quinta-feira, 18 de julho de 2024

Inspector vindo de Portugal já cumpriu uma semana de trabalho na Escola Portuguesa de Macau

 

Um elemento da Inspecção-Geral da Educação e Ciência de Portugal encontra-se em Macau há já uma semana. Tem mantido reuniões com responsáveis da Direcção e da Fundação Escola Portuguesa e com os professores dispensados. Miguel de Senna Fernandes e Rita Santos estão na lista de pessoas que o subdirector da Educação quer ouvir

O subdirector da Inspecção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) enviado à RAEM na sequência da decisão daquele Ministério em abrir um processo de averiguações à Escola Portuguesa de Macau (EPM) já cumpriu uma semana de encontros a vários níveis no território. O representante luso chegou na semana passada e iniciou de imediato uma série de reuniões, tendo em vista auscultar os intervenientes na controvérsia gerada pela demissão de alguns professores, entre os quais se encontram docentes que têm leccionado sob licença especial concedida pelo Ministério da Educação, Ciência e Inovação de Portugal (MECI).

Segundo apurou o Jornal TRIBUNA DE MACAU junto de várias fontes, o inspector do IGEC encontrou-se, durante várias horas, com o director da EPM, Acácio de Brito, assim como com Jorge Neto Valente, presidente do Conselho de Administração da Fundação EPM. Contactado por este jornal para uma reacção, Acácio de Brito não respondeu até ao fecho desta edição.

Durante a sua estada no território, o inspector, que veio a Macau depois de um pedido do ministro Fernando Alexandre, tem também por missão ouvir, um a um, os professores envolvidos na decisão da EPM em não renovar os seus contratos. Alguns desses professores, recorde-se, estão em licença especial e exercem funções na escola há vários anos consecutivos.

Na lista de contactos, o inspector da IGEC incluiu igualmente pessoas ligadas à comunidade portuguesa, nomeadamente Miguel de Senna Fernandes, que faz também parte da Fundação EPM, e Rita Santos. Ambos confirmaram ao JTM que aguardam pelas reuniões.

Concretamente Rita Santos, presidente do Conselho Regional das Comunidades Portuguesas na Ásia e na Oceânia, disse esperar que esse encontro decorra antes de amanhã, uma vez que vai ausentar-se de Macau durante algum tempo. A conselheira revelou que enviou sete cartas ao MECI, “todas elas com conteúdos diferentes”. O objectivo é, sublinha Rita Santos, “poder manter esses professores em Macau”.

Sobre a inspecção, o JTM enviou, no final da semana passada, uma série de questões ao MECI e à IGEC, nomeadamente sobre os procedimentos e resultados da investigação, mas não obteve ainda uma resposta.

De recordar que a controvérsia surgiu quando o director da EPM, Acácio de Brito, que se encontra à frente da instituição desde Novembro de 2023, anunciou que iria dispensar alguns professores, entre os quais docentes com estatuto de residência permanente na RAEM, numa decisão “de gestão e não de restruturação” como referiu em finais de Maio deste ano aos órgãos de comunicação social.

Uma queixa apresentada pelos docentes envolvidos ao Ministério da Educação, e igualmente aos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude de Macau, mereceu reacção. De Portugal veio a resposta do ministro Fernando Alexandre, que solicitou ao IGEC que procedesse a uma investigação.

Na sequência das notícias vindas a lume e depois de Acácio de Brito ter afirmado que iria recrutar professores em Portugal, também a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais se pronunciou, afirmando que se a contratação de pessoal vindo do exterior “causar danos aos direitos laborais de funcionários locais, (…) fará cumprir estritamente a lei”, nomeadamente cancelando a autorização dada ao empregador. Nesta altura desconhece-se se esses novos professores virão de facto para Macau.

Conselheiros do Círculo da China defendem continuidade de docentes

Os Conselheiros das Comunidades Portuguesas do Círculo da China defenderam ontem, em comunicado, que a Escola Portuguesa deve manter os professores que são residentes permanentes e que têm experiência no ensino do Português como Língua Não Materna (PLNM). Sublinhando que “escola tem professores residentes permanentes da RAEM com estes conhecimentos”, sustentam que é “necessário que, de acordo com a Lei de Macau, possam continuar o seu trabalho e não sejam substituídos por professores desconhecedores da realidade local e das práticas pedagógicas a utilizar com os alunos”. Considerando que o PLNM “requer o domínio de práticas lectivas muito específicas que os professores vão apurando”, entendem ainda que “os conhecimentos teórico-práticos dos professores da EPM são valiosos e não devem ser desperdiçados de forma nenhuma”.

Jornal Tribuna de Macau

Vítor Rebelo

 


domingo, 14 de julho de 2024

12 jogadores da seleção sub-17 da Guiné-Bissau desapareceram em Portugal

 


Em um desenvolvimento alarmante, doze jogadores da seleção sub-17 da Guiné-Bissau desapareceram misteriosamente em Portugal.  Os jovens atletas sumiram após o término de seu terceiro jogo contra São Tomé e Príncipe. Apenas cinco jogadores foram encontrados no centro de estágio em Cascais, enquanto o paradeiro dos outros doze permanece desconhecido.

Informações obtidas pela Rádio Sol Mansi indicam que os jogadores deixaram o local sem aviso, gerando uma busca intensa por parte das autoridades. Suspeita-se que possam estar escondidos em casas de amigos ou familiares.

Uma fonte, que preferiu não ser identificada, expressou consternação com o ocorrido, destacando que os jogadores estavam bem acomodados e não havia razão aparente para a fuga. Com um jogo crucial contra o Brasil marcado para amanhã, 14/07/24, a ausência dos 12 jogadores coloca em risco a participação da Guiné-Bissau na partida, aumentando a preocupação sobre a segurança e o bem-estar dos jovens atletas.

Este incidente não só afeta os compromissos desportivos da seleção nacional, mas também acende um alerta sobre a proteção e supervisão dos jogadores.

Fonte: Rádio Sol Mansi

sábado, 13 de julho de 2024

Escola Portuguesa de Macau já tem projecto de ampliação


O Governo já fez consultas, e o PLATAFORMA sabe que se iniciam negociações para a ampliação da Escola Portuguesa, cuja capacidade está esgotada. Mas mudar tudo, deixando tudo na mesma, é o exercício da impossibilidade. Victor Mestre, que trabalhou com Chorão Ramalho, mas também em organizações como a Docomomo Macau, focada na preservação de edifícios com História, assumem abertamente a necessidade de ampliação. Só uma estrutura nova, complementar, ambiciosa e “atrevida”, parece capaz de fazer a Pedro Nolasco crescer, preservando a “alma” de tudo o que lá hoje habita.

Victor Mestre, arquiteto de renome na renovação de edifícios históricos, apaixonou-se pela obra e – pelo homem – quando trabalhou com Chorão Ramalho. Veio a Macau a 8 de novembro, convidado pela Docomomo Macau, numa exposição emotiva sobre a necessidade de preservar a Pedro Nolasco, “jóia da arquitetura colonial” e um “ícone de Macau”. A partir de Lisboa, em conversa telefónica com o PLATAFORMA, projeta agora o compromisso com o futuro e sugere a construção de um edifício novo, na zona do pátio de jogos, numa intervenção que compara com a que se fez no Guggenheim, em Nova Iorque, à obra de Frank Lloyd Wright. A “emoção tem de ser trabalhada com inteligência”, porque a melhor forma de preservar a Escola Portuguesa é ter o “atrevimento de a ampliar”, evitando que a pressão da realidade parta a espinha à “alma” que Chorão Ramalho lá plantou.

(Continua)

quinta-feira, 11 de julho de 2024

Vitório Cardoso diz que Portugal deve “reassumir a soberania do Brasil”

 

"(,,,) Após a invasão em Brasília, Vitório Cardoso, empresário natural de Macau e presidente da secção de Macau do Partido Social Democrata (PSD) (*), fez uma publicação na sua página de Facebook em que diz que “Portugal deve enviar as suas forças especiais para estabilizar e reassumir a soberania do Brasil”. “Tiveram 200 anos de recreio e é hora de acabar com os fugitivos de Portugal para o Brasil e vice-versa para se fugir à extradição”, lê-se na publicação, que é acompanhada de uma imagem das Armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, que vigorou entre 1815 e 1823. 

