Um bombeiro voluntário de Ferreira do Alentejo foi ontem agredido à paulada, quando estava a encher o camião cisterna para levar á população de Odivelas. As agressões, nas costas e na cabeça, foram graves e o bombeiro teve que ser internado no Hospital de Beja. O "Correio da Manhã", numa atitude cobarde escreve que o "(...) o operacional foi abordado por residentes de um acampamento localizado perto do poço, que pertence à autarquia, os quais disseram que também queriam retirar água, tendo o bombeiro informado que tal só seria possível com a autorização da autarquia. Os residentes ('do acampamento') partiram para a agressão e recorreram a uma barra de madeira para atingir de forma violenta o bombeiro (...)"
E aqui temos, numa pequena notícia, na página 14 do "Correio da Manhã", um exemplo daquilo que dá força ao Chega. É mais do que óbvio que os "(...) residentes de um acampamento perto do poço "(...) não eram cidadãos comuns, a gozar umas férias, em tendas de campismo. Para além disso, o facto de esses tais residentes, perante a explicação do bombeiro quanto à necessidade de pedir autorização à autarquia para usar o poço "(...) partirem para a agressão e recorrerem a uma barra de madeira para atingir de forma violenta o bombeiro (...)" explica claramente que se tratava de um grupo de ciganos.
Qual a razão desta cobardia, deste medo em chamar os bois pelo nome, quando se trata de crimes cometidos por ciganos? Quem, de entre os editores do "Correio da Manhã" deu ordens para este mascarar da realidade? O Director? O Conselho de Administração?
Só para concluir, os ciganos são cerca de 52 mil em Portugal (0,5 % da população total portuguesa) de acordo com dados do Conselho da Europa. Portugal tem perto de 10 milhões de habitantes, segundo o Instituto Nacional de Estatística. O número total de reclusos em Portugal é de cerca de 12 mil, de acordo com o Relatório de Segurança Interna. Segundo um estudo de Sílvia Gomes e Manuel Carlos Silva, da Universidade do Minho ("Condições e trajetórias de vida de reclusos e reclusas de etnia cigana em Portugal") - a população prisional cigana ronda os 5 % - cerca de dez vezes mais do que a sua percentagem na população portuguesa não-cigana. Ou seja, os ciganos detidos são dez vezes mais do que a sua percentagem na população portuguesa, que é de 0,5 %.
Depois admirem-se de um milhão de portugueses votar no Chega...
Alguns dados que ajudam a situar melhor o problema da não-integração dos ciganos na sociedade portuguesa:
De acordo com os dados disponíveis, aproximadamente 48% das famílias ciganas em Portugal residem em habitação social.
Em termos numéricos, isso representa cerca de 3.516 alojamentos de
habitação social ocupados por famílias ciganas, o que corresponde a 3%
do total de habitações sociais no país.
Em algumas cidades, a proporção de ciganos em habitação
social é mais elevada. Por exemplo, em Moura, 53% da habitação social disponível é habitada por famílias ciganas.
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