domingo, 1 de dezembro de 2024

Pedro Dominguinhos: “Há menos imigrantes e com menor utilidade”

 


O presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR diz que a falta de mão de obra é uma das causas do atraso de alguns projetos financiados pelo PRR. Na Grande Entrevista TSF/JN, Pedro Dominguinhos confirma que os projetos que envolvem construção são os mais afetados.

O presidente da comissão nacional de acompanhamento do PRR avisa que há menos imigrantes e menos qualificados a chegar a Portugal. Pedro Dominguinhos, numa entrevista à TSF e ao Jornal de Notícias, relata que nas recentes avaliações no terreno com as autarquias “foi unânime que se sente uma diminuição do número de imigrantes que procura Portugal”. Além disso, este responsável acrescenta que “aquilo que se nota é de que os imigrantes que chegam têm menos competências para desempenhar determinado tipo de funções”. Ou seja, conclui Pedro Dominguinhos, “a utilidade desses imigrantes no desempenho de funções é menor do que aquilo que tradicionalmente existia”.

O presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR avisa que esse é um dos fatores que mais compromete os objetivos fixados para o cumprimento do PRR em Portugal. A Comissão e o Governo estão atentos e pedem o envolvimento de várias instituições, desde a administração pública às associações empresariais. Pedro Dominguinhos fala em contacto com o IEFP e com os centros de formação do sector da construção, um na Maia e outro em Lisboa, e até da AIMA, para acelerar as autorizações de vistos. O objetivo é “a vinda legal desses mesmos imigrantes para naturalmente reforçar as competências quer em termos de língua e cultura portuguesa, quer também as competências técnicas de desempenho de algumas dessas funções”.

Todos os projetos que envolvem construção estão a ser afetados pela falta de mão de obra, mas há outros problemas, como o aumento dos custos e os entraves burocráticos com licenciamentos. “Sobretudo, aqueles que obrigam também o licenciamento adicional em termos de projetos industriais, em termos de licenciamento ambiental - temos um caso muito concreto da construção da barragem do Pisão, no denominado Empreendimento de Fins Múltiplos do Crato - passando por várias estradas que implicam muitas vezes abate de árvores e medidas de mitigação em termos ambientais”, concretiza Pedro Dominguinhos.

A segunda reprogramação do PRR já está a ser negociada com a Comissão Europeia. A ideia é corrigir investimentos que se revelaram impraticáveis, e cujas verbas podem ser reencaminhadas para outras áreas. “Temos de ter a capacidade de corrigir os desvios que, neste momento, estão identificados”, explica o presidente da Comissão Nacional de Acompanhamento do PRR, que diz ainda que “não é a altura exata para perceber totalmente as causas [desses desvios]”. A prioridade é “garantir a maximização das subvenções e dos empréstimos que têm um custo para o país”, lembrando que “o resultado e os impactos é que nos devem naturalmente orientar”.

(Continua)

Nuno Domingues
Pedro Ivo Carvalho
Igor Martins


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