Vitório Cardoso diz ainda que “em respeito pela democracia, Lula da Silva deve ser nomeado Presidente do Governo local e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nomeia o Governador-Geral do Brasil e assim a Polícia Judiciária Portuguesa deverá estar pronta e atenta para caçar os fora-da-lei e demais foragidos em polícia única nas duas margens do Oceano” (...) (Jornal Ponto Final - 20 Janeiro de 2023)

(*) Vitório Cardoso foi recentemente nomeado secretário pessoal de José Cesário, secretário de Estado das Comunidades.

 

Vitório Cardoso, novo secretário pessoal de José Cesário, quer reconquistar o Brasil

 

Vitório Cardoso é contacto próximo entre a sociedade civil portuguesa e a resistência aos talibãs

Vitório Cardoso eleito para a Assembleia Municipal de Proença-a-Nova 

Neto de Proença-a-Nova nas Relações Internacionais do PSD Nacional 

 

Vitório Cardoso, ex-presidente da secção do PSD/Macau e actual secretário pessoal de José Cesário, defendeu que Portugal devia reassumir a soberania do Brasil

  

Vitório Cardoso diz que Portugal deve “reassumir a soberania do Brasil”

Após a invasão em Brasília, Vitório Cardoso, empresário natural de Macau e presidente da secção de Macau do Partido Social Democrata (PSD), fez uma publicação na sua página de Facebook em que diz que “Portugal deve enviar as suas forças especiais para estabilizar e reassumir a soberania do Brasil”

“Tiveram 200 anos de recreio e é hora de acabar com os fugitivos de Portugal para o Brasil e vice-versa para se fugir à extradição”, lê-se na publicação, que é acompanhada de uma imagem das Armas do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, que vigorou entre 1815 e 1823. 

Vitório Cardoso diz ainda que “em respeito pela democracia, Lula da Silva deve ser nomeado Presidente do Governo local e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, nomeia o Governador-Geral do Brasil e assim a Polícia Judiciária Portuguesa deverá estar pronta e atenta para caçar os fora-da-lei e demais foragidos em polícia única nas duas margens do Oceano”.

(Jornal Ponto Final)


Presidente da Secção de Macau do PSD em manifestação do partido CHEGA

 

Vitório Cardoso justificou a presença no evento à imprensa portuguesa por considerar que Portugal contribuiu para uma mistura “perfeita” das raças. José Cesário, deputado eleito com o apoio do PSD de Macau, recusou comentar o assunto

O presidente da secção de Macau do Partido Social Democrata, Vitório Cardoso, foi uma das cerca de 1.200 pessoas que participaram na manifestação promovida pelo partido Chega, liderado por André Ventura, com o tema “Portugal não é racista”. O evento decorreu no domingo à tarde, em Lisboa, e Vitório Cardoso fez-se acompanhar por uma bandeira do seu partido, que a nível nacional não se associou ao evento.

O HM entrou ontem em contacto com Vitório Cardoso para perceber as razões que o levaram a participar no evento e se poderia haver aproximação da secção de Macau às posições do Chega. No entanto, o presidente da secção do PSD recusou responder: “São assuntos internos político-partidário portugueses e que só dizem respeito a Portugal”, justificou.

Contido, em declarações ao Jornal de Notícias, Vitório explicou a presença com o facto de considerar que os portugueses contribuíram para uma mistura perfeita de raças ao longo da História. “Estou aqui para lembrar a ‘miscigenação perfeita’ produzida no Oriente pelos portugueses”, sustentou o social-democrata.

Também no seu perfil de Facebook, Cardoso afirmou não admitir que se semeie racismo “numa Nação que com o mundo miscigenou” nem permitir que se destrua “a memória histórica e grandiosa dos Descobrimentos nem vandalismos contra o Infante Dom Henrique, Padre António Vieira ou outros”.

Ambiente de silêncio

Antes do evento, André Ventura afirmou que a manifestação era “de tudo menos de supremacia branca, de tudo menos de nazis”. As declarações não afastaram membros da extrema-direita, como Mário Machado, ligado ao movimento skinhead.

Face a este cenário, o HM contactou José Cesário, deputado do PSD eleito pelo círculo Fora da Europa, sobre a participação de Vitório Cardoso na manifestação. Também Cesário optou pelo silêncio:

“Considerando as funções que tenho [como deputado] nem sequer me devo envolver nestas matérias. Como deputado não me pronuncio sobre isso. São questões de natureza partidária”, explicou.

Miguel Bailote, militante do PSD e ex-líder da secção de Macau, adoptou uma postura semelhante. “Sou militante, mas como fui o anterior presidente da secção não entendo que seja oportuno fazer comentários sobre uma pessoa que me substituiu. Não seria cordial comentar”, afirmou.

Quem também recusou comentar o assunto foi Lola do Rosário, que integrou a lista de José Cesário nas últimas legislativas. “Não sei de qualquer participação do Dr. Vitório nesse evento e por isso não tenho nada a declarar”, respondeu.

 

MNE: José Cesário nomeia secretário que elogia Franco e Salazar, a PIDE e o Chega

O novo secretário pessoal do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas andou em manifestações do Chega, aprecia ditadores e a PIDE, critica o que o cônsul Aristides de Sousa Mendes fez, ao salvar milhares de judeus, durante a II Guerra Mundial, fazia facilitação de negócios entre Portugal e China e classifica o 25 de Abril de 1974 como "um dia de luto".

No dia 4 de julho foi publicado em Diário da República a nomeação de Vitório Rosário Cardoso como secretário pessoal do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, em despacho assinado por este a 24 de maio. Vitório Cardoso, indica o seu currículo, tem a “frequência do curso de Turismo, na Universidade de Macau, e do curso avançado de Estudos Marítimos, no Instituto de Ciências Políticas da Universidade Católica Portuguesa”, ambos por concluir. (Revista Sábado)
 
Revista Visão

Ainda não conhece o Vitório? A VISÃO conta-lhe tudo

As ideias do putativo nomeado eram conhecidas. Estão, aliás, na blogosfera. Exemplos? Para Vitório, Aristides Sousa Mendes, o cônsul que “alegadamente ajudou a salvar vidas judias durante a II Guerra Mundial, pôs em risco a vida de todos os portugueses”. O 25 de Abril de 1974 foi, “em Macau, um dia de luto, pois significou a derrota de Civilização pelo Comunismo”. Vitório chegara mesmo a indignar-se com a detenção de elementos de organizações fascistas e neonazis em Portugal, em 2007, para ele “reflexo da formatação cultural dada pelo ensino de esquerda”. O português nascido em Macau acredita na trilogia “Deus, Pátria e Família”, sente-se repugnado pelos “valores libertinos e perversos da revolução francesa e de laivos marxistas”. 
Era frequente lê-lo a terçar armas contra o “Terrorismo Anarco-Piolhoso e Extrema-Esquerdista com cobertura Socialista” e os “capitães abrilinos”. “Conservador-reformista e tradicionalista”, acredita que, no PSD, as novas gerações irão “limpar o Partido e por Deus, por Portugal e pelo Povo e Famílias Portuguesas”, rezando e governando “a bem da Nação”. Um dia, Daniel Oliveira, no Blasfémias, deu-lhe troco: “Julguei que estava a ver a RTP Memória mas ainda antes de haver RTP. Você toma banho em formol?”, questionou.
 
O regresso do “nosso” Vitório-I (Jornal Tribuna de Macau)

Às 3.15 da tarde de 1 de Agosto de 2010 (hora de Portugal, pensa-se), Vitório Rosário Cardoso escreveu um “post”: “solicito que sejam apagados todos os comentários assinados com o nome “vitório rosário cardoso” uma vez que foram publicados por um “clone”, que tem como intenção de denegrir e difamar”. O técnico de comunicação da CPLP referia-se a comentários seus surgidos no blogue “Portas do Cerco” – www.passaleao.blogspot.com. O autor adiantava que “Este caso já está a ser seguido pelas autoridades policiais competentes”, mas até hoje não se conhecem resultados.

