EPM, tinha anteriormente garantido que não seriam contratados amigos pessoais do director.

André Vinagre - Ponto Final - 1 de Julho de 2024

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Diário do Minho - Crónica de Acácio Azevedo de Brito - "OUTRO PONTO DE VISTA…"

 

Este é o meu momento de regresso, a Portugal, a Bracara Augusta e ao nosso Diário do Minho.

Em Díli, Timor-Leste, desde 2015, oito anos cumpridos, chegou o momento para voltar ao meu métier/mister, regressar à minha casa mãe, à Inspeção-Geral da Educação e Ciência exercendo as funções profissionais de Inspetor da Educação e Ciência e regressar à colaboração com o nosso Diário do Minho, com a crónica “Outro Ponto de Vista”, espaço de reflexão e intervenção cívica.

Este intróito, necessário, complementa o que pretendo testemunhar. O tempo em Timor-Leste, considero, os anos mais ricos da minha vida pessoal e profissional. Aprendi, escutando e vivenciando uma outra realidade. Se na qualidade profissional de inspetor tinha uma visão de Escola, diferente, hoje vejo-a numa perspetiva mais holística.

Perscruto, interiormente, ganhei qualidades humanas, a que devo a esta minha experiência profissional, pessoal e humana! Ao correr da pena… Cumprimento integral do compromisso firmado na Carta de Missão de setembro de 2015, elaborado por força dos normativos legais a quem é nomeado para cargos de dirigentes superiores.

(Continua)

Camarate: Lee Rodrigues disse a Acácio Brito ter colocado bomba no avião

 

O advogado Acácio Brito relatou, esta quinta-feira, na comissão de Camarate que Lee Rodrigues lhe disse ter sido o operacional que colocou um engenho explosivo no avião que se despenhou em 1980, para matar Adelino Amaro da Costa. A conversa entre Acácio Brito e Lee Rodrigues aconteceu em dezembro de 1998, em São Paulo, no Brasil, após uma festa em que ambos foram apresentados por um familiar de Acácio Brito de quem Lee Rodrigues era cliente, contou o advogado à comissão parlamentar de inquérito ao caso Camarate.

"Contou-me que foi ele o homem responsável, o operacional, que colocou o engenho no avião que vitimou o ministro da Defesa", afirmou Acácio Brito, referindo que Lee Rodrigues lhe disse "que o objetivo era o ministro da Defesa", o democrata-cristão Adelino Amaro da Costa. "Assumiu sempre que o fez sozinho", disse Acácio Brito, especificando que Lee Rodrigues lhe disse que "executou a operação porque o mandaram executar", sem nomear os alegados mandantes.

Acácio Brito, que já havia sido testemunha noutra comissão de inquérito aos acontecimentos de Camarate, mas, nessa altura, ao abrigo de um programa de proteção de testemunhas, disse que o homem se identificou nessa altura como Jorge. Posteriormente, o advogado das famílias das vítimas, Ricardo Sá Fernandes, mostrou a Acácio Brito uma fotografia de Lee Rodrigues e comprovou que era a mesma pessoa.

"Tive a certeza que era ele quando vi uma foto mostrada pelo doutor Ricardo Sá Fernandes", afirmou Acácio Brito perante a comissão. Acácio Brito contou que Lee Rodrigues lhe disse que vinha a Portugal ver a mãe e que "entrava por Lisboa", referindo ter "proteção", sem dizer de quem. Lee Rodrigues disse-lhe ainda que a partir de 1999/2000 poderia voltar a Portugal porque a situação estaria "resolvida", com a prescrição do alegado crime, disse Acácio Brito.

Acácio Brito disse igualmente que Lee Rodrigues se referiu em tom "desrespeitoso" às comissões de inquérito em que havia sido chamado a depor. Acácio Brito é militante do CDS-PP e nessa condição conheceu o deputado e ex-líder daquele partido José Ribeiro e Castro, num jantar de militantes em Braga, em que "o tema de Camarate veio à baila", conforme recordou o próprio Ribeiro e Castro, que tem assento na comissão.

Posteriormente, Acácio Brito encontrou-se com Ricardo Sá Fernandes, que lhe mostra a fotografia de Lee Rodrigues. A 10.ª comissão de inquérito ao caso Camarate visa averiguar as "causas e circunstâncias em que, no dia 04 de dezembro de 1980, ocorreu a morte do primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, do ministro da Defesa Nacional, Adelino Amaro da Costa, e dos seus acompanhantes". 

Jornal de Notícias (06 junho, 2013 às 22:29)


 

Escola Portuguesa de Macau - Continua a feira


 Passou mais de um mês.

Celebrámos o Dez de Junho, houve discursos, a ministra da Justiça esteve na RAEM em representação do Governo de Portugal. Eu próprio estive fora, regressei, voltei ao trabalho. Houve arraial, sardinhada, Santos Populares, inaugurações, exposições, muito croquete, conversa mole e as habituais declarações de intenções.

