sábado, 25 de outubro de 2025
segunda-feira, 20 de outubro de 2025
O Islão, um projecto político de conquista do poder
Quando se começam a instalar num país, os muçulmanos adoptam uma postura submissa e fazem de conta que estão integrados na sociedade, nomeadamente no que toca às leis desse país. Numa segunda fase, tomam conta do terreno - isto é, fazem questão de ter uma visibilidade e uma agressividade que não correspondem à sua percentagem populacional. Exemplo disso são as rezas colectivas no Martim Moniz, na Alameda Afonso Henriques ou diante da catedral de Westminster, em Inglaterra. No Reino Unido há cerca de 3 mesquitas para cada 100 mil habitantes na população total (67 milhões). Se o cálculo for baseado apenas na população muçulmana (cerca de 4 milhões em 2021), o número será muito maior, refletindo a concentração das estruturas religiosas dentro da própria comunidade muçulmana - cerca de 47 mesquitas por 100.000 muçulmanos. Em França, as ruas são bloqueadas por muçulmanos, à hora das rezas. Em Inglaterra é comum ver manifestações de muçulmanos com cartazes onde se lê "Democracia não, Islão Sim" ou slogans semelhantes.
A ocupação do terreno passa pela construção de guetos islâmicos, zonas onde os muçulmanos se concentram, geralmente em redor de uma mesquita, criando "no-go zones" sobretudo para as mulheres ocidentais, pelas suas atitudes de intimidação e assédio, e para os não-islâmicos, em geral. A sua actividade política começa pela conquista de alguns lugares, nas eleições autárquicas, integrados em listas dos partidos políticos laicos, numa obsessão de conseguirem mais uns votos - o que já aconteceu, nestas últimas eleições. Em lugar da tradicional dispersão de votos por vários partidos políticos, os muçulmanos concentram os seus votos num único candidato. Foi assim que elegeram o presidente câmara de Londres, Sadiq Khan. Foi assim que elegeram os presidentes das câmaras de Manchester, Oxford, Rotherham, Camden, Tameside, entre outros. Nas eleições de 2024, foram eleitos 24 deputados muçulmanos. Na câmara dos Lordes, há 19 membros muçulmanos.
Esta presença política, que é reforçada e crescente, permite aos muçulmanos interferir em questões relacionadas com os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos, sempre com a mesma alegação: determinadas práticas da sociedade são contrárias à sua fé e às suas tradições religiosas. Por exemplo, a direcção dos serviços de Educação de Inglaterra determinou, há alguns anos, que os livros infantis com a história dos três porquinhos deviam ser retirados das bibliotecas escolares, a fim de não "ofenderem" os alunos muçulmanos. Um passo importante é o seguinte: a construção de um sistema educacional e judicial muçulmano. Nos guetos que constroem, os muçulmano incluem sempre escolas islâmicas, com o argumento de que as escolas laicas destroem a fé islâmica. Da mesma forma, criam tribunais islâmicos que aplicam a Sharia, ignorando a legislação do país onde se instalaram.
Até hoje, não se chegou ainda à conquista total de um país ocidental por grupos muçulmanos. Mas a não integração e a criação de "estados dentro do Estado", como disse Sir Trevor Phillips (*), constituem já uma realidade. O exercício do crescente poder e influência, por parte dos muçulmanos estabelecidos nos países ocidentais, na área política, tem como objectivo principal atingir uma "massa crítica" que lhes permita impôr uma separação total da comunidade em que estão falsamente inseridos. Esta conquista do poder é facilitada pela atitude complacente e submissa da maioria dos políticos dos países ocidentais para com as exigências dos muçulmanos. O receio de serem acusados de islamofobia leva os políticos e autoridades a ignorarem a prática de crimes quando estão em causa membros de minorias étnicas, muçulmanas, na sua maioria.
O caso de Roterham é significativo. Cerca de 1.400 jovens raparigas em situação de fragilidade e provenientes de famílias disfuncionais foram aliciadas por grupos maioritariamente de muçulmanos paquistaneses, para depois acabarem por ser violadas durante meses e até, nalguns casos, durante anos, por gangues de dezenas de homens. Os assistentes sociais e a polícia estiveram ao corrente do que se vinha a passar, durante bastante tempo. No entanto, recusaram-se a agir com o receio de serem considerados islamófobos. A atitude das sociedades ocidentais que, na sua maioria, aceita as exigências dos muçulmanos é encarada como uma posição de fraqueza, da parte desses mesmos muçulmanos. Aquilo que o Ocidente entende como sendo um comportamento correcto e amigável no acolhimento e na concessão de benefícios para a integração dos imigrantes muçulmanos é considerado por esses mesmos imigrantes como uma oportunidade para impôr as suas regras, dada a falta de coragem dos cidadãos e políticos desses países a resistirem a essas imposições.
