quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Cardeal Patriarca de Lisboa advertiu portuguesas que casar com muçulmanos acarreta um "monte de sarilhos"

 

«Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, é meter-se num monte de sarilhos». A organização muçulmana portuguesa Al Furqán acaba de publicar um livro que pretende esclarecer as declarações do Cardeal Patriarca de Lisboa sobre o casamento com muçulmanos, proferidas em Janeiro na Figueira da Foz, noticia a Lusa. «É um esclarecimento da comunidade muçulmana. É uma opinião para esclarecer e não para atacar o Cardeal», disse à agência Lusa Yiossuf Adamgy, director da Al Furqán e autor do livro «Muçulmanos esclarecem o cardeal D. José Policarpo».

«Acredito que vou receber uma nota do próprio cardeal a dizer-me que o esclarecimento foi útil», referiu o autor, que enviou um exemplar a D. José Policarpo. Numa tertúlia realizada a 13 de Janeiro na Figueira da Foz, o Cardeal Patriarca de Lisboa advertiu as jovens portuguesas que casar com muçulmanos acarreta um «monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam».

A 18 de Fevereiro, o cardeal D. José Saraiva Martins voltou a falar no assunto, aconselhando «muita cautela e prudência» às mulheres católicas que pensem casar com muçulmanos. Ao optar por escrever um livro, o director da Al Furqán disse que foi de encontro «ao que o próprio Cardeal Patriarca disse, que os cristãos precisam de saber o bê-a-bá do Alcorão».

Destinado a muçulmanos e não-muçulmanos, o livro coloca lado a lado o que dizem a Bíblia e o Corão sobre a natureza feminina, o papel da mulher, o casamento, o uso de véu, a poligamia e o incesto. «As pessoas, crentes no Cristianismo ou no Islão, não têm oportunidade de ler devidamente o Alcorão e a Bíblia», opinou o autor, que espera que o livro ajude à compreensão do que é o Islamismo. «Cada um depois tira as ilações que quiser», disse.

Reforçando a ideia de abertura e diálogo entre as duas religiões em Portugal, Yiossuf Adamgy escreve no livro que, de facto, o casamento pode vir a ser «um monte de sarilhos», seja para católicos seja para muçulmanos, «sobretudo quando não há tolerância, paciência e bom senso». A Al Furqán é uma organização islâmica independente, fundada em 1981, que se dedica ao estudo e divulgação de estudos islâmicos em Portugal.
  

PS: Yiossuf Adamgy, o autor deste livro, era uma personalidade bem conhecida da comunidade islâmica portuguesa, na qualidade de editor de uma revista islâmica em língua portuguesa, a Ai-Furqán. Numa das edições dessa revista, em 1988 a única revista islâmica portuguesa, a Al-Furqán, publicava um artigo afirmando que "os judeus propriamente ditos não são seres humanos." No mesmo artigo, fazia-se um rasgado elogio a Hitler: “Os judeus são inimigos de todos aqueles que não o são, e procuram fazer-lhes todo o mal possível. Talvez tenha sido por isso que Hitler quis aniquilar este maldito povo”. Como pormenor curioso, o autor do artigo era o xeque Aminuddin Mohamad, na altura conselheiro espiritual da Comunidade Islâmica de Lisboa e tinha uma chamada de primeira página Al-Furqán: "Será que os judeus são dotados de humanidade?"

 


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