segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

O que se sabe sobre os reféns do Hamas com ligações a Portugal

 


Tsahi foi filmado pelo Hamas enquanto era levado como refém, Or escondeu-se num abrigo, mas acabou apanhado e Ofer foi levado juntamente com os seus dois filhos, que acabaram por ser libertados. Todos encontram-se em cativeiro há 15 meses.

Trinta e três reféns, incluindo um de nacionalidade portuguesa e dois com ligações a Portugal, serão libertados pelo Hamas. Inicia-se hoje a primeira fase do acordo de cessar-fogo com Israel, sendo libertados três reféns. Ainda não se sabe quando serão libertados os três reféns com ligações a Portugal. Or Levy, Ofer Calderon e Tsahi Idan têm entre 30 e 50 anos e ligações ao território português. Todos foram raptados durante o ataque do Hamas ao sul de Israel a 7 de outubro de 2023 e estavam com as suas famílias.

Tsahi Isan, de 50 anos, foi levado da sua casa, em Kibutz Nahal Oz, pelo Hamas, a 7 de outubro, depois da sua filha mais velha, Maayan, de 18 anos, ter sido morta a tiro.

A família de cinco pessoas, que ouviu os terroristas a entrar na sua casa, correu para um dos quartos e manteve a porta trancada, enquanto nas ruas soavam as sirenes e continuava a cair uma "ronda interminável de mísseis", disse ao Canal 13 Gali Idan, a mulher de Tsahi.

Nesse mesmo dia, elementos do Hamas gritaram em inglês: "Abram a porta". Depois disso, dispararam contra a porta e Gali percebeu que Maayan havia sido baleada, acabando por cair nos braços de Tsahi.

Quando Tsahi se apercebeu que Maayan morreu, deixou a porta abrir-se sozinha e ficou incrédulo, descreveu Gali mais tarde numa entrevista no Canal 13. Os seus dois filhos mais novos só conseguiam chorar e gritar, mas Gali conseguiu controlar-se. "Estava em modo automático. Tinha que proteger os meus outros dois filhos e Tsahi estava arrasado."

O que Gali não sabia era que os terroristas estavam a filmar todo o ataque à sua família. No vídeo, era possível ver as duas crianças mais novas a perguntarem se os membros do Hamas os estavam a matar, refere o Times os Israel. Já Gali disse: "Tsahi não digas uma única palavra".

O grupo de terroristas acabou por pedir à família para abandonar o quarto. Levaram Tsahi, mas a filha mais nova, Yeal, pediu para que não o levassem nem o matassem. "Eles viraram-se e disseram: ‘Ele vai voltar, ele vai voltar’", relembrou Gali. "Eles prometeram a Yeal que ele voltaria."

Era outubro de 2023, e Almog Levy, de 2 anos, perguntava pelo pai e a mãe. Ninguém sabia o que dizer.

Or e Eynav Levy faziam tudo juntos. Tinham sempre uma tenda no carro para as viagens de última hora, e em outubro desse mesmo ano tinham até feito uma viagem de família à Tailândia. Depois, seguiram de carro até ao festival Supernova, em Israel. Chegaram apenas minutos antes de o Hamas ter lançado um dos massacres mais mortíferos da história do país.

Ns últimos minutos do casal juntos, Eynav mandou uma mensagem para a mãe, que tomava conta de Almog, onde dizia que estava a chegar ao local do festival. Logo a seguir, Or mandou uma mensagem para a sua mãe a dizer que eles iam voltar para casa. "Cuidado, liga-me quando puderes", respondeu a mãe de Or.

Eram 6h51 da manhã quando as sirenes começaram a soar e os foguetes do Hamas a sobrevoar o deserto israelita. Or voltou a ligar às 7h39 para dizer que estava escondido num abrigo antiaéreo. "Mãe, nem queiras saber." Depois, o serviço telefónico foi cortado.


(Continua)

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