terça-feira, 23 de setembro de 2025

A flotilha de Gaza corre o risco de ir ao fundo

 


O ambiente na flotilha solidária que se dirige a Gaza não é dos melhores. Segundo o Brussel Signal, um influente meio da capital belga, são cada vez maiores as divisões entre os ativistas que querem impor aquilo que é conhecido como a ‘agenda woke’, e os que defendem que a missão deve centrar-se apenas e só na causa palestiniana.
 
Essa dessintonia entre uns e outros tem-se agravado nos últimos dias, sendo que a decisão da ativista Greta Thunberg em abandonar a liderança da organização, abandonando o estatuto dirigente e até o barco onde viaja Mariana Mortágua e as outras lideranças, foi interpretado como um sinal claro das divergências que se fazem sentir no seio da flotilha.
 
Le Courrier de l'Atlas, uma revista mensal francesa online que cobre assuntos do Magrebe, noticiou também há dias que o coordenador local da flotilha, Khaled Boujemâa, renunciou em protesto contra a presença de ativistas LGBTQIA+ (*) na flotilha: “"Fomos enganados sobre a identidade de alguns participantes da vanguarda da flotilha (...), acuso os organizadores de nos esconderem esse aspeto", reclamou em duas transmissões de vídeo nas redes sociais.
 
Outras figuras, incluindo a ativista Mariem Meftah e o apresentador de televisão tunisino Samir Elwafi, condenaram aquilo que consideraram uma tentativa de impor uma agenda cultural progressista sem relação com a causa palestina, descrevendo-a como uma "linha vermelha cruzada" e um ataque aos "valores sociais".
 
Na terça-feira passada, através da sua página no Facebook, Elwafi chegou mesmo a escrever: "A Palestina é, antes de tudo, a causa dos muçulmanos e não pode ser separada de sua dimensão espiritual e religiosa — com Jerusalém no centro de seus símbolos e destino”. E a seguir, questiona: “Então, por que envolver ativistas duvidosos servindo a outras agendas que não nos dizem respeito e não têm nada a ver com Gaza, como a homossexualidade!?"
 
 
(*) De acordo com relatórios de organizações internacionais como a ILGA (Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexuais), a homossexualidade é criminalizada em mais de 60 países em todo o mundo. 
 
Países onde a homossexualidade é criminalizada, agrupados por região. As leis variam muito, e em alguns locais, a aplicação é menos frequente do que noutros.

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