A criminalidade grupal, definida como o cometimento de crime por três ou mais suspeitos, também assinala um aumento de 14,6% nas ocorrências registadas. Este fenómeno tem apresentado maior incidência nas áreas metropolitanas, em especial nas Zonas Urbanas Sensíveis (ZUS), caracterizando-se maioritariamente pela formação espontânea de grupos de jovens com uma idade média de 23 anos, motivados por factores de lealdade e identificação de grupo com o bairro, com o género musical ou meio escolar frequentado, e centrados essencialmente na prática de roubo, furto, ofensa à integridade física e ameaça.
Relatório Anual de Segurança Interna 2023
PS: É pena que não haja mais dados sobre quem habita esses bairros. Em 2021, o governo decidiu não incluir uma pergunta sobre a origem étnico-racial da população. Curiosamente, as duas democracias mais antigas do mundo - os EUA e o Reino Unido - há mais de 50 anos que têm essa política. A criminalidade grupal na comunidade negra, no Reino Unido, foi detectada através dessas estatísticas e levou o Governo a criar uma "task-force" especial, a "Operação Tridente", para lidar com esse tipo de crime.
O Instituto Nacional de Estatística chumbou a pergunta sobre origem étnico-racial no censos de 2021. A decisão de chumbo foi anunciada pelo presidente do Instituto Nacional de Estatística (INE). Resultou de um processo de consulta de meses no qual se inclui a recomendação de a introduzir feita por um Grupo de Trabalho criado pelo Governo.
O chumbo deve-se ao facto da questão ser complexa, referiu Maria João Zilhão, vogal do conselho directivo do Instituto Nacional de Estatística, adiantando que se fará um inquérito em que serão abordadas questões para “melhor conhecer a discriminação e desigualdade na sociedade portuguesa”. Mas não se comprometeu com datas. Possivelmente, no segundo semestre de 2021, disse. Até hoje, nada...
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