Portugal está na fase da construção de guetos, com cerca de 80 mesquitas e locais de culto, bem como sete escolas islâmicas, algumas ainda em construção, espalhadas pelo país. Ao mesmo tempo, assiste-se, desde há alguns anos, à ocupação do terreno, com as "manifestações" das preces finais do Ramadão na praça do Martim Moniz e na Alameda Afonso Henriques. Não é por acaso que esses dois locais foram escolhidos. A toponímia de ambos remete para a conquista aos muçulmanos da cidade de Lisboa. A concentração de milhares de imigrantes, nesses locais e nessa data levanta uma questão: porque razão têm que ocupar aquele espaço? Onde fazem eles as suas preces, nos dias normais? De destacar também outro passo que já foi dado pelos muçulmanos portugueses: a criação de tribunais islâmicos, que funcionam à margem da lei, neste país, em tribunais ilegais e que já deveriam ter merecido a intervenção do Ministério Público - que nestes casos, faz como as assistentes sociais e a polícia de Roterham - ignora o assunto, para não serem acusados de islamófobos.
Há mais de quinze anos que funciona um tribunal islâmico na mesquita de Lisboa, presidido pelo Xeque Munir. Nesse tribunal são emitidas sentenças em casos que violam frontalmente a Constituição da República Portuguesa e as leis em geral, nomeadamente o Código Civil e o Código Penal. Exemplo disso é uma passagem de uma entrevista do Xeque Munir ao jornal Público, onde ele explica a sentença passada em relação a um caso que é uma violação óbvia da legislação em matéria de heranças e partilhas: "É também com a "necessidade de o homem sustentar a família" que David Munir justifica a norma da Sharia de que o homem "tem direito ao dobro da herança"' se um parente morrer, "porque ele é obrigado a ajudar, e a mulher não". Outro aspecto que separa a lei de um país ocidental é a questão do direito do marido bater na mulher. O Xeque Munir admite que no Corão se diz que "quando uma mulher é desobediente", o marido "pode repreendê-la", embora considere que teólogos misóginos, com uma interpretação mais radical, considerem "ser legítimo bater depois de admoestar". Esse direito é explícito na Sura 4, Versículo 34 (An-Nisā'): "Quanto àquelas, de quem temeis deslealdade (ou desobediência), admoestai-as (na primeira vez), abandonai os seus leitos (na segunda vez) e batei-lhes (na terceira vez); porém, se vos obedecerem, não procureis meios contra elas. Sabei que Deus é Excelso, Magnânimo."
Nenhum muçulmano será, nunca, português. O Corão e a Sharia são incompatíveis com a Constituição da República. Ser português ou não, nada tem a ver com genes, mas sim com o tempo de permanência em Portugal, disse recentemente o almirante Gouveia e Melo, ao afirmar que um imigrante que viva em Portugal dez anos "é tão português como nós" - o que é falso. Ser português tem a ver com a cultura, tradições, princípios e leis. Bater na mulher é crime, em Portugal mas é autorizado pelo Islão. Trata-se de um entre centenas de exemplos. A atitude dos muçulmanos em relação à homossexualidade é outro exemplo concreto. A condenação religiosa baseia-se principalmente na história do Profeta Ló (Lot) e do seu povo, em Sodoma, mencionada em várias Suras do Alcorão (por exemplo, Sura 7:80-81; Sura 26:165-166). Estes versículos condenam especificamente a prática de "ir aos homens com desejo, em vez de ir às mulheres". O facto é que na maioria dos países islâmicos a homossexualidade é criminalizada e em diversos casos, punida com a pena de morte. Irão, Arábia Saudita, Sudão e Iêmen — entre outras nações islâmicas — contemplam a pena de morte como punição pela homossexualidade. No total, 69 países-membros das Nações Unidas têm leis que criminalizam a homossexualidade. O Iêmen, a Nigéria, o Uganda, o Afeganistão, o Qatar, a Somália, e os Emirados Árabes Unidos também aplicam a pena de morte aos casos de homossexualidade.
O projecto político de conquista do poder que o Islão constitui, camuflado numa falsa atitude de integração e inserção nos países ocidentais, terá resultados negativos, em Portugal, a curto prazo. Segundo o próprio Xeque Munir, o número de muçulmanos no país já ultrapassa os 100 mil. Portugal não escapará a essa estratégia de domínio, cujos primeiros sinais já se vislumbram: escolas islâmicas, onde os rapazes e as raparigas se sentam separados, na sala de aulas; ocupação do terreno, com a construção de cada vez mais mesquitas, exigindo, inclusive, a construção de uma mesquita na Mouraria, o que iria descaracterizar completamente aquele espaço turístico; manifestações de força, como são as duas as preces colectivas do final do Ramadão; fornecimento, em escolas públicas em Odivelas, de comida "halal" (comida islâmica preparada de acordo com os seus rituais), e domínio da comunidade muçulmana por um grupo fundamentalista, os Tablighi Jamaat, para além de outros detalhes.
(*) Sir Trevor Phillips, ex-deputado trabalhista e ex-presidente da "Commission for Racial Equality (CRE)" e ex-chairman da "Equality and Human Rights Commission (EHRC)", filho de pais imigrantes das Caraíbas.
domingo, 19 de outubro de 2025
Três mulheres do círculo íntimo de Sócrates vão a tribunal
Lígia Correia, Célia Tavares e Fernanda Câncio serão confrontadas com escutas comprometedoras e com o circuito que o dinheiro fazia antes de lhes chegar às mãos.
