Professores da EPM manifestaram à Lusa surpresa e indignação pela não renovação dos contratos pela instituição de ensino. No departamento de Português, três professores viram esse elo terminado por decisão da escola. São todos detentores de bilhete de residente permanente e estão no território ao abrigo de uma licença especial de Portugal para Macau. “A escola está num processo de reestruturação a nível de departamentos, de cargos. A ideia é valorizar a componente lectiva, segundo aquilo que me foi explicado como razão”, refere uma das professoras visadas, Alexandra Domingues.
A leccionar no território há 33 anos e ligada praticamente desde o início à EPM, a docente diz estar “em choque”: “Nada me levou a crer da parte da direcção da escola que no nosso departamento houvesse necessidade de alguém sair”. “Não consigo explicar a reestruturação que o senhor director está a fazer no momento.
Acredito que é para bem da escola, para rentabilizar recursos, sabemos que não abundam, tanto financeiros como humanos”, nota. Enquanto representante dos professores junto do Conselho de Administração, Alexandra Domingues diz ter abordado temas sempre “com o maior civismo”, no sentido “de apurar, saber, tentar compreender as mudanças ou qualquer outro problema”. “Não me passa pela cabeça que esteja directamente ligado” a essas funções, acrescenta.
Outro professor, que pediu para não ser identificado, admite haver “uma incompreensão muito grande” com o corte do vínculo laboral: “Pede-se que o corpo discente aumente, portanto o corpo docente devia acompanhar”, defende, lembrando que esta direcção “já tinha dito que dos 700 alunos que a escola tem, iria subir para cerca de mil”.
“Não conseguimos entender que alguns dos professores que venham a ser dispensados sejam professores de língua portuguesa e sobretudo aqueles que já estão mais bem preparados e que conhecem perfeitamente as necessidades, sobretudo dos alunos falantes de chinês”, refere.
O presidente da Associação de Pais da Escola
Portuguesa de Macau disse à Lusa que ainda não foi feita “nenhuma
comunicação oficial da escola” e que não entende “a agitação toda”. “A
mim interessa-me que a escola funcione bem, que os meus filhos aprendam
(..). Para o ano, se os professores que vêm forem maus, se os resultados
foram maus, cá estarei para pôr em cheque este trabalho”, garante
Filipe Regêncio Figueiredo.
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