Mas se há alguma coisa que não mudou e que possa ser dita neste momento é que o ambiente se adensou e a confusão na Escola Portuguesa de Macau (EPM) é cada vez maior. A confusão, a falta de informação e a falta de vergonha. Os jornais quase diariamente fazem capas com notícias da EPM. Nos telejornais e nos noticiários da Rádio Macau não faltam notícias sobre a EPM. A instabilidade é grande, a apreensão de pais, alunos e professores continua.

Ontem (30 de Junho), ao final do dia, reparei que só no portal do canal português da Televisão de Macau havia na página de entrada 9 (nove) notícias seguidas relativas à EPM (“Portugal pede processo de averiguações à Escola Portuguesa de Macau”, 17:24, Poderá estar em risco Português Língua Não-Materna”, 21:54, Associação de Pais elogia comunicação”, 21:56, Fundação da Escola Portuguesa alega falta de respostas do Ministério da Educação”, 21:56, “Ainda não há data para o início das aulas”, 21:58, “Duas professoras da Escola Portuguesa pediram a demissão”, 22:00, “Fundação da Escola Portuguesa reage”, 22:01,  “Processo de Averiguações à Escola Portuguesa pela Inspecção-Geral da Educação”, 22:02, “EPM saúda processo de averiguações ordenado por Lisboa e pede investigação de possíveis ilegalidades”, 23:00).

Respostas às dúvidas e questões levantadas é que nada. A informação que sai é pouco rigorosa. Tirando uma ou outra declaração avulsa, ou um comunicado, como o que apareceu da Fundação da EPM a congratular-se com a instauração de um processo de averiguações, continuam por dar os esclarecimentos que se exigem. E já se percebeu que se começa a procurar misturar as dispensas de professores e as contratações de novos, usando expedientes pouco sérios, com situações de natureza financeira e contabilística que nada têm a ver com os problemas do ensino e o “esquema” engendrado para as novas contratações.

Depois do que se ficou a saber durante o mês findo, em que se tornou evidente que a dispensa de professores e a contratação de novos, antes mesmo de serem comunicadas aos próprios as dispensas daqueles que se queria afastar, aparentemente sem razão, pelo menos nalguns casos, nem motivo para que tivessem sucedido, a não ser para se poder contratar quem já ser percebeu ser amigo e de relações próximas e de grande intimidade com o Director da EPM, o que aliás se confirmou a partir de Díli, era de esperar que o presidente da Fundação da EPM já se tivesse vindo retratar e pedir desculpa por ter tentado enganar as pessoas quando disse numa entrevista que os professores que vinham não vinham por alvedrio do director nem por serem amigos deste. Afinal, ao que me asseveraram, até já cá tinham estado de férias, aproveitando para tratar dos papéis.

Na quinta-feira passada, na edição de 27/6/2024, numa reportagem de André Vinagre, no Ponto Final (“Polémicas na EPM deixam pais apreensivos”) recordava-se que “até agora, nem Acácio Brito, nem Alexandre Leitão, nem Neto Valente esclareceram a situação. Neto Valente disse apenas ao Jornal Tribuna de Macau que as notícias postas a circular são “falsas” e que “só provocam ruído” (p. 4).

Porém, o curioso é verificar que se há hoje “ruído”, e tanto ruído, do qual aliás já houve quem fizesse abusivo aproveitamento político, é exactamente porque enquanto tardarem as respostas que a comunidade escolar e a opinião pública em geral querem conhecer, e se tentar continuar a disfarçar o que aconteceu, assobiando para o ar, esse ruído irá continuar. Mais desprestígio e mais ruído em tão pouco tempo era difícil.

É óbvio que os eventuais problemas de natureza económica-financeira que tivessem sido “herdados”, deviam ter sido logo de início denunciados e esclarecidos. E não só agora, aproveitando-se a confusão gerada pela dispensa de professores, que não faziam falta e podiam ser dispensados, mas que afinal não podem sair enquanto não estiver concluído o processo de averiguações instaurado pelo Ministério da Educação, para se misturar tudo.

Assim como se impunha que o pretenso mau relacionamento da anterior Direcção da EPM com a DSEDJ, insinuado publicamente pelo presidente da EPM, também deveria ter sido objecto de esclarecimento com factos objectivos, não se deixando no ar a insinuação soez, entretanto desmentida por várias fontes de dentro da própria DSEDJ, e da comunidade, que me asseguraram ter havido sempre o melhor relacionamento com a anterior direcção.

Também seria conveniente esclarecer se para o pedido de contratação de novos professores não-residentes, em regime blue card, a actual direcção da escola, nos dados que terá fornecido à DSAL sobre o número de professores residentes ao seu serviço, contou com os que já tinha em vista dispensar para obter autorização para os novos que iriam ocupar os seus lugares. Isso até hoje não foi esclarecido e devia sê-lo. Porque se isso for verdade, como me foi aventado, então faltará a adjectivação para essa acção.