O tribunal que julga a Operação Marquês vai ouvir no início da próxima semana, como testemunhas, três mulheres que estão no centro da acusação do Ministério Público (MP) ao ex-primeiro-ministro José Sócrates. O trio faz parte do ecossistema sentimental do antigo líder socialista, incluindo a jornalista Fernanda Câncio, sua namorada de muitos anos. As três terão beneficiado da sua fortuna através do pagamento de avultadas despesas ou de férias de luxo, com verba saídas das contas tituladas pelo empresário e seu amigo Carlos Santos Silva.
Na barra do tribunal, na terça-feira, comparecerão Lígia Correia e Célia Tavares, que, além da sua relação afetiva com Sócrates, criaram com ele também uma grande cumplicidade. O ex-primeiro-ministro e Lígia Correia, sua atual companheira, conheceram-se na década de 1980, quando era uma simples funcionária do PS. Estreitaram a ligação quando ela passou a secretária de outro chefe de governo socialista, António Guterres, e Sócrates, por ele apadrinhado, se tornou um político promissor. Lígia funcionou, durante anos, como a placa giratória que distribuía, conforme as necessidades de Sócrates, as suas próprias amigas. Foi ela quem lhe apresentou Célia Tavares, que será também ouvida pelo coletivo judicial no mesmo dia. Num complexo quadro de relações afetivas, no qual se incluíam outras mulheres, o governante abriu os cordões à bolsa. Quem acabou por pagar a fatura dos seus esbanjamentos sentimentais foram o primo José Paulo Pinto de Sousa e Carlos Santos Silva, os guardiões – na versão do MP – de uma fortuna feita à conta de comissões alegadamente ilícitas que envolveram o mais destacado e reputado banqueiro nacional, Ricardo Salgado, líder do Grupo Espírito Santo.
As sessões no Juízo Criminal de Lisboa durante a próxima semana prometem, portanto, alguma animação. Estas duas mulheres serão, seguramente, confrontadas com o circuito financeiro dos dinheiros que chegaram às suas mãos e também com escutas telefónicas.
Propinas e outras despesas
Célia Tavares, por exemplo, era muito difícil de satisfazer. Trabalhara como personal shopper na Loja das Meias, mas, em 2012, quando o conheceu, estava desempregada e voltara a estudar. Sem meios para financiar o curso de Direito, era a Sócrates que recorria para pagar as propinas e cobrir outras despesas. As conversas entre ambos acabaram por embater sempre nos seus problemas financeiros: «Olá querido, recebeste a minha mensagem? Tenho o seguro do carro que já venceu ontem e não tenho possibilidades para o pagar sem a tua ajuda. Desculpa. Bjs.» Célia não lhe dava um minuto de sossego, mesmo quando os interesses pareciam ser outros. Uma SMS enviada a 25 de maio de 2014, na noite das eleições para o Parlamento Europeu, ganhas pela lista do PS encabeçada por Francisco Assis, ilustra o tipo de afinidade e de dependência que com ele mantém: «Boa ganhámos… Zé estás bonito, estou a ver-te na RTP1. Mesmo com 60% de votos [já apurados] ganhámos. Olha, preciso de ajuda este mês, fiquei com pouco menos, como sabes. E tive muitos gastos. Obrigada, meu querido, e parabéns. Gostava que fosses tu ali em vez do Assis. Bjs.» Ouvida pelo MP, Célia admitiu que quem lhe pagava as dádivas do ex-dirigente socialista, numa rotina quase mensal, eram, à vez, o seu motorista, João Perna, ou o amigo Carlos Santos Silva.
Uma amiga Cada vez mais ‘caprichosa’
Mas, das mulheres do círculo íntimo de José Sócrates, será Lígia, que com ele passou a viver após ter saído de prisão preventiva, quem mais deverá ter de explicar. Conhecia-lhe a avidez de afetos, marcara e desmarcara encontros, regateou preços, colocava travões às despesas quando percebia que o estavam a enganar.
É o caso de Sandra Santos que, com um filho pequeno a seu cargo, vivia na Suíça de um subsídio de desemprego. A logística para a colocar no país sempre que o apetite de Sócrates a reclamava tornara-se numa dor de cabeça para Lígia. E Sandra, conhecedora dos caprichos constantes do ex-governante, não facilitava. Numa década, conseguiu extorquir-lhe, só em transferências bancárias de contas do universo do primo e de Santos Silva, cerca de 150 mil euros.
Lígia, que com eles participava em convívios alargados, tentou abrir os olhos do ex-dirigente socialista, indo em 2013, numa conversa telefónica, direta ao assunto. Avisou-o para ter cuidado, pois Sandra ficava cada vez mais «caprichosa» e nem sempre se mostrava disponível. Acrescentou que não estava a dizer para terminar a relação, mas que tinha de haver «um limite».
