As autoridades alemãs interditaram a semana passada uma associação salafista, a Comunidade Muçulmana de Língua Alemã (DMG) na cidade de Braunschweig e ordenaram o encerramento da mesquita que lhe está associada, classificando as atividades do grupo como sendo dirigidas contra a ordem constitucional.", refere a revista "Der Spiegel", citada pela agência Lusa.
A mesquita é conhecida há anos pelos seus sermões salafistas radicais, embora no portal da associação se afirme que não pertence a nenhum grupo extremista nem a nenhuma outra seita e que respeita a legislação alemã, acrescenta a revista "Der Spiegel".
O Gabinete para a Proteção da Constituição - a agência de espionagem alemã interna - destaca, no seu relatório de 2022, que a associação "desempenha um papel central na rede suprarregional de atividades salafistas, convidando pregadores relevantes e tornando as suas apresentações acessíveis a um grande número de espetadores através dos seus vários canais online".
A revista dá o exemplo de dois imãs salafistas, que viajavam regularmente da capital alemã para Braunschweig, na Baixa Saxónia, para aí pregarem, acrescenta o "Der Spiegel". Além dos cerca de 250 a 300
fiéis que frequentam a mesquita, entre 60.000 e 70.000 seguidores
seguiam as suas prédicas de sexta-feira no YouTube.
A ministra do
Interior alemã, Nancy Faeser, congratulou-se com a acção contra os
islamistas e com as medidas duras tomadas pelas autoridades da Baixa
Saxónia, salienta o "Der Spiegel".
"Isto mostra, mais uma vez, que os
governos federal e estadual estão a agir de forma decisiva contra os
inimigos da nossa sociedade aberta", afirmou Faeser.
"Não
toleramos grupos que radicalizam os jovens e recrutam novos islamistas.
Não toleramos os pregadores salafistas que espalham o ódio contra os
judeus, as mulheres e o nosso modo de vida liberal", acrescentaram as autoridades alemãs, lembrando que esta mesma organização, agora desmantelada, costumava apelar ao extermínio dos Judeus.
Faeser alertou para o facto de os
salafistas continuarem a ser a base ideológica do 'jihadismo',
sublinhando a importância de uma ação coerente, acrescentando que os
serviços secretos nacionais "prestam especial atenção a esta ameaça",
salienta o "Der Spiegel".
Religião / Paulo Reis
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