A juntar a tudo isto, adensando ainda mais o ambiente – perfeitamente escusado e dispensável – que se vive na EPM, há agora mais duas professoras que resolveram voluntariamente apresentar a demissão, uma das quais, disse-o o insuspeito Jorge Silva, no Telejornal, “devido à actual situação que a instituição está a atravessar”.

Ninguém gosta de instabilidade profissional, de insegurança e de viver num clima de medo, em que, a não ser que seja para elogiar o presidente da EPM ou a acção da direcção da escola, nenhum professor fala livremente à luz do dia com receio sobre que lhe poderá acontecer ou sobre o que de si dirão nos próximos meses. Muitos pais também se refugiam no anonimato quando prestam declarações à imprensa.

Convenhamos que nada disto é normal. Ainda menos, como me chegou aos ouvidos, quando se colocam professores em fila à porta de um gabinete, todos à mesma hora, para lhes serem comunicadas as respectivas dispensas. Escuso-me a qualificações. Isto numa escola internacional que ocupa muito boa posição nos rankings, goza de elevado prestígio e apoios públicos do Governo da RAEM e na qual a comunidade dos residentes, das mais de vinte nacionalidades de onde provêm os alunos, e o Estado português, tem reconhecido e natural interesse e mais do que óbvia preocupação.

O presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação de Pais, que agora passou a falar em nome destes face ao mais do que óbvio conflito de interesses e situação de dependência profissional do anterior porta-voz, numa entrevista telefónica que concedeu ontem à TDM, dizia que é a primeira vez em que nesta altura do ano ainda não se sabe quando recomeçará o ano lectivo.

A somar a tudo isto ainda temos processos em curso na DSAL e na DSEDJ em razão das queixas apresentadas pelos professores dispensados. Não se percebem dispensas ao mesmo tempo que se pede a contratação de novos, dizendo-se semanas depois à LUSA que os dispensados não faziam falta. O presidente da EPM, que meu entender esteve na origem do imbróglio, deste clima de semi-bandalheira em que estamos, continua a atirar as culpas para os outros. Nada do que de mal foi feito lhe pode ser assacado.

No entanto, também nada do que aconteceu foi inocente. Ou pode ser reconduzido a meras opções de gestão de um director que chegou há meia-dúzia de meses, que nunca cá tinha estado, não conhecia ninguém, e aqui se estatelou de bruços. Tudo se afigura antes, pelos factos que se vão conhecendo, ao cumprimento de uma agenda delineada ao pormenor, colocada em prática com o recrutamento do Dr. Acácio de Brito, e da qual este é um mero bandarilheiro, ou peão de brega, que ficará com o odioso.

Quem engendrou esta trapalhada nunca será responsável por coisa alguma, embora tudo e mais um par de botas possam passar sempre por si. O ministro da Educação, Ciência e Inovação, que além de ser pessoa ponderada e bem preparada me parece ser, como escreveu há dias Nathalie Schuck recordando Orwell, um homem dotado de common decency, tem de com a maior brevidade colocar um ponto final na bagunça em que vive a EPM desde que o seu antecessor, de tão triste memória, nomeou a actual liderança da FEPM. Se necessário pondo a andar toda esta trupe que deixou de ter condições para fazer um trabalho normal, discreto e que no futuro não levante desconfianças.

Enfim, nomeando pessoas afastadas dos partidos, incluindo do PSD (refiro-me ao Dr. Cesário) ou do CDS (o Dr. Acácio Brito é a famosa personagem do "caso Camarate", ligado àquele partido, a quem o "autor material do crime" se confessou em exclusivo sem o conhecer de lado algum e na sequência da participação num rodízio de final de ano), e dos interesses empresariais, imobiliários e económico-financeiros da terra, gente dedicada ao ensino e a Macau, com qualidades pedagógicas, cuja única agenda seja o interesse da EPM, a salvaguarda do seu bom nome e da qualidade de ensino, do bem-estar de professores, alunos e demais trabalhadores, que alivie as preocupações dos encarregados de educação, tire a EPM das notícias, saiba gerir sem armar a confusão, tratando as pessoas com o respeito com que estas merecem ser tratadas, e fundamentalmente que cumpra a sua função de formar e ensinar bem, com exigência, tranquilidade e rigor, sem outras preocupações que não sejam estas.

Gente séria, gente sem agendas escondidas ou que actue visando a realização de interesses pessoais, de seita, de casta ou de um grupo de amigos, cuja acção, sob a capa de um falso altruísmo e dedicação à comunidade, acaba sempre em confusão e trapalhada onde quer que se meta.

Blog "Delito de opinião" - Sérgio de Almeida Correia - 01.07.24


Failed integration and the fall of multiculturalismo

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