Entrevista a Mário Machado, líder do grupo 1143
Aproveitando o facto de Mário Machado estar fora da zona onde o grupo de nacionalistas se concentrava, num diálogo calmo com um responsável da PSP, fiz-lhe uma curta e rápida entrevista, de forma discreta. Mário Machado disse discordar da decisão do Tribunal Administrativo em proibir a manifestação no local inicialmente previsto, invocando a Constituição portuguesa. Quanto ao facto de ser neo-nazi, recusou o epíteto, afirmando-se apenas como “nacionalista”. A propósito da sua posição sobre o Holocausto, foi directo e claro: “Eu defendo o revisionismo histórico mas estou proibido pela nossa Constituição e pela lei, para me poder alongar muito mais.”
Concorda com os fundamentos da decisão do tribunal administrativo em proibir a manifestação no sítio inicialmente previsto? Havia mesmo risco de violência?
Da nossa parte não existia qualquer tipo de risco de violência porque nós, desde o início, frisámos que a nossa manifestação ia ser pacífica e ordeira, espero que isso se prove muito mais com as acções do que com as palavras. Mas nós não concordamos, achamos que a nível jurídico as coisas não são bem assim, que a Constituição sobrepõe-se a uma norma de 1974. É uma opinião maioritária, também entre os constitucionalistas, mas pronto, nós respeitamos a opinião do tribunal e por isso mesmo é que mudámos de sítio.
Você é neo-nazi? Professa a ideologia neo-nazi ou não?
Não. Existem coisas que fazem parte da juventude, da nossa adolescência e eu, realmente, durante a minha juventude pertenci a movimentos de skin-heads e hoje em dia já ninguém diz que eu sou skin-head, que eu faço parte disso. Portanto, faz parte da juventude, não faz sentido chamarem-me neo-nazi porque no passado eu tive algumas filiações com nacional-socialistas. Eu sempre me identifiquei como nacionalista e hoje em dia sou um nacionalista e nada mais do que isso.
Qual é a sua posição perante o Holocausto, o extermínio de 6 milhões de judeus durante a II Guerra Mundial?
A minha posição sobre isso é bastante particular, eu defendo o revisionismo histórico mas estou proibido pela nossa Constituição e pela lei, para me poder alongar muito mais sobre isso porque, se eu falar muito mais sobre isso, incorro num ilícito criminal e, infelizmente, a liberdade de expressão não me permite que eu aprofunde esse tema que deixo, no entanto para historiadores e revisionistas, porque a minha formação básica é jurista.
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