Notícias Viriato, blogue de extrema-direita:

Entrevista a Vitório Cardoso: “O Maior Valor de Portugal e da Portugalidade é o Universalismo.”

O Notícias Viriato entrevistou o Presidente da Secção do PPD/PSD em Macau e Hong Kong, Vitório Rosário Cardoso, no início de Abril de 2020. Entre vários tópicos, falou sobre a sua história familiar, a sua vida profissional, as relações entre Portugal e a China, e o papel de Macau.

Chega junta algumas centenas de pessoas em Lisboa para mostrar que “Portugal não é racista”

Ventura encabeçou o desfile e teve ao seu lado a actriz Maria Vieira assim como o líder da corrente interna centrista CDSXXI, Pedro Borges de Lemos, com a bandeira do CDS. Muito perto, seguia o presidente da secção do PSD em Macau e Hong Kong, Vitório Cardoso, que, tal como na manifestação do Chega de 27 de Junho, levava ao ombro uma bandeira do PSD.

 

 

 

 

 

 



quarta-feira, 10 de julho de 2024

EPM: Nova petição junta mais de 100 assinaturas

 

 A agitação na Escola Portuguesa de Macau tarda em acalmar, e uma nova petição dirigida às autoridades locais vem pedir a continuidade dos professores e da psicóloga dispensados, refere o jornal Hoje Macau. Além disso, os signatários apelam ao respeito pela lei local. O respeito pela lei de Macau, a manutenção dos professores e da psicóloga dispensados e a continuidade da disciplina do português como língua não materna. São estes os pedidos que constam de uma nova petição sobre a Escola Portuguesa de Macau (EPM), dirigida às autoridades de Macau, que está a circular online e que ontem tinha mais de 100 assinaturas, de acordo com o jornal.

O texto escrito em nome dos “residentes” do território defende a “manutenção dos professores e da psicóloga dispensados”, o que é justificado com o “saber acumulado ao longo de muitos anos” do exercício das funções em Macau. Este pedido é igualmente fundamentado com o “profissionalismo e empenho” dos visados pelas dispensas, sendo considerado que a sua continuação vai permitir o “sucesso nos estudos” e “numa língua curricular” que “na maioria das vezes” não é a língua materna dos alunos.

Outro dos aspectos mencionados, passa pela defesa da continuidade da disciplina do português como Português como Língua Não Materna (PLNM). Segundo o texto que reuniu mais de 100 assinaturas, o PLNM “permite aos alunos” da “comunidade que frequentam a EPM e que não são de língua materna portuguesa (muitos deles alunos inclusivos), imersos no seu dia-a-dia em línguas e culturas tão diversas, aprenderem o português de forma gradual, sistemática e consolidada, alicerçando o estudo das restantes disciplinas do currículo português”.

Em relação ao PLNM, numa resposta recente da escola à associação de pais, foi reafirmado o compromisso com a manutenção da disciplina.

Por último, a petição apela ao “respeito pela lei da RAEM, nomeadamente no que diz respeito às orientações da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) relativas ao pagamento do trabalho realizado pelos professores com os alunos do ensino inclusivo”.

O texto aponta também que o pagamento visa permitir que os alunos sejam “devidamente acompanhados nas suas necessidades educativas” e que possam cumprir a “escolaridade obrigatória na EPM”, permitindo assegurar a “salvaguarda do princípio da inclusão, da defesa da multiculturalidade e da igualdade de oportunidades para todos”.

terça-feira, 9 de julho de 2024

Neto Valente “muito preocupado” com a Escola Portuguesa

 

O Conselho de Administração da Escola Portuguesa de Macau (CAEPM) aprovou esta semana a abertura das aulas a 9 de Setembro, o calendário do ano letivo, e o esboço da distribuição de serviços, de acordo om o jornal PLATAFORMA. Neste último ponto enquadram-se 12 novos professores, “vindos de vários sítios do mundo”. Os primeiros 10, explica Neto Valente ao PLATAFORMA, estão validados curricularmente e viram aprovada a sua vinda, por parte da RAEM. Os últimos dois - já validados - esperam essa autorização. O que causa “muita preocupação” ao presidente da Fundação Escola Portuguesa - e também do CAEPM - é não haver ainda confirmação das licenças especiais por parte do Ministério da Educação, em Portugal, adianta o jornal.

“Estão mais de um mês atrasados”, e “nem sequer há indicação” sobre a data dessas confirmações. “Queremos é abrir a escola em condições”, desabafa Neto Valente, “mas receamos que, se continuarem a arrastar, as pessoas se desinteressem”. Afinal, “já informaram as escolas onde estão de que querem vir para Macau, mas não é a 15 dias das aulas que vão organizar a sua vida”. E se falhar essa confirmação? “A escola fica numa situação muito difícil”, remata Neto Valente. O atraso verifica-se em várias escolas portuguesas no exterior – não só em Macau. Ou seja, vai tudo para férias, e os timings derrapam.

A renovação do quadro docente na EPM tem sido polémica, sobretudo em torno dos quatro professores – e uma técnica – que a 27 de Maio foram informados de que seriam dispensados. Nessa data, sete deles haviam decidido não continuar cá, tendo recentemente outros dois tomado a mesma decisão. Neto Valente aborda a questão mais sensível: “Ninguém vem substituir os professores a quem foi comunicado que não seria renovado o pedido da licença especial. O milagre é que a distribuição do serviço, noutros moldes, não os inclui porque não fazem falta. A distribuição era feita de uma maneira não correta”. E esclarece: “Esses professores lecionavam português e geografia; e as aulas que davam – não eram muitas – serão garantidas pela melhor organização do quadro docente. Os novos vêm suprir necessidades identificadas, pelo diretor da Escola, nas áreas de matemática, físico-química, informática, inteligência artificial, e ensino primário”.
“Ninguém é substituído”, explica o presidente do Conselho de Administração da Fundação Escola Portuguesa de Macau.

Este ponto é particularmente importante, porque o Ministério da Educação, alegando falta de professores em Portugal, recusa substituir os docentes dispensados. Neto Valente repetiu a informação, frisando: “Ninguém é substituído”. E esclarece a tutela de Acácio de Brito: “A Fundação não gere a escola, nem escolhe professores; compete ao diretor contratar e gerir o pessoal docente – e não docente”. Assim desmente ideia, “que anda por aí”, de que estaria pessoalmente empenhado em decidir quem sai e quem entra. Garante, contudo, a “qualidade” das escolhas. “Segundo pessoas ligadas ao meio, nunca houve pessoas com tanta qualidade. Antigamente, bastava mostrar um canudo e ninguém ia ver se era por equivalência, ou em que universidade. Agora, os que vêm têm de ser validados pela Educação; que analisa currículo, cadeiras, formação pedagógica, estágio e experiência”, refere Neto Valente, citado pelo jornal PLATAFORMA.

O quadro da EPM é de 79 professores, 12 dos quais aguardam então pela confirmação da licença especial. O custo operacional ultrapassa 70 milhões de patacas/ano; suportados por 9 milhões da Fundação Macau e pelo Fundo Educativo – que abrange por lei todas as escolas da rede pública – e a EMP por opção política. As propinas, e o subsídio do Estado Português – 6.6 milhões – estão “longe de cobrir as despesas”, alerta Neto Valente, explicando que a Fundação Escola Portuguesa, ainda assim, “todos os anos recorre ao fundo de que dispõe para cobrir o que falta”. A Fundação “não tem despesas de pessoal, nem despesas operacionais; os subsídios que recebe canaliza para a escola. Mas, a continuar assim, qualquer dia não temos dinheiro”. Portugal, por obrigação estatutária, teria de financiar a escola em 51 por cento do défice, “mas nem em 10 por cento cumpre”, lamenta.

segunda-feira, 8 de julho de 2024

“Racismo Woke”, uma nova religião

 

Em “Racismo Woke”, John McWhorter desfaz a linguagem e a lógica, ou ausência desta, naquilo que ele descreve como a terceira vaga do antirracismo e uma nova religião – uma ideologia fanática que exige arrependimento e submissão perpétua dos brancos em expiação de pecados ancestrais.