Lígia ganhara a confiança do ex-primeiro-ministro e estava num patamar acima da restante teia feminina que o rodeava. Fazia parte da célula dos amigos mais próximos que correram Portugal de lés a lés para comprarem 20 mil exemplares de um livro com a sua assinatura, com o intuito de o fazer guindar ao top das vendas. Só por ela, que recebia para o efeito as despesas de deslocação – combustível, portagens, refeições e alojamento -, foram adquiridos pelo menos 355 exemplares, a um custo de 17 euros cada.
As viagens e o apartamento em Paris
No dia seguinte à audição de Célia e Lígia, quarta-feira, marcará presença em julgamento Fernanda Câncio, que manteve uma longa relação amorosa com Sócrates. O cerco à jornalista da parte do MP terá outro ângulo. Durante o relacionamento, tornado público quando Sócrates, em 2005, assumiu o cargo de primeiro-ministro, o casal fez várias viagens de luxo suportadas pelo omnipresente Santos Silva, que com eles conviveu em retiros de férias na maioria das vezes. Em 2008, apenas duas viagens a Menorca e outra para a passagem de ano em Veneza, englobando Sócrates, a namorada, os filhos, outros familiares e o casal Santos Silva, orçaram por volta de 85 mil euros, mais de metade do vencimento anual do chefe do governo. Ainda houve umas badaladas férias em Formentera, no verão de 2014, em casa arrendada por 18 mil euros num período que não ultrapassou duas semanas.
O MP quer demonstrar que o dinheiro é de quem dele beneficia, e Fernanda Câncio será também confrontada com património que os acusadores afirmam pertencer ao ex-governante, apesar de se encontrar no nome do empresário amigo.
É o caso do luxuoso apartamento parisiense de 225 metros quadrados com vista sobre a Torre Eiffel situado num prédio oitocentista da Avenue du Président Wilson, no 16.º arrondissement, o bairro mais exclusivo e caro da capital francesa, que José Sócrates nega ser seu. Inevitavelmente, Fernanda Câncio será confrontada com escutas e mensagens trocadas com o ex-namorado que contrariam a versão dele. É o caso de uma SMS surgida a 22 de setembro de 2014. A jornalista, que convivia com um quadro de múltiplas relações femininas de Sócrates, mostrou aí o seu desconforto: «Vais ver [que] ela volta para ti. Não há assim tantos ex-pm com massa e casa em Paris e com t*** permanente disponíveis.
Jornal "Sol"
Felícia Cabrita
19 de Outubro 2025
sábado, 18 de outubro de 2025
A falsa liberdade que apaga o rosto das mulheres e o discurso cúmplice do Sheik David Munir (WHISTLEBLOWER.Pt)
O Parlamento português decidiu restringir o uso da burca em espaços públicos, e imediatamente surgiu o coro previsível: “a mulher tem o direito de vestir o que quiser”.
É um argumento bonito, mas intelectualmente desonesto.
A liberdade de escolha pressupõe ausência de coação.
E ninguém pode, em consciência, afirmar que a burca — um símbolo nascido do medo e da submissão — é resultado de livre escolha.
Na maioria dos casos, o que se apresenta como “autodeterminação feminina” é pressão social, familiar ou religiosa.
Mesmo em países europeus, muitas mulheres usam a burca porque temem o julgamento da comunidade, o isolamento ou o castigo.
O Islão, nos seus textos fundadores, não impõe a burca.
Fala em modéstia e recato, mas a cobertura total do corpo e do rosto é uma interpretação cultural e patriarcal, não uma ordem divina.
O próprio Sheik David Munir, imã da Mesquita Central de Lisboa, reconheceu isso publicamente.
Ora, se não é mandamento religioso, o que significa o seu uso?
Significa submissão simbólica e social.
É a presença visível de uma ideologia que coloca a mulher abaixo do homem e a transforma num corpo a esconder, num sujeito a calar.
O DISCURSO DO SHEIK: NORMALIZAÇÃO DO RETROCESSO
O Sheik David Munir — figura mediática e bem tratada pela imprensa nacional — afirmou que “a burca não é obrigatória, mas deve ser respeitada enquanto escolha individual”.
À primeira vista, parece um discurso moderado e conciliador.
Na prática, é profundamente político.
Ao relativizar o significado da burca, o imã promove a aceitação cultural de um símbolo de opressão, transformando-o num simples elemento de “identidade”.
E ao fazê-lo, introduz no espaço público português a ideia de que qualquer prática religiosa — mesmo que anule direitos universais — merece respeito automático.
O problema é que essa “moderação” não defende o direito das mulheres, defende a imunidade cultural de sistemas patriarcais.
O Sheik Munir é inteligente: sabe que o Islão não impõe o véu integral, mas usa o discurso da tolerância para ganhar espaço e legitimidade política.
Cada vez que uma figura religiosa é amplificada pelos media sem contraditório, o país cede um pedaço da sua laicidade.
O que ele promove, em última análise, é a aceitação gradual de uma exceção permanente: a ideia de que certas comunidades podem viver segundo regras próprias, acima das leis da República.
PORQUE ALGUMAS MULHERES AINDA A DEFENDEM
Algumas mulheres muçulmanas afirmam usar a burca “por vontade própria”.
