A indústria está sempre à procura da próxima tendência — como dizem os
americanos "the next big thing". Os EREV podem ser isso mesmo mas há
problemas no horizonte.Estamos a fechar o verão, época em que as marcas de roupa lançam as tendências outono-inverno e nos pedem para deixar no armário as roupas do ano anterior — desculpem, não vai acontecer. Mas a tendência de que vou falar não se vê nas passerelles, mas sim no recato dos corredores da indústria automóvel: conheça os EREV, os carros elétricos com extensor de autonomia.
Na prática, estamos a falar de carros elétricos que têm um pequeno motor de combustão que geram energia para as baterias. O conceito não é novo.
O Opel Ampera tentou, sem sucesso, conquistar o mercado europeu com esta solução. O BMW i3 também teve uma versão com extensor, mas rapidamente foi abandonada. Em teoria, fazia sentido: um motor de combustão pequeno e discreto que só servia para gerar energia quando a bateria ficava sem carga.
Porém, como por vezes sucede na alta costura, a fatiota assentou mal nas necessidades reais dos consumidores. Trouxe mais complexidade, custos adicionais e dúvidas existenciais ao enquadramento da tecnologia. Afinal, era um elétrico puro ou apenas mais um híbrido disfarçado?
A verdade é que os clientes nunca se apaixonaram pelo conceito e as marcas também não insistiram mais nesta ideia. Mas tal como as modas são cíclicas, parece que os EREV também…
O impulso da indústria chinesa
Enquanto isso, na China, o cenário é bem diferente. Neste mercado, os EREV são uma escolha cada vez mais popular e já representam cerca de 5% do mercado, com previsões de duplicar até ao final da década. É por isso que o tema voltou a ganhar força na Europa. E não deixa de ser estranho ser a indústria chinesa a ditar as tendências… sinais dos tempos.
Europa com luz de motor acesa. O diagnóstico de uma crise anunciada
Marcas como a Li Auto construíram grande parte do seu sucesso em torno desta fórmula: autonomia total a rondar os 1000 km, sem depender da rede pública de carregadores, mas sempre com uma experiência de condução elétrica.

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