Em 2009, uma jovem de 29 anos
foi assassinada por um homem com quem tinha tido uma relação
amorosa. O assassino deu-lhe 23 facadas. O tribunal, mansinho e
generoso, achou que a vida da jovem não valia mais do que 16 anos de
cadeia. Teoricamente, porque o tarado do assassino foi libertado,
pelo tribunal, sem que cumprisse sequer dois terços da pena – ou
seja, saiu da cadeia antes de ter cumprido 10 anos, em liberdade
condicional.
Há poucos dias, o mesmo tarado
matou outra mulher, com quem também tinha tido uma relação
amorosa, atropelando-a e passando com o carro por cima dela três
vezes. No terceiro atropelamento, passou com a roda por cima da
cabeça da jovem, para estar certo que de a matava.
Antes desta segunda morte, a
jovem já tinha apresentado sete queixas por violência doméstica,
na polícia, devido a agressões do então já ex-namorado.
Temos, assim, uma polícia
aparentemente amedrontada que deixa um homem bater sete vezes numa
mulher. Já que a maioria dos juízes, mansinhos e generosos, não
colocam esta gente em prisão preventiva, a polícia devia fazer as
coisas à moda antiga: levar o tarado para um sítio
esconso e enchê-lo de pancada até ficar sem dentes – deixando o
aviso de que, da próxima vez, levava com um ferro nos joelhos, para
passar o resto da vida numa cadeira de rodas.
É um remédio duro, discutível,
talvez, mas de certeza que salvava a vida a uma jovem. E partir os
ossos a um cadastrado que já tinha morto uma rapariga com 23 facadas
não me parece castigo por aí além. A prisão perpétua, isso sim,
apoio-a completamente, num caso destes. Mas o problema é sempre o
facto de os/as magistradas, o/as psicólogas, o/as assistentes
sociais, os/as criminologistas, os/as sociólogas de Esquerda (não
há sociólogos de Direita...) os/as políticas e outros
intervenientes num processo judicial, quer directa, quer
indirectamente, sejam, genericamente, mansinhos, generosos e
defensores da regeneração dos criminosos, por piores que eles
sejam.
A tese de que a cadeia deve
servir para regenerar os criminosos é uma das “conquistas” da
Esquerda, que considera os assassinos como vítimas inocentes de uma
sociedade repressiva. Essa teoria conspurcou todo o sistema penal e
judicial português.
A cadeia deve servir,
essencialmente, como uma forma de proteger a sociedade, os cidadãos
comuns, da violência dos criminosos. E quanto mais graves forem os
crimes, maior deve ser a pena, sob risco de permitir que esses
criminosos saiam, ainda relativamente jovens, nos seus 35, 40 anos e
voltem às suas práticas criminosas. Regressando ao início deste
comentário, quanto vale uma vida? Quanto vale a vida do jovem
polícia, morto ao pontapé, à saída de uma discoteca?
Os
assassinos andam na casa dos vinte anos. Terão 35, 37 anos, quando
forem libertados – isto caso não lhes cortem a pena, por bom
comportamento e não os ponham cá fora, em liberdade condicional.
Vale pouco, de facto, a vida de uma pessoa honesta, perante este
sistema distorcido que é o sistema judicial português e seus
apoiantes políticos, produtores de leis e códigos que pouca
eficácia têm, no combate ao crime.
Opinião (João Tavira)
PS: Quem terá sido o juiz que mandou este assassino sair da cadeia, em liberdade condicional, sem ter cumprido sequer dois terços da pena? Se eu fosse familiar da jovem agora assassinada gostaria de ter uma conversa com ele...