John McWhorter é um homem muito inteligente. Esta a primeira constatação que se nos depara em “Racismo Woke”. Página após página encontramos parágrafos brilhantes que exploram (isto é, desfazem) a linguagem e a lógica, ou ausência desta, naquilo que ele descreve como a terceira vaga do antirracismo e uma nova religião — uma ideologia fanática que exige arrependimento e submissão perpétua dos brancos em expiação de pecados ancestrais.

“Como é que um país tão grande, heterogéneo e politicamente dividido como os EUA chegaria alguma vez a um consenso final e abrangente que ‘resolvesse’ o racismo? Os brancos ‘radicais’ são gentios incorrigíveis, dizem-nos eles. Está bem, mas, se assim é, o que os vai levar a mudar de opinião? Ler o ‘Fragilidade Branca’?”, escreve McWhorter. “Os eleitos não gostam de ouvir estas perguntas, e até as consideram arrogantes, como se nos perguntassem como ousamos questionar o divino. A própria linguagem é litúrgica, referindo-se apenas aproximadamente à existência real, e só compreensível na sua totalidade como poesia, espírito ou profecia.”
(Continua)

Neto Valente: "Ninguém é substituído" na Escola Portuguesa de Macau



O Conselho de Administração da Escola Portuguesa de Macau (CAEPM) aprovou esta semana a abertura das aulas a 9 de Setembro, o calendário do ano letivo, e o esboço da distribuição de serviços, refere o jornal PLATAFORMA. Neste último ponto enquadram-se 12 novos professores, “vindos de vários sítios do mundo”. Os primeiros 10, explica Neto Valente ao PLATAFORMA, estão validados curricularmente e viram aprovada a sua vinda, por parte da RAEM. Os últimos dois - já validados - esperam essa autorização. O que causa “muita preocupação” ao presidente da Fundação Escola Portuguesa - e também do CAEPM - é não haver ainda confirmação das licenças especiais por parte do Ministério da Educação, em Portugal.

“Estão mais de um mês atrasados”, e “nem sequer há indicação” sobre a data dessas confirmações. “Queremos é abrir a escola em condições”, desabafa Neto Valente, “mas receamos que, se continuarem a arrastar, as pessoas se desinteressem”. Afinal, “já informaram as escolas onde estão de que querem vir para Macau, mas não é a 15 dias das aulas que vão organizar a sua vida”. E se falhar essa confirmação? “A escola fica numa situação muito difícil”, remata Neto Valente. O atraso verifica-se em várias escolas portuguesas no exterior – não só em Macau. Ou seja, vai tudo para férias, e os timings derrapam, acrescenta o presidente do Administração da Escola Portuguesa de Macau.

Renovação polémica

A renovação do quadro docente na EPM tem sido polémica, sobretudo em torno dos quatro professores – e uma técnica – que a 27 de Maio foram informados de que seriam dispensados. Nessa data, sete deles haviam decidido não continuar cá, tendo recentemente outros dois tomado a mesma decisão. Neto Valente aborda a questão mais sensível: “Ninguém vem substituir os professores a quem foi comunicado que não seria renovado o pedido da licença especial. O milagre é que a distribuição do serviço, noutros moldes, não os inclui porque não fazem falta. A distribuição era feita de uma maneira não correta”. E esclarece: “Esses professores lecionavam português e geografia; e as aulas que davam – não eram muitas – serão garantidas pela melhor organização do quadro docente. Os novos vêm suprir necessidades identificadas, pelo diretor da Escola, nas áreas de matemática, físico-química, informática, inteligência artificial, e ensino primário”.

Ninguém é substituído

Este ponto é particularmente importante, porque o Ministério da Educação, alegando falta de professores em Portugal, recusa substituir os docentes dispensados, de acordo com o presidente do Conselho de Administração da Escola Portuguesa de Macau. Neto Valente repetiu a informação, frisando: “Ninguém é substituído”. E esclarece a tutela de Acácio de Brito, actual detector da EPM: “A Fundação não gere a escola, nem escolhe professores; compete ao diretor contratar e gerir o pessoal docente – e não docente”. Assim, Neto Valente desmente a ideia, “que anda por aí”, de que estaria pessoalmente empenhado em decidir quem sai e quem entra. Garante, contudo, a “qualidade” das escolhas. “Segundo pessoas ligadas ao meio, nunca houve pessoas com tanta qualidade. Antigamente, bastava mostrar um canudo e ninguém ia ver se era por equivalência, ou em que universidade. Agora, os que vêm têm de ser validados pela Educação; que analisa currículo, cadeiras, formação pedagógica, estágio e experiência”.

O quadro da EPM é de 79 professores, 12 dos quais aguardam então pela confirmação da licença especial. O custo operacional ultrapassa 70 milhões de patacas/ano; suportados por 9 milhões da Fundação Macau e pelo Fundo Educativo – que abrange por lei todas as escolas da rede pública – e a EMP por opção política, destaca o jornal PLATAFORMA. As propinas, e o subsídio do Estado Português – 6.6 milhões – estão “longe de cobrir as despesas”, alerta Neto Valente, explicando que a Fundação Escola Portuguesa, ainda assim, “todos os anos recorre ao fundo de que dispõe para cobrir o que falta”. A Fundação “não tem despesas de pessoal, nem despesas operacionais; os subsídios que recebe canaliza para a escola. Mas, a continuar assim, qualquer dia não temos dinheiro”. Portugal, por obrigação estatutária, teria de financiar a escola em 51 por cento do défice, “mas nem em 10 por cento cumpre”, lamenta Neto Valente
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Inspecção à EPM

“A notícia de que o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) determinou à Inspecção-Geral da Educação e Ciência a abertura de um processo de averiguações é uma boa notícia e um bom começo de diligências, que certamente permitirão ao Ministério e da realidade da Escola, e dos problemas que é necessário resolver", afirmou em 3 de Julho o presidente do Conselho de Administração da Escola Portuguesa de Macau (EPM)

Foi desta forma que Neto Valente reagiu à notícia da abertura de um processo de averiguações à escola para apurar as circunstâncias em que decorreu a dispensa de quatro professores e um técnico superior, num comunicado assinado pelo presidente do conselho Jorge Neto Valente.

O responsável vincou que pedira ao MECI, há cerca de um mês, uma inspecção integral ao “funcionamento da Escola de Macau (avaliação externa das escolas) a fim de serem investigadas situações irregulares que foram detectadas na EPM e outras que prefiguram ilegalidades”. Jorge Neto Valente afirma que a fundação que gere a EPM tem insistido na necessidade da inspecção, “e não apenas uma mera auditoria do Tribunal de Contas à Fundação”. 

MNE pede explicações 

Entretanto o Ministério da Educação determinou à Inspecção-Geral da Educação e Ciência a abertura, a pedido do ministro da Educação de Portugal, de um outro processo de averiguações à Escola Portuguesa de Macau (EPM) para apurar as circunstâncias em que decorreu a dispensa dos docentes, noticiou a agência Lusa. Ontem à noite, a Fundação EPM indicou que foi a própria Fundação a solicitar a investigação ao Ministério da Educação português para que fossem averiguadas “situações irregulares” e “ilegalidades”.

Neto Valente: Professores dispensados da Escola Portuguesa de Macau (EPM) "não fazem falta"

 
Neto Valente, presidente da Fundação e do Conselho de Administração da EPM garantiu ao jornal Plataforma que os quatro professores dispensados na Escola Portuguesa não serão substituídos. "O milagre é que a distribuição de serviço noutros moldes, não os incluiu porque não fazem falta", afirmou. Ou seja, os 12 novos escolhidos virão leccionar outras disciplinas. O problema, agora, é a espera, que desespera, das licenças especiais por confirmar pelo Ministério da Educação, em Portugal. "Estão mais de um mês atrasados". E, se não as derem..., alertou Neto Valente "a Escola fica muma situação muito difícil", salientou o presidente da Fundação e do Conselho de Administração da EPM".

