A Associação Ahmadia do Islão em Portugal pretende construir em Samora Correia, uma Mesquita, com vários equipamentos sociais, como uma biblioteca, um pavilhão desportivo, e uma sala de eventos e reuniões, abertos à comunidade, revelou ao NS o líder da comunidade islamita Fazal Ahmad.
A Associação Ahmadia do Islão que está espalhada por mais de 200 países do mundo, estando estabelecida e legalizada em Portugal desde 1987, finalizou a 31 de janeiro, a aquisição de um terreno na Avenida “O Século”, em Samora Correia, em frente aos Bombeiros Voluntários, por 300 mil euros, e onde de acordo com Fazal Ahmad, pretende investir mais de 2 Milhões de euros na construção do templo religioso, que terá também equipamentos lúdicos e culturais, “abertos à comunidade”.
O assunto acabou por ganhar contornos polémicos, depois da bancada do Partido Socialista (PS) na Assembleia Municipal de Benavente, ter questionado o Presidente da Câmara Municipal de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), sobre a intenção da associação em construir ali uma Mesquita, e o porquê da autarquia não ter exercido direito de preferência sobre o terreno, onde no seu entendimento poderia ser construído um parque urbano ou uma creche.
Carlos Coutinho, salientou que apenas teve uma reunião com o líder da comunidade, onde referiu que “não vê em Samora Correia uma comunidade com dimensão para a construção de uma Mesquita”, mas que ainda assim “o assunto deverá ser analisado após as eleições”, e pelo executivo que lhe suceder.
Sobre a aquisição do terreno por parte da Câmara Municipal, Carlos Coutinho salientou que além da câmara não poder adquirir todos os terrenos que estão à venda no concelho, “o negócio era privado e a câmara não pode intervir”, ainda mais porque não tinha conhecimento que o terreno se encontrava em processo de venda.
Fazal Ahmad confirmou ao NS que a apresentação do projeto à Câmara Municipal de Benavente irá apenas ocorrer após as eleições autárquicas de outubro próximo, querendo afastar-se totalmente da polémica que foi criada, sobretudo porque “somos uma comunidade pacífica, que quer viver em paz com todos e afastados das polémicas”.
“Somos perseguidos em muitas partes do Mundo, e não queremos ser perseguidos em Portugal, sobretudo por partidos políticos ou quem se quer aproveitar quando se aproximam as eleições…”, afirmou, lamentando a situação verificada na Assembleia Municipal de Benavente.
Questionado sobre a escolha de Samora Correia para a construção do
templo religioso, Fazal Ahmad esclarece que “estávamos à procura de um
terreno para construir uma Mesquita”, mas os preços em Lisboa são muito
caros.
“Tentamos comprar um terreno em Odivelas, mas os preços são
muito mais caros, e a nossa comunidade não tem qualquer apoio dos países
árabes, somos uma comunidade independente e muito pacífica”,
acrescentou o líder religioso.
(Continua)
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