Para quem não conhece a Rua do Bemformoso, isto é o pão nosso de cada dia: confrontos entre grupos, com base étnica (paquistaneses contra nepaleses, bangladeshis contra indianos, etc, etc). De foram ficam os Sikhs, uma etnia/religião, que se distingue por serem pacíficos. A religião que professam não tem nenhum apelo ao ódio nem à violência. São distinguíveis por nunca cortarem o cabelo e usarem sempre turbante.
Basta ficar ali, no passeio, e todos os dias há pancadaria por causa de negócios de mão-de-obra clandestina, aluguer de quartos, atestados de residência falsos (já foi encontrada uma morada com 1.600 atestados de residência) contratos de trabalho, idem. Muito raramente apelam à polícia. Só o fazem quando o grupo rival é muito poderoso e sentem a sua vida em risco - que foi o que aconteceu ontem.
O grupo mais poderoso, actualmente é o paquistanês. São cerca de 70 mil, em todo o país, dos quais 20 mil vivem em Lisboa. O seu líder, Rana Taslin Uddin, é conhecido pelas suas ameaças a não-muçulmanos, tendo afirmado, num discurso público recente, que "se Deus ficar feliz, ele trará uma solução para a sociedade e conduzirá esta sociedade para o caminho certo. Se não ficar feliz, então destruirá esta sociedade. Por isso tentamos agradar a Deus e ao mesmo tempo construir uma amizade com as pessoas desta sociedade.”
Em abono da verdade diga-se que os imigrantes indostânicos não fazem tráfico de droga. Isso está reservado aos guineenses, que assentam "banca" no topo da rua do Bemformoso (poucos...) e, na maior parte, nas arcadas por detrás do "shopping" do Martim Moniz. A droga mais consumida, naquela zona, é o "crack", conhecido por "pipoca" (preço fixo, 5 euros por cada "pedra"), na gíria dos consumidores. É o "parente pobre" da heroína, dá uma "pedrada" forte mas de curta duração.
Sem comentários:
Enviar um comentário