segunda-feira, 10 de junho de 2024

Ecos do passado - O caso da Amnistia Internacional em Macau

 
 Este episódio da não renovação do contrato de uma professora que está em Macau há 33 anos lembra o que se passou, em finais da década de 90 do século passado, quando os serviços de Educação de Macau - dirigidos então por Jorge Rangel - resolveram não renovar o contrato da professora Isabel Morais, representante local da Amnistia Internacional (AI), invocando os mesmos motivos: uma "reestruturação" da escola onde estava colocada. Foi necessária a intervenção de Mário Soares, junto do Governador Rocha Vieira, para que a "expulsão" não se concretizasse. "Quando a Amnistia fala, é preciso ouvi-la..." declarou Mário Soares, num encontro com jornalistas, em Portugal, quando a questão lhe foi colocada.

Estas declarações foram feitas depois de ter sido publicitado, na Imprensa local, que a Amnistia Internacional tinha escrito ao governador Rocha Vieira, inquirindo-o sobre a fiabilidade de notícias anteriores, na Imprensa de Macau, que apontavam a não renovação do contrato de Isabel Morais como tratando-se de um "saneamento político". Os responsáveis por esta "manobra" esqueceram-se de um pormenor importante: quando Mário Soares foi deportado para a Ilha de S.Tomé, foi uma campanha da Amnistia Internacional que conseguiu fazer com que a ditadura o deixasse regressar a Portugal.

De salientar que, alguns meses antes deste episódio, Isabel Morais tinha apresentado, em Macau, o relatório anual da AI sobre os Direitos Humanos na China, seguindo a prática estabelecida pela AI - nunca ser o seu representante local a apresentar o relatório do próprio país. Por essa razão, Macau foi escolhida como local para apresentar o relatório sobre a China. 

Notícias / Paulo Reis

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