Mas a psicologia social explica: quando uma norma de submissão é interiorizada desde a infância, a obediência passa a ser confundida com fé, e o medo com virtude.
É o mesmo mecanismo que leva vítimas de regimes autoritários a defender os seus algozes — a chamada submissão interiorizada.
Outras veem na burca um ato de identidade cultural — uma forma de se distinguir num mundo ocidental que as julga.
Mas o resultado é o mesmo: o corpo torna-se bandeira e a mulher desaparece por detrás de uma causa que não é dela, mas de quem a formou para servir.
A verdadeira liberdade não é poder tapar o rosto.
É poder mostrá-lo sem medo de ninguém.
O FEMINISMO QUE ABANDONOU AS MULHERES
O maior paradoxo é ver feministas e organizações ditas progressistas a defender o uso da burca como “expressão da autonomia feminina”.
O feminismo clássico combatia o véu como símbolo de submissão.
O feminismo contemporâneo, capturado pelo identitarismo, passou a desculpá-lo em nome da diversidade cultural.
A Amnistia Internacional é o exemplo perfeito dessa hipocrisia:
denuncia o uso obrigatório da burca no Irão, mas defende o direito de usá-la na Europa — como se o mesmo ato pudesse ser opressão lá e liberdade cá.
Se é opressão quando imposta, não deixa de o ser quando normalizada.
A diferença está apenas na forma, não na essência.
Este duplo padrão é o retrato de uma esquerda que prefere parecer tolerante a ser coerente.
Teme ser acusada de islamofobia e, por isso, aceita a desigualdade quando ela vem “do outro”.
É o triunfo do relativismo sobre o universalismo dos direitos humanos.
A CONTRADIÇÃO IMPOSSÍVEL: ISLAMISMO E MOVIMENTO LGBTQIA+
A esquerda progressista construiu uma coligação de minorias onde tudo cabe: feministas, ambientalistas, ativistas LGBTQIA+ e defensores do multiculturalismo islâmico.
Mas essa aliança é ideologicamente impossível.
O islamismo tradicional condena a homossexualidade como pecado grave — e, em dezenas de países, como crime punível com prisão ou morte.
Em nenhum Estado islâmico há igualdade de género ou liberdade sexual plena.
Mesmo em comunidades islâmicas europeias, a hostilidade ao movimento LGBTQIA+ é aberta e frequente.
O progressismo europeu, contudo, finge não ver.
Tenta proteger todas as minorias ao mesmo tempo, mesmo quando uma destrói a outra.
É o “multiculturalismo esquizofrénico”: um sistema que exige aceitação de valores mutuamente excludentes e depois culpa o Ocidente quando a convivência falha.
O CONFRONTO COM A IGUALDADE DE GÉNERO
O princípio universal da igualdade de género — base do direito europeu — é inconciliável com o islamismo tradicional.
A sharia define hierarquia entre homem e mulher: o homem herda o dobro, o testemunho feminino vale metade, a mulher precisa de autorização para viajar, casar ou trabalhar.
Isto não é exceção cultural, é lei religiosa.
Defender igualdade e ao mesmo tempo proteger a expansão dessas normas é autodestruição moral.
A esquerda tolera em nome da diversidade aquilo que, na sua própria lógica, deveria denunciar como violência estrutural.
O resultado é visível: bairros onde a separação de género reaparece, escolas onde meninas são retiradas das aulas de educação sexual, mulheres que já evitam circular sozinhas.
A Europa que dizia “nunca mais” começa a ceder terreno ao regresso do mesmo patriarcado, só que agora importado.
A ILUSÃO DO MULTICULTURALISMO
O multiculturalismo não trouxe integração; trouxe comunidades paralelas.
Em nome da “inclusão”, o Estado laico começou a recuar.
Proibiu o crucifixo, mas aceita a burca.
Critica a Igreja Católica, mas teme questionar o Islão.
As elites progressistas criaram um sistema onde as leis universais se aplicam apenas aos ocidentais.
As minorias religiosas ganham imunidade moral — não por mérito, mas por medo político.
É o novo dogma europeu: “respeitar todas as culturas, mesmo as que não respeitam ninguém”.
A LIBERDADE SEM ADJETIVOS
Mostrar o rosto não é um gesto político, é um gesto humano.
É dizer “eu existo”, “sou reconhecida”, “sou igual”.
Quando o Estado permite que a mulher se apague por trás de um pano em nome da fé, abdica da igualdade em troca da aparência de tolerância.
Portugal é um Estado laico.
E num Estado laico, nenhuma religião tem o direito de transformar o corpo humano num símbolo ideológico.
A burca não é um adereço de moda — é a negação visível da identidade feminina.
O QUE ESTÁ REALMENTE EM CAUSA
A polémica sobre a burca não é sobre vestuário — é sobre valores civilizacionais.
É sobre se o Ocidente ainda acredita nos seus próprios princípios ou se vai continuar a destruí-los para não ser acusado de intolerância.
É sobre se queremos viver numa sociedade de pessoas visíveis, livres e iguais, ou numa de guetos culturais onde cada um responde apenas às suas tradições.