 

sexta-feira, 5 de julho de 2024

PJ investiga violação de jovens nas festas de Felgueiras

 

Duas jovens, de 18 e 23 anos de idade, terão sido violadas, em Felgueiras, durante as festas de S. Pedro. O primeiro caso, com uma jovem de 23 anos, ocorreu na Rua Rebelo de Carvalho, cerca das 04 horas da madrugada de sábado. A violação terá sido perpretada por um grupo de homens de nacionalidade estrangeira. A vítima foi pelos próprios meios ao Hospital de S. João no Porto.

O outro, com uma jovem de 18 anos, residente em Amarante, foi na Praça da República, pelas 03h53, avança o Correio da Manhã, e também envolveu um grupo de homens de nacionalidade estrangeira. Esta jovem foi assistida pelos Bombeiros de Felgueiras e levada ao hospital. A Polícia Judiciária está a investigar. Os homens ainda não foram identificados.

Felgueiras Diário
Data - Julho 4, 2024


quinta-feira, 4 de julho de 2024

Grupos de "estrangeiros" violam duas jovens em Felgueiras


 A notícia é do Correio da Manhã de hoje. Em dois episódios diferentes, duas jovens, de 18 e 23 anos foram violadas por "um grupo de homens, de nacionalidade estrangeira". Os crimes aconteceram em plena via pública, nas duas noites do fim de semana das festas do concelho de Felgueiras em honra de S. Pedro. 

Como é que as autoridades (e o Correio da Manhã...) sabiam que se tratava de um grupo de homens de nacionalidade estrangeira? Alguém viu os seus bilhetes de identidade? Ou será o caso de pessoas que se distinguem claramente, pelo seu aspecto físico e forma de vestir, como sendo cidadãos estrangeiros, sem ser necessário ver os seus bilhetes de identidade? 

A partir destes dados e seguindo uma lógica óbvia, não será difícil calcular de que nacionalidade serão estes homens. Até porque as vítimas terão feito, às autoridades, uma descrição pormenorizada do aspecto e forma de vestir dos dois grupos de homens "de nacionalidade estrangeira". Esconder qual é a exactamente a sua nacionalidade e origem, como faz o Correio da Manhã, é politicamente correcto. Mas nunca se consegue esconder um elefante na sala...

 

Britânica revela que matou filho com cancro terminal

 

Mais de 40 anos após a morte do filho, Antonya Cooper, que se tornou ativista pela eutanásia, contou que matou o próprio filho. Antonya Cooper, uma mulher de Abingdon, Inglaterra, que tem lutado pelo direito à morte medicamente assistida, admitiu, recentemente, que administrou uma grande dose de morfina ao filho, com cancro terminal, para acabar com o seu sofrimento e "silenciosamente pôr fim à sua vida".

O caso aconteceu em 1981, mas só esta semana foi conhecido, depois de Antonya Cooper ter admitido o que fez numa entrevista à Radio Oxford, da BBC, como parte do seu esforço para mudar a legislação sobre a eutanásia.

A mulher, que tem 77 anos, e que também ela enfrenta um diagnóstico de doença terminal, lembrou que o filho, Hamish, então com 7 anos, tinha um neuroblastoma, um cancro raro em fase terminal, e sentia "muita dor".
A criança tinha apenas cinco anos quando foi diagnosticada com a doença e, inicialmente, foi-lhe dado um prognóstico de três meses de vida. Depois, passou por um tratamento oncológico "brutal" durante 16 meses no Great Ormond Street Hospital, em Londres, que acabou por prolongar a sua vida, mas não diminuiu o sofrimento.

"Na última noite de Hamish, quando ele disse que estava com muita dor, eu falei: 'Gostarias que eu acabasse com a dor?', e ele respondeu: 'Sim, por favor, mamã'", recordou Cooper. "E por meio do cateter de Hickman, dei-lhe uma grande dose de morfina que pôs fim silenciosamente à sua vida", admitiu.

Interrogada sobre se acreditava que o filho sabia que ela pretendia pôr termo à sua vida, respondeu: "Tenho uma forte sensação de que no momento em que o Hamish me disse que estava com dor, e me perguntou se eu poderia acabar com sua dor, ele sabia, ele sabia de alguma forma o que iria acontecer".

"Mas, obviamente, não posso dizer (...) mas eu era mãe dele, ele amava a mãe dele, e eu amava-o por completo, e não ia deixá-lo sofrer. Sinto que ele realmente sabia para onde estava a ir", acrescentou, frisando que "foi a coisa certa a fazer". "O meu filho estava a enfrentar o sofrimento mais terrível e a dor mais intensa, eu não iria permitir que ele passasse por isso", disse ainda, admitindo que entendia que estava a admitir um homicídio.

"Se eles vierem atrás de mim 43 anos depois de eu ter permitido que Hamish morresse pacificamente, então terei de enfrentar as consequências. Mas eles terão de ser rápidos, porque eu também estou a morrer", afirmou. Antonya Cooper explicou que o sofrimento do filho e os seus próprios problemas de saúde consolidaram o seu posicionamento face à morte medicamente assistida, que é ilegal em Inglaterra. Depois desta entrevista, a polícia confirmou que estava a "fazer investigações".

Notícias ao Minuto

quarta-feira, 3 de julho de 2024

Fundação EPM solicitou inspecção ao Ministro da Educação devido a irregularidades

 

“A notícia de que o Ministério da Educação, Ciência e Inovação (MECI) determinou à Inspecção-Geral da Educação e Ciência a abertura de um processo de averiguações é uma boa notícia e um bom começo de diligências, que certamente permitirão ao Ministério e da realidade da Escola, e dos problemas que é necessário resolver.”

Foi desta forma que o Conselho de Administração da Escola Portuguesa de Macau (EPM) reagiu à notícia da abertura de um processo de averiguações à escola para apurar as circunstâncias em que decorreu a dispensa de quatro professores e um técnico superior, num comunicado assinado pelo presidente do conselho Jorge Neto Valente.

O responsável vincou que pedira ao MECI, há cerca de um mês, uma inspecção integral ao “funcionamento da Escola de Macau (avaliação externa das escolas) a fim de serem investigadas situações irregulares que foram detectadas na EPM e outras que prefiguram ilegalidades”. Jorge Neto Valente afirma que a fundação que gere a EPM tem insistido na necessidade da inspecção, “e não apenas uma mera auditoria do Tribunal de Contas à Fundação”.

À espera de Lisboa

À medida que se aproxima o arranque de um novo ano lectivo, a demora do MECI na confirmação das autorizações das renovações de licenças especiais de professores, bem como as licenças especiais dos professores cuja contratação foi autorizada em Maio pelas autoridades da RAEM, “começa a preocupar os alunos da EPM, e os respectivos pais e encarregados de educação e, naturalmente, também os órgãos da EPM”, acrescenta o presidente do conselho de administração da Fundação da EPM.

Por fim, Jorge Neto Valente esclarece que a EPM não suscitou a renovação das licenças especiais de quatro docentes e de uma técnica “por não a considerar necessária, de acordo com a distribuição de serviço prevista para o próximo ano”.

O responsável adianta ainda que os órgãos da EPM têm mantido reserva sobre tudo o que pode afectar a actividade da Escola, bem como a vida das pessoas a ela ligadas.

Aberto processo de averiguações à EPM

 

A Inspecção-Geral da Educação e Ciência abriu, a pedido do ministro da Educação de Portugal, um processo de averiguações à Escola Portuguesa de Macau (EPM) para apurar as circunstâncias em que decorreu a dispensa dos docentes, noticiou a agência Lusa. Ontem à noite, a Fundação EPM indicou que foi a própria Fundação a solicitar a investigação ao Ministério da Educação português para que fossem averiguadas “situações irregulares” e “ilegalidades”.

O Governo português abriu um processo de averiguações para apurar o que levou à dispensa de quatro professores e um técnico superior na Escola Portuguesa de Macau (EPM), noticiou a Agência Lusa.

Em comunicado enviado à Lusa, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação indica que o ministro da Educação português, Fernando Alexandre, solicitou a abertura de um processo para “apurar as circunstâncias e a forma como o director dispensou quatro docentes e um técnico superior”.

Durante a reunião do Conselho de Administração da Fundação da EPM, que decorreu na quinta-feira passada, foram dadas instruções para que os professores e o técnico superior permaneçam na escola até à conclusão do processo de averiguações. “Caso seja apurado pela IGEC [Inspecção-Geral da Educação e Ciência] que não existiam fundamentos para a dispensa daqueles cinco trabalhadores, não será autorizada a sua substituição”, acrescenta a tutela.

FUNDAÇÃO EPM DIZ QUE INVESTIGAÇÃO ESTÁ A SER FEITA A SEU PEDIDO

Ontem à noite, a Fundação EPM divulgou um comunicado em que indica que a investigação está a ser feita a pedido da própria Fundação. Segundo a nota de imprensa, “há cerca de um mês, o presidente do conselho de administração da Fundação Escola Portuguesa de Macau solicitou ao ministro da Educação, Ciência e Inovação a realização de uma inspecção integral ao funcionamento” da instituição de ensino.

O comunicado, assinado por Jorge Neto Valente, presidente da Fundação, diz que o objectivo era que fossem investigadas “situações irregulares que foram detectadas na EPM e outras que prefiguram ilegalidades”. A nota não dá detalhes sobre estas alegadas ilegalidades.

“Desde então, em diversas oportunidades, quer o presidente do conselho de administração da Fundação, quer o próprio conselho, têm vindo a insistir na necessidade dessa inspecção e não apenas de uma mera auditoria do Tribunal de Contas à Fundação”, lê-se no esclarecimento.

A Fundação descreve a abertura do processo de averiguações por parte do Ministério português como “uma boa notícia e um bom começo de diligências que certamente permitirão ao Ministério aperceber-se da realidade da escola e dos problemas que é necessário resolver”.

A Fundação aproveita para dizer que continua a aguardar a confirmação, por parte do Ministério da Educação português, de que serão autorizadas a renovação das licenças especiais dos professores que as solicitaram e que a escola pretende ver renovadas, bem como as licenças especiais dos professores cuja contratação já foi autorizada em Maio último pelas autoridades da RAEM e que visam preencher vagas deixadas por docentes que manifestaram vontade de deixar a escola. A demora do Ministério “começa a preocupar os alunos da EPM e os respectivos pais e encarregados de educação; e, naturalmente, também os órgãos da EPM”.

Por fim, na nota de imprensa, Neto Valente reitera que a EPM não suscitou a renovação das licenças especiais de quatro professores e uma técnica “por não a considerar necessária, de acordo com a distribuição de serviço prevista para o próximo ano”.

Recorde-se que, no final de Maio, a direcção da EPM comunicou a cinco professores e a uma técnica da instituição – cinco deles em Macau ao abrigo de uma licença especial de Portugal – que não ia renovar o vínculo laboral para o próximo ano lectivo, alegando motivos de gestão. Só no departamento de Português da EPM, três professores viram o contrato terminado, todos detentores de bilhete de residente permanente.

Uma das docentes dispensadas foi Alexandra Domingues, também representante dos professores junto do Conselho de Administração, e que dava aulas no território há 33 anos, estando ligada à EPM quase desde o seu início. A sua dispensa fez com que circulasse na internet uma petição pela sua continuidade na escola, reunindo mais de um milhar de assinaturas.

Acácio de Brito, director da instituição desde Dezembro do ano passado, assegurou depois que a EPM já tinha autorização da parte do Ministério da Educação de Portugal para contratar docentes em substituição daqueles que tinham sido dispensados. No entanto, o Governo português indicou à TDM Canal Macau que não foi dada autorização para a contratação de docentes para a EPM em substituição dos que foram afastados.

A polémica adensou-se quando começou a circular a informação de que os professores que a direcção da EPM queria contratar para substituir os dispensados seriam amigos de Acácio de Brito e de Alexandre Leitão, cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong. A denúncia foi feita pela secção de Macau do Partido Social Democrata (PSD). Jorge Neto Valente, presidente do Conselho de Administração da Fundação EPM, tinha anteriormente garantido que não seriam contratados amigos pessoais do director.

A Inspecção-Geral da Educação e Ciência abriu, a pedido do ministro da Educação de Portugal, um processo de averiguações à Escola Portuguesa de Macau (EPM) para apurar as circunstâncias em que decorreu a dispensa dos docentes, noticiou a agência Lusa. Ontem à noite, a Fundação EPM indicou que foi a própria Fundação a solicitar a investigação ao Ministério da Educação português para que fossem averiguadas “situações irregulares” e “ilegalidades”.

O Governo português abriu um processo de averiguações para apurar o que levou à dispensa de quatro professores e um técnico superior na Escola Portuguesa de Macau (EPM), noticiou a Agência Lusa.

Em comunicado enviado à Lusa, o Ministério da Educação, Ciência e Inovação indica que o ministro da Educação português, Fernando Alexandre, solicitou a abertura de um processo para “apurar as circunstâncias e a forma como o director dispensou quatro docentes e um técnico superior”.

Durante a reunião do Conselho de Administração da Fundação da EPM, que decorreu na quinta-feira passada, foram dadas instruções para que os professores e o técnico superior permaneçam na escola até à conclusão do processo de averiguações. “Caso seja apurado pela IGEC [Inspecção-Geral da Educação e Ciência] que não existiam fundamentos para a dispensa daqueles cinco trabalhadores, não será autorizada a sua substituição”, acrescenta a tutela.

FUNDAÇÃO EPM DIZ QUE INVESTIGAÇÃO ESTÁ A SER FEITA A SEU PEDIDO

Ontem à noite, a Fundação EPM divulgou um comunicado em que indica que a investigação está a ser feita a pedido da própria Fundação. Segundo a nota de imprensa, “há cerca de um mês, o presidente do conselho de administração da Fundação Escola Portuguesa de Macau solicitou ao ministro da Educação, Ciência e Inovação a realização de uma inspecção integral ao funcionamento” da instituição de ensino.

O comunicado, assinado por Jorge Neto Valente, presidente da Fundação, diz que o objectivo era que fossem investigadas “situações irregulares que foram detectadas na EPM e outras que prefiguram ilegalidades”. A nota não dá detalhes sobre estas alegadas ilegalidades.

“Desde então, em diversas oportunidades, quer o presidente do conselho de administração da Fundação, quer o próprio conselho, têm vindo a insistir na necessidade dessa inspecção e não apenas de uma mera auditoria do Tribunal de Contas à Fundação”, lê-se no esclarecimento.

A Fundação descreve a abertura do processo de averiguações por parte do Ministério português como “uma boa notícia e um bom começo de diligências que certamente permitirão ao Ministério aperceber-se da realidade da escola e dos problemas que é necessário resolver”.

A Fundação aproveita para dizer que continua a aguardar a confirmação, por parte do Ministério da Educação português, de que serão autorizadas a renovação das licenças especiais dos professores que as solicitaram e que a escola pretende ver renovadas, bem como as licenças especiais dos professores cuja contratação já foi autorizada em Maio último pelas autoridades da RAEM e que visam preencher vagas deixadas por docentes que manifestaram vontade de deixar a escola. A demora do Ministério “começa a preocupar os alunos da EPM e os respectivos pais e encarregados de educação; e, naturalmente, também os órgãos da EPM”.

Por fim, na nota de imprensa, Neto Valente reitera que a EPM não suscitou a renovação das licenças especiais de quatro professores e uma técnica “por não a considerar necessária, de acordo com a distribuição de serviço prevista para o próximo ano”.

Recorde-se que, no final de Maio, a direcção da EPM comunicou a cinco professores e a uma técnica da instituição – cinco deles em Macau ao abrigo de uma licença especial de Portugal – que não ia renovar o vínculo laboral para o próximo ano lectivo, alegando motivos de gestão. Só no departamento de Português da EPM, três professores viram o contrato terminado, todos detentores de bilhete de residente permanente.

Uma das docentes dispensadas foi Alexandra Domingues, também representante dos professores junto do Conselho de Administração, e que dava aulas no território há 33 anos, estando ligada à EPM quase desde o seu início. A sua dispensa fez com que circulasse na internet uma petição pela sua continuidade na escola, reunindo mais de um milhar de assinaturas.

Acácio de Brito, director da instituição desde Dezembro do ano passado, assegurou depois que a EPM já tinha autorização da parte do Ministério da Educação de Portugal para contratar docentes em substituição daqueles que tinham sido dispensados. No entanto, o Governo português indicou à TDM Canal Macau que não foi dada autorização para a contratação de docentes para a EPM em substituição dos que foram afastados.

A polémica adensou-se quando começou a circular a informação de que os professores que a direcção da EPM queria contratar para substituir os dispensados seriam amigos de Acácio de Brito e de Alexandre Leitão, cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong. A denúncia foi feita pela secção de Macau do Partido Social Democrata (PSD). Jorge Neto Valente, presidente do Conselho de Administração da Fundação EPM, tinha anteriormente garantido que não seriam contratados amigos pessoais do director.

André Vinagre - Ponto Final - 1 de Julho de 2024

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Diário do Minho - Crónica de Acácio Azevedo de Brito - "OUTRO PONTO DE VISTA…"

 

Este é o meu momento de regresso, a Portugal, a Bracara Augusta e ao nosso Diário do Minho.

Em Díli, Timor-Leste, desde 2015, oito anos cumpridos, chegou o momento para voltar ao meu métier/mister, regressar à minha casa mãe, à Inspeção-Geral da Educação e Ciência exercendo as funções profissionais de Inspetor da Educação e Ciência e regressar à colaboração com o nosso Diário do Minho, com a crónica “Outro Ponto de Vista”, espaço de reflexão e intervenção cívica.

Este intróito, necessário, complementa o que pretendo testemunhar. O tempo em Timor-Leste, considero, os anos mais ricos da minha vida pessoal e profissional. Aprendi, escutando e vivenciando uma outra realidade. Se na qualidade profissional de inspetor tinha uma visão de Escola, diferente, hoje vejo-a numa perspetiva mais holística.

Perscruto, interiormente, ganhei qualidades humanas, a que devo a esta minha experiência profissional, pessoal e humana! Ao correr da pena… Cumprimento integral do compromisso firmado na Carta de Missão de setembro de 2015, elaborado por força dos normativos legais a quem é nomeado para cargos de dirigentes superiores.

(Continua)

Camarate: Lee Rodrigues disse a Acácio Brito ter colocado bomba no avião

 

O advogado Acácio Brito relatou, esta quinta-feira, na comissão de Camarate que Lee Rodrigues lhe disse ter sido o operacional que colocou um engenho explosivo no avião que se despenhou em 1980, para matar Adelino Amaro da Costa. A conversa entre Acácio Brito e Lee Rodrigues aconteceu em dezembro de 1998, em São Paulo, no Brasil, após uma festa em que ambos foram apresentados por um familiar de Acácio Brito de quem Lee Rodrigues era cliente, contou o advogado à comissão parlamentar de inquérito ao caso Camarate.

"Contou-me que foi ele o homem responsável, o operacional, que colocou o engenho no avião que vitimou o ministro da Defesa", afirmou Acácio Brito, referindo que Lee Rodrigues lhe disse "que o objetivo era o ministro da Defesa", o democrata-cristão Adelino Amaro da Costa. "Assumiu sempre que o fez sozinho", disse Acácio Brito, especificando que Lee Rodrigues lhe disse que "executou a operação porque o mandaram executar", sem nomear os alegados mandantes.

Acácio Brito, que já havia sido testemunha noutra comissão de inquérito aos acontecimentos de Camarate, mas, nessa altura, ao abrigo de um programa de proteção de testemunhas, disse que o homem se identificou nessa altura como Jorge. Posteriormente, o advogado das famílias das vítimas, Ricardo Sá Fernandes, mostrou a Acácio Brito uma fotografia de Lee Rodrigues e comprovou que era a mesma pessoa.

"Tive a certeza que era ele quando vi uma foto mostrada pelo doutor Ricardo Sá Fernandes", afirmou Acácio Brito perante a comissão. Acácio Brito contou que Lee Rodrigues lhe disse que vinha a Portugal ver a mãe e que "entrava por Lisboa", referindo ter "proteção", sem dizer de quem. Lee Rodrigues disse-lhe ainda que a partir de 1999/2000 poderia voltar a Portugal porque a situação estaria "resolvida", com a prescrição do alegado crime, disse Acácio Brito.

Acácio Brito disse igualmente que Lee Rodrigues se referiu em tom "desrespeitoso" às comissões de inquérito em que havia sido chamado a depor. Acácio Brito é militante do CDS-PP e nessa condição conheceu o deputado e ex-líder daquele partido José Ribeiro e Castro, num jantar de militantes em Braga, em que "o tema de Camarate veio à baila", conforme recordou o próprio Ribeiro e Castro, que tem assento na comissão.

Posteriormente, Acácio Brito encontrou-se com Ricardo Sá Fernandes, que lhe mostra a fotografia de Lee Rodrigues. A 10.ª comissão de inquérito ao caso Camarate visa averiguar as "causas e circunstâncias em que, no dia 04 de dezembro de 1980, ocorreu a morte do primeiro-ministro, Francisco Sá Carneiro, do ministro da Defesa Nacional, Adelino Amaro da Costa, e dos seus acompanhantes". 

Jornal de Notícias (06 junho, 2013 às 22:29)


 

Escola Portuguesa de Macau - Continua a feira


 Passou mais de um mês.

Celebrámos o Dez de Junho, houve discursos, a ministra da Justiça esteve na RAEM em representação do Governo de Portugal. Eu próprio estive fora, regressei, voltei ao trabalho. Houve arraial, sardinhada, Santos Populares, inaugurações, exposições, muito croquete, conversa mole e as habituais declarações de intenções.

Mas se há alguma coisa que não mudou e que possa ser dita neste momento é que o ambiente se adensou e a confusão na Escola Portuguesa de Macau (EPM) é cada vez maior. A confusão, a falta de informação e a falta de vergonha. Os jornais quase diariamente fazem capas com notícias da EPM. Nos telejornais e nos noticiários da Rádio Macau não faltam notícias sobre a EPM. A instabilidade é grande, a apreensão de pais, alunos e professores continua.

Ontem (30 de Junho), ao final do dia, reparei que só no portal do canal português da Televisão de Macau havia na página de entrada 9 (nove) notícias seguidas relativas à EPM (“Portugal pede processo de averiguações à Escola Portuguesa de Macau”, 17:24, Poderá estar em risco Português Língua Não-Materna”, 21:54, Associação de Pais elogia comunicação”, 21:56, Fundação da Escola Portuguesa alega falta de respostas do Ministério da Educação”, 21:56, “Ainda não há data para o início das aulas”, 21:58, “Duas professoras da Escola Portuguesa pediram a demissão”, 22:00, “Fundação da Escola Portuguesa reage”, 22:01,  “Processo de Averiguações à Escola Portuguesa pela Inspecção-Geral da Educação”, 22:02, “EPM saúda processo de averiguações ordenado por Lisboa e pede investigação de possíveis ilegalidades”, 23:00).

Respostas às dúvidas e questões levantadas é que nada. A informação que sai é pouco rigorosa. Tirando uma ou outra declaração avulsa, ou um comunicado, como o que apareceu da Fundação da EPM a congratular-se com a instauração de um processo de averiguações, continuam por dar os esclarecimentos que se exigem. E já se percebeu que se começa a procurar misturar as dispensas de professores e as contratações de novos, usando expedientes pouco sérios, com situações de natureza financeira e contabilística que nada têm a ver com os problemas do ensino e o “esquema” engendrado para as novas contratações.

Depois do que se ficou a saber durante o mês findo, em que se tornou evidente que a dispensa de professores e a contratação de novos, antes mesmo de serem comunicadas aos próprios as dispensas daqueles que se queria afastar, aparentemente sem razão, pelo menos nalguns casos, nem motivo para que tivessem sucedido, a não ser para se poder contratar quem já ser percebeu ser amigo e de relações próximas e de grande intimidade com o Director da EPM, o que aliás se confirmou a partir de Díli, era de esperar que o presidente da Fundação da EPM já se tivesse vindo retratar e pedir desculpa por ter tentado enganar as pessoas quando disse numa entrevista que os professores que vinham não vinham por alvedrio do director nem por serem amigos deste. Afinal, ao que me asseveraram, até já cá tinham estado de férias, aproveitando para tratar dos papéis.

Na quinta-feira passada, na edição de 27/6/2024, numa reportagem de André Vinagre, no Ponto Final (“Polémicas na EPM deixam pais apreensivos”) recordava-se que “até agora, nem Acácio Brito, nem Alexandre Leitão, nem Neto Valente esclareceram a situação. Neto Valente disse apenas ao Jornal Tribuna de Macau que as notícias postas a circular são “falsas” e que “só provocam ruído” (p. 4).

Porém, o curioso é verificar que se há hoje “ruído”, e tanto ruído, do qual aliás já houve quem fizesse abusivo aproveitamento político, é exactamente porque enquanto tardarem as respostas que a comunidade escolar e a opinião pública em geral querem conhecer, e se tentar continuar a disfarçar o que aconteceu, assobiando para o ar, esse ruído irá continuar. Mais desprestígio e mais ruído em tão pouco tempo era difícil.

É óbvio que os eventuais problemas de natureza económica-financeira que tivessem sido “herdados”, deviam ter sido logo de início denunciados e esclarecidos. E não só agora, aproveitando-se a confusão gerada pela dispensa de professores, que não faziam falta e podiam ser dispensados, mas que afinal não podem sair enquanto não estiver concluído o processo de averiguações instaurado pelo Ministério da Educação, para se misturar tudo.

Assim como se impunha que o pretenso mau relacionamento da anterior Direcção da EPM com a DSEDJ, insinuado publicamente pelo presidente da EPM, também deveria ter sido objecto de esclarecimento com factos objectivos, não se deixando no ar a insinuação soez, entretanto desmentida por várias fontes de dentro da própria DSEDJ, e da comunidade, que me asseguraram ter havido sempre o melhor relacionamento com a anterior direcção.

Também seria conveniente esclarecer se para o pedido de contratação de novos professores não-residentes, em regime blue card, a actual direcção da escola, nos dados que terá fornecido à DSAL sobre o número de professores residentes ao seu serviço, contou com os que já tinha em vista dispensar para obter autorização para os novos que iriam ocupar os seus lugares. Isso até hoje não foi esclarecido e devia sê-lo. Porque se isso for verdade, como me foi aventado, então faltará a adjectivação para essa acção.

A juntar a tudo isto, adensando ainda mais o ambiente – perfeitamente escusado e dispensável – que se vive na EPM, há agora mais duas professoras que resolveram voluntariamente apresentar a demissão, uma das quais, disse-o o insuspeito Jorge Silva, no Telejornal, “devido à actual situação que a instituição está a atravessar”.

Ninguém gosta de instabilidade profissional, de insegurança e de viver num clima de medo, em que, a não ser que seja para elogiar o presidente da EPM ou a acção da direcção da escola, nenhum professor fala livremente à luz do dia com receio sobre que lhe poderá acontecer ou sobre o que de si dirão nos próximos meses. Muitos pais também se refugiam no anonimato quando prestam declarações à imprensa.

Convenhamos que nada disto é normal. Ainda menos, como me chegou aos ouvidos, quando se colocam professores em fila à porta de um gabinete, todos à mesma hora, para lhes serem comunicadas as respectivas dispensas. Escuso-me a qualificações. Isto numa escola internacional que ocupa muito boa posição nos rankings, goza de elevado prestígio e apoios públicos do Governo da RAEM e na qual a comunidade dos residentes, das mais de vinte nacionalidades de onde provêm os alunos, e o Estado português, tem reconhecido e natural interesse e mais do que óbvia preocupação.

O presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação de Pais, que agora passou a falar em nome destes face ao mais do que óbvio conflito de interesses e situação de dependência profissional do anterior porta-voz, numa entrevista telefónica que concedeu ontem à TDM, dizia que é a primeira vez em que nesta altura do ano ainda não se sabe quando recomeçará o ano lectivo.

A somar a tudo isto ainda temos processos em curso na DSAL e na DSEDJ em razão das queixas apresentadas pelos professores dispensados. Não se percebem dispensas ao mesmo tempo que se pede a contratação de novos, dizendo-se semanas depois à LUSA que os dispensados não faziam falta. O presidente da EPM, que meu entender esteve na origem do imbróglio, deste clima de semi-bandalheira em que estamos, continua a atirar as culpas para os outros. Nada do que de mal foi feito lhe pode ser assacado.

No entanto, também nada do que aconteceu foi inocente. Ou pode ser reconduzido a meras opções de gestão de um director que chegou há meia-dúzia de meses, que nunca cá tinha estado, não conhecia ninguém, e aqui se estatelou de bruços. Tudo se afigura antes, pelos factos que se vão conhecendo, ao cumprimento de uma agenda delineada ao pormenor, colocada em prática com o recrutamento do Dr. Acácio de Brito, e da qual este é um mero bandarilheiro, ou peão de brega, que ficará com o odioso.

Quem engendrou esta trapalhada nunca será responsável por coisa alguma, embora tudo e mais um par de botas possam passar sempre por si. O ministro da Educação, Ciência e Inovação, que além de ser pessoa ponderada e bem preparada me parece ser, como escreveu há dias Nathalie Schuck recordando Orwell, um homem dotado de common decency, tem de com a maior brevidade colocar um ponto final na bagunça em que vive a EPM desde que o seu antecessor, de tão triste memória, nomeou a actual liderança da FEPM. Se necessário pondo a andar toda esta trupe que deixou de ter condições para fazer um trabalho normal, discreto e que no futuro não levante desconfianças.

Enfim, nomeando pessoas afastadas dos partidos, incluindo do PSD (refiro-me ao Dr. Cesário) ou do CDS (o Dr. Acácio Brito é a famosa personagem do "caso Camarate", ligado àquele partido, a quem o "autor material do crime" se confessou em exclusivo sem o conhecer de lado algum e na sequência da participação num rodízio de final de ano), e dos interesses empresariais, imobiliários e económico-financeiros da terra, gente dedicada ao ensino e a Macau, com qualidades pedagógicas, cuja única agenda seja o interesse da EPM, a salvaguarda do seu bom nome e da qualidade de ensino, do bem-estar de professores, alunos e demais trabalhadores, que alivie as preocupações dos encarregados de educação, tire a EPM das notícias, saiba gerir sem armar a confusão, tratando as pessoas com o respeito com que estas merecem ser tratadas, e fundamentalmente que cumpra a sua função de formar e ensinar bem, com exigência, tranquilidade e rigor, sem outras preocupações que não sejam estas.

Gente séria, gente sem agendas escondidas ou que actue visando a realização de interesses pessoais, de seita, de casta ou de um grupo de amigos, cuja acção, sob a capa de um falso altruísmo e dedicação à comunidade, acaba sempre em confusão e trapalhada onde quer que se meta.

Blog "Delito de opinião" - Sérgio de Almeida Correia - 01.07.24


Fraudes no reagrupamento familiar de imigrantes vão continuar

  Uma simulação de um pedido de reagrupamento familiar, numa família composta por residente em Portugal, mulher e filho menor, alvo do pedid...