terça-feira, 26 de março de 2024

Metade dos europeus desaprova a política de migração da UE e exige mais controlos


No que à política de migração diz respeito, 51% dos europeus têm uma avaliação "negativa" do impacto do bloco e apenas 16% têm uma visão "positiva". Já 32% dizem que o impacto não foi "nem positivo nem negativo".
Esta é uma das conclusões de uma sondagem exclusiva da Euronews, realizada pela Ipsos junto de quase 26 mil inquiridos em 18 Estados-membros, antes das eleições para o Parlamento Europeu, que se realizam entre 6 e 9 de junho.
A tendência é transversal a todos os géneros, grupos etários e profissões, e é consistente na maioria dos países, onde o lado negativo supera claramente os outros dois segmentos. A França (62%), a Áustria (60%) e a Hungria (58%) são os países mais críticos, enquanto que a Dinamarca (26%), a Roménia (27%) e a Finlândia (32%) são os menos críticos.
As variações mais pronunciadas surgem na intenção de voto: as opiniões mais duras vêm, como esperado, dos apoiantes dos grupos de extrema-direita Identidade e Democracia (78%) e  Conservadores e Reformistas Europeus (65%), seguidos da Esquerda Europeia (55%), que se situa no extremo oposto do espetro político.
Os eleitores do Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita, que tem sido acusado de adotar discursos de extrema-direita para fins eleitorais, são propensos à crítica, mas de uma forma mais matizada: 46% dizem negativo, 20% dizem positivo e 34% não dizem nada.
Os que apoiam o grupo de centro-esquerda dos Socialistas e Democratas (S&D) estão indecisos: 33% dizem que é negativo, 24% dizem que é positivo e 42% não dizem nada.
Em suma, a avaliação do impacto do bloco na política de migração é a mais depreciativa das seis áreas analisadas na sondagem, incluindo as respostas à pandemia de Covid-19 e à invasão da Ucrânia pela Rússia.
Os resultados surgem um mês depois de ter sido confirmado que a UE registou 1,14 milhões de pedidos de asilo em 2023, o maior número desde 2016. O aumento, constante desde o fim das restrições de confinamento, tem sido acompanhado por relatos nos meios de comunicação social sobre instalações de receção sobrecarregadas em países como a Bélgica, os Países Baixos e a Alemanha.
(Continua)

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