Quando figuras como o Sheik David Munir falam de “respeito” e “diversidade”, não estão a defender o pluralismo.
Estão a testar os limites da submissão cultural europeia.
Sabem que o medo de ofender é hoje mais forte do que a vontade de defender.
E cada vez que os media lhes dão palco sem contraditório, Portugal cede mais um metro à fragmentação da sua própria soberania moral.
CONCLUSÃO
A burca é o espelho perfeito do que o progressismo europeu se tornou:
um sistema que confunde liberdade com rendição, diversidade com relativismo e tolerância com medo.
O discurso do Sheik David Munir não promove o diálogo — promove a aceitação do recuo civilizacional.
Apresenta-se como voz de moderação, mas o seu efeito é o da normalização do desigual.
Cada frase aparentemente pacífica é uma peça na lenta desmontagem do princípio da igualdade.
Portugal precisa de líderes que defendam a liberdade sem vergonha e a igualdade sem exceções.
Porque quem relativiza a opressão em nome da tolerância não é progressista — é cúmplice.
A mulher livre mostra o rosto.
A sociedade livre reconhece-o.
E o Estado livre não pede desculpa por o defender.
WHISTLEBLOWER.Pt
Entre o véu e a República: porque a burca não tem lugar nos espaços públicos portugueses
Na sequência da aprovação, esta sexta-feira, em sede parlamentar, do projeto de lei que proíbe o uso de vestuário destinado a ocultar o rosto em espaços públicos
— uma medida amplamente interpretada como uma proibição da burca,
impõe-se um olhar sereno, informado e desprovido de instrumentalizações políticas sobre uma questão que toca simultaneamente a liberdade religiosa, a igualdade de género, a segurança coletiva e os fundamentos da convivência democrática.
Num momento em que Portugal se junta a outros países europeus que já adotaram legislação semelhante, torna-se essencial compreender não apenas o que a lei diz, mas o que o fenómeno que pretende regular representa em diferentes contextos sociais e culturais — nomeadamente à luz de experiências vividas em sociedades onde a tensão entre tradição, modernidade e identidade religiosa se manifesta de forma aguda.
Fui docente no Ensino Secundário e Superior na Tunísia, entre 2017 e 2019.
Durante esses três anos, testemunhei uma transformação silenciosa, mas profunda: o aumento abrupto do uso da burca, mesmo em ambientes historicamente laicos.
A Tunísia, herdeira do projeto modernizador de Habib Bourguiba — que, em 1956, aboliu a poligamia e promoveu a igualdade jurídica entre homens e mulheres — sempre se orgulhou de uma tradição de emancipação feminina rara na região.
No entanto, após a Revolução do Jasmim, em 2011, e a subsequente legalização do Movimento Ennahda, partido de inspiração islamita, assistiu-se a uma reconfiguração das normas de visibilidade feminina.
Nas salas de aula, a maioria das alunas usava vestuário comum — calças, blusas, saias — ou, no máximo, o hijab, o véu que cobre os cabelos, mas deixa o rosto visível.
Esse uso era respeitado, sem controvérsia.
Mas a burca, essa sim, era uma novidade desconcertante.
Diretores de escola, Professores, muitos deles formados na tradição secular tunisina, confessavam perplexidade: “Isto nunca existiu aqui”, diziam, com um misto de inquietação e desconfiança.
Não se tratava de islamofobia, mas de um choque com uma prática que parecia alheia à identidade nacional recentemente construída.
Lembro-me, com particular intensidade, de um episódio durante a vigilância de exames nacionais, em pleno Ramadão.
O calor era insuportável — as salas não tinham ar condicionado, e os alunos suavam copiosamente.
Uma aluna entrou coberta pela burca integral.
Os alunos olhavam perplexos.
A direção interveio, não por hostilidade, mas por questões de identificação e segurança, mas também por uma preocupação ética silenciosa: aquela jovem estaria a agir por convicção própria, ou sob pressão familiar ou comunitária?
Naquele contexto, questionar a burca era delicado.
O Ennahda, embora não estivesse no poder na altura, exercia uma influência simbólica considerável e qualquer crítica podia ser interpretada como um ataque à “identidade islâmica”.
Tudo isto senti na pele.
Essa experiência ajuda a compreender por que, num país como Portugal — cuja tradição republicana assenta na laicidade, na igualdade de género e na visibilidade como condição da vida em comum — a proibição da burca em espaços públicos é não apenas legítima, mas coerente com os valores constitucionais.
A burca não é um acessório de moda.
É um símbolo carregado de significados políticos, religiosos e sociais.
Em contextos onde a liberdade feminina foi historicamente conquistada contra práticas patriarcais, a sua imposição — mesmo que disfarçada de “escolha” — representa um retrocesso.
E mesmo quando não há coerção explícita, a normalização da invisibilidade do rosto feminino reforça uma lógica que vê a mulher como fonte de tentação, como corpo que deve ser escondido para preservar a “moral pública”.
Essa visão é incompatível com a ideia de cidadania plena.
Importa sublinhar: proibir a burca não é proibir o Islão.
