Apontada como um exemplo de integração de imigrantes e um dos países mais seguros do mundo, a Suécia transformou-se, nos últimos anos, num país que encabeça as estatísticas de crime. Em matéria de homicídios com armas de fogo, apenas é superada pela Croácia. A violação aumentou exponencialmente. Uma realidade que muito insistem ser apenas uma percepção de insegurança, não conformada pelas estísticas. Sondagens e trabalhos de investigação de jornalistas suecos trouxeram à luz do dia uma perspectiva diferente. Em matéria de crrimes sexuais, por exemplo, imigrantes de países do Médio Oriente surgem nas estatísticas com percentagens muito superiores daquelas que eram esperadas, atndendo ao facto de esses imigrantes serem uma minoria, em termos percentuais, em relação ao total da população sueca.
Em 1994, dos 314 homens detidos por violação, na Suécia, 79% nasceram na Europa, 21% nasceram fora da Europa e 50% eram estrangeiros, de acordo com a "Wikipedia". Em 2018, um programa de jornalismo investigativo da televisão sueca Uppdrag Granskning analisou o total de 843 processos judiciais dos cinco anos anteriores e descobriu que 58% de todos os condenados por violação e tentativa de estupro tinham origem estrangeira: 40% eram imigrantes nascidos no Médio Oriente e em África, com 45 jovens originais do Afeganistão a destacar-se como sendo o segundo país de nascimento mais comum dos autores de crimes sexuais, depois dos suecos.
Ao analisar apenas os casos de agressão por violação (sueco: överfallsvåldtäkt), ou seja, casos em que o perpetrador e a vítima não se conheciam anteriormente, 97 de 129 (75%) nasceram fora da Europa, com 40 por cento destes tendo estado na Suécia durante um ano ou menos.
Valores diferentes
Um programa de investigação transmitido pelo canal de televisão SVT, adiantou que o número total de infractores, ao longo dos últimos cinco anos, foi de 843. Destes, 197 eram do Médio Oriente e do Norte de África, sendo 45 provenientes do Afeganistão e 134 da África Austral. “Deixamos muito claro no programa que uma pequena percentagem de pessoas vindas do estrangeiro são condenadas por violação”, disse o editor-chefe Ulf Johansson à BBC News.
O ex-policial Mustafa Panshiri, nascido no Afeganistão, salientou que os imigrantes afegãos trazem consigo atitudes em relação às mulheres e à sexualidade que colidem com os valores suecos relativos à igualdade. Os jornalistas de investigação da televisão sueca descobriram que, nos casos em que as vítimas não conheciam os agressores, a proporção de agressores sexuais nascidos no estrangeiro era superior a 80%. Em 2021, um estudo concluiu que dos 3.039 infractores com idades entre 15 e 60 anos condenados por violação, com mais de 18 anos de idade, no período de 2000 a 2015, 59,2% tinham origem imigrante e 47,7% nasceram fora da Suécia.
Portugueses contra imigração
Em Portugal, a maioria dos pequenos partidos defende o controlo da imigração. Os pequenos partidos que concorrem às eleições europeias defendem um maior controlo da imigração para a Europa, o combate às redes de tráfico humano e mais apoios a quem chega ao espaço da União Europeia (UE). Num debate televisivo em que a RTP juntou, recentemente, os nove partidos sem assento parlamentar, Rui Fonseca e Costa, do Ergue-te, foi a voz mais dissonante sobre o tema, considerando que "Portugal não precisa da maioria dos imigrantes extra-europeus que se encontram no país, incluindo os oriundos dos PALOP".
"Estão a ocupar os nossos empregos e as nossas casa", disse o candidato, defendendo a necessidade do país "promover a matriz cristã ocidental e apostar em políticas de natalidade e a fertilidade, para que os portugueses aumentem".
Pedro
Ladeira, do Nós Cidadãos, considerou "inegável que a Europa
precisa de imigrantes", e entende que devem "ser promovidas
campanhas orientadas para uma imigração oriunda de países falem a
mesma língua e tenham uma matriz judaico cristã.
Os muçulmanos vão tomar conta da Europa".
A Nova Direita e o ADN defenderam a importância do controlo da imigração e do combate às redes de imigração ilegal. Joana Amaral Dias, cabeça de lista do ADN, classificou as máfias da imigração, grupo no qual incluiu algumas Organizações Não Governamentais, "como lobos com pele de cordeiro", enquanto Ossanda Líber, da Nova Direita afirmou que a mensagem que está a ser passada é a de que "todos podem vir, porque não há controlo". Duarte Costa, do Volt, considerou essencial "combater a narrativa anti-imigração que prejudica as empresas, e criar soluções administrativas que respondam aos anseios dos imigrantes". Pelo RIR, a cabeça de lista Márcia Henriques, considerou que a legislação existente fosse aplicada a imigração não seria um problema em Portugal". "As regras existem, são é mal aplicadas, e o problema da imigração é a AIMA (Agência para a Integração Migrações e Asilo". O cabeça de lista do PTP, José Manuel Coelho afirmou