O hijab continua plenamente permitido — e respeitado — em Portugal, como aliás o é em França, Bélgica ou Dinamarca, países que já adotaram legislação semelhante.
A distinção é crucial: o véu que cobre os cabelos é uma expressão de fé compatível com a vida em sociedade;
a burca, que apaga o rosto, rompe com o princípio básico da reconhecibilidade mútua, essencial à convivência democrática.
Além disso, há uma dimensão de segurança incontornável.
Em transportes públicos, escolas, tribunais ou manifestações, a identificação visual é um pilar da ordem pública.
Não se trata de desconfiança generalizada, mas de garantir que todos os cidadãos — homens e mulheres — possam ser identificados quando necessário.
A Tunísia, aliás, compreendeu isso: em 2019, proibiu a burca em espaços públicos por razões de segurança, após uma série de atentados terroristas (e eu assisti a eles!).
A medida não foi apresentada como um ataque ao Islão, mas como uma defesa do Estado laico e da segurança coletiva.
Portugal não vive sob ameaça terrorista iminente, nem tem uma tradição de uso da burca.
Por isso mesmo, a sua introdução em espaços públicos não é um fenómeno cultural autóctone, mas uma importação de lógicas que, em muitos casos, se aliam a visões fundamentalistas da religião e do género.
Nesse contexto, a proibição não é um ato de exclusão, mas de afirmação dos valores republicanos.
A liberdade religiosa é um direito fundamental — mas não absoluto.
Quando entra em conflito com outros direitos fundamentais, como a igualdade entre homens e mulheres ou a segurança coletiva, exige-se equilíbrio.
E nesse equilíbrio, o rosto descoberto não é um luxo: é uma condição mínima de dignidade, de reconhecimento, de pertença a uma comunidade de iguais.
Na Tunísia, aprendi que a liberdade das mulheres não se mede apenas pelo direito de votar ou estudar ou de conduzir ou de publicar livros ou realizar filmes, mas também pelo direito de ser vista.
Em Portugal, devemos defender esse mesmo princípio — não por medo do outro, mas por fidelidade ao que somos todos.
José Paulo Santos.
Revista Visão, 17 de Outubro de 2025.
A fortuna de Dino d’Santiago: em cinco anos, Estado dá-lhe 1,6 milhões de euros para ‘empoderamento social’
No final de 2021, Dino d’Santiago — o músico português nascido no Algarve mas com orgulhosas raízes cabo-verdianas — dizia ao Observador: “Hoje já me sinto merecedor de tudo.” E tem sido isso mesmo que sucedeu a Claudino Jesus Borges Pereira, hoje com 42 anos.
Ao sucesso musical, Dino d’Santiago somou o reconhecimento político, tendo sido, em 2023, condecorado com a Medalha de Mérito Cultural, é agora membro da Comissão para a Igualdade e Luta Contra a Discriminação Racial e até do Conselho Geral da Universidade de Aveiro . Tudo isto muito por ter assumido um papel de relevância pública nos projectos sociais em que se envolveu, sobretudo nas áreas da raça e da discriminação. Publicou recentemente o livro Cicatrizes, com prefácio da escritora (e conselheira de Estado) Lídia Jorge, e recebeu ainda um convite para conceber uma ópera “estrelada” no Centro Cultural de Belém, numa encomenda da Bienal de Artes Contemporâneas. Por isso, é amiúde visto em companhia de figuras públicas e de poder.
Mas há outro lado da história: Dino d’Santiago tem sido copiosamente apoiado, como poucos, pelos poderes públicos. E o apoio não é apenas de solidariedade e ‘pancadinhas nas costas’. É com ‘txeu dinheru’ – como se dirá na ilha de Santiago para ‘”muito dinheiro”. Com efeito, ao longo dos últimos cinco anos, Dino d’Santiago tem conseguido implementar, graças à sua popularidades nos corredores da política, um modelo de financiamento que, sendo formalmente escorreito, choca pelas verbas envolvidas. ↓
Na passada terça-feira, o PÁGINA UM revelou que, através da associação Mundu Nôbu — que fundou em finais de 2023 e que preside, sem se conhecerem outros membros da direcção além de Liliana Valpaços —, Dino d’Santiago conseguiu garantir, nos últimos 13 meses, 481 mil euros de duas empresas municipais (Gebalis e EGEAC) para a prestação de serviços sociais e para dois espectáculos musicais contratualizados por valores inflacionados. Mas essa era apenas uma parte da história.
Uma investigação mais aprofundada nos últimos dias apurou que, de forma directa e indirecta, desde 2021, Dino d’Santiago já garantiu muito mais em subsídios e contratos públicos: quase 1,6 milhões de euros, grande parte através de uma empresa da qual é o único sócio.
Ligações privilegiadas ao poder não têm trazido apenas capacidade de intervenção, mas também muito dinheiro. Foto: DR.
Antes de fundar a associação Mundu Nôbu — nome retirado do álbum homónimo de 2018 —, o músico criou, em 2019, a empresa unipessoal Batuku Roots, com sede em Albufeira, que incluía, além das actividades musicais, o arrendamento de imóveis e a comercialização de vestuário e brindes. Contudo, foi em Lisboa, e sobretudo a partir de 2021, que a empresa começou a facturar em grande escala.
Nesse ano, ainda com fortes limitações impostas pela pandemia — período em que muitos artistas foram severamente penalizados —, a Câmara Municipal de Lisboa entregou-lhe 250 mil euros de subsídio para lançar um projecto online denominado “Lisboa Criola”. No mesmo ano, o Turismo de Portugal, no âmbito das medidas de mitigação dos efeitos económicos da pandemia, concedeu-lhe mais de 20 mil euros.
Em 2022, já sem restrições sanitárias, o projecto de Dino d’Santiago manteve-se activo, centrando-se num festival de música com workshops e conferências durante três dias. Resultado: mais 250 mil euros atribuídos à Batuku Roots, valor que, segundo as demonstrações financeiras consultadas pelo PÁGINA UM, representou praticamente a totalidade das suas receitas desse ano. E, como não há duas sem três, em 2023 a empresa de Dino d’Santiago voltou a receber 250 mil euros da autarquia liderada por Carlos Moedas. Nesse exercício, a Batuku Roots registou receitas de 346 mil euros, não se sabendo se os cerca de 100 mil euros adicionais provêm de actividade empresarial ou de outros subsídios públicos.
Em três edições da ‘Lisboa Criola’, uma das quais online, a empresa unipessoal de Dino d’Santiago, a Batuku Roots, recebeu 750 mil euros da autarquia liderada por Carlos Moedas.
Na lista de entidades subvencionadas em 2024 pela autarquia de Lisboa, a Batuku Roots já não surge, mas a razão parece simples: com a criação da associação Mundu Nôbu no final de 2023, Dino d’Santiago deslocou as suas atenções e passou a beneficiar de um estatuto ainda mais privilegiado nos corredores do poder — deixando de necessitar de apresentar candidaturas e passando a celebrar contratos directos com a Câmara de Lisboa, através da Gebalis e da EGEAC. Entre 2024 e 2025, essas contratações já totalizam 481 mil euros.
A associação Mundu Nôbu recebeu ainda, em Setembro de 2023, um apoio adicional de 314.863 euros no âmbito do Portugal Inovação Social, destinado a um projecto de “empoderamento e capacitação de jovens afrodescendentes” com duração de três anos. O projecto é um dos que a autarquia de Lisboa apoiou este ano.
Contas feitas, e não tendo sido possível confirmar se houve outros financiamentos por outras entidades públicas de menor dimensão, Dino d’Santiago obteve, através da empresa e da associação, cerca de 1,6 milhões de euros em apoios e contratos públicos desde 2021, sendo que no caso da Mundu Nôbu a verba de subsídios atinge quase 800 mil euros. E a autarquia de Lisboa é, de longe, o principal financiador:Ç mais de 1,2 milhões de euros, entre a Batuku Roots e a Mundu Nôbu. No caso da associação, são também divulgadas mais de uma dezena de entidades privadas como parceiras, designadamente o Banco BPI, a Fundação La Caixa, o BNP Paribas, a Fundação Calouste Gulbenkian, a FNAC, a Emerald Group, a PwC, a Microsoft, a IKEA, a Worten, a Randstad, a Euro M e o ISPA. Mas nada se indica sobre os montantes envolvidos ou se se trata de prestação de serviços ‘pro bono’.
Concerto do ano passado, que incluiu uma conferência, que deu à Mundu Nôbu 130 mil euros pagos pela EGEAC. Como artista, Dino d’Santiago recebe, por norma, menos de 20 mil euros.
Contactados novamente a associação Mundu Nôbu e Dino d’Santiago, houve desta vez resposta — embora evasiva. O PÁGINA UM quis saber o valor total dos financiamentos públicos obtidos desde 2021, quer através da associação, quer da empresa, bem como as respectivas proveniências. Foi ainda questionado se, dado que a Batuku Roots deixou de receber financiamento da autarquia em 2024, Dino d’Santiago passou a prestar serviços remunerados à associação Mundu Nôbu. Reiterou-se também o pedido de relatório e contas de 2024 — que já deveriam estar aprovados até Março —, bem como a lista de membros dos órgãos sociais e o número de associados, informações que continuam a não ser divulgadas.
(Continua)
PÁGINA UM
Pedro Almeida Vieira|
17/10/2025
Failed integration and the fall of multiculturalismo
For decades, the debate in Denmark around problems with mass immigration was stuck in a self-loathing blame game of " failed integra...
-
As ideias do putativo nomeado eram conhecidas. Estão, aliás, na blogosfera. Exemplos? Para Vitório, Aristides Sousa Mendes, o cônsul que “al...
-
PAULO REIS Conheci o T. numa noite de copos, no Bairro Alto. Era polícia à paisana, dedicado essencialmente ao combate ao tráfico de drog...
-
Conheci o T. numa noite de copos, no Bairro Alto. Era polícia à paisana, dedicado essencialmente ao combate ao tráfico de droga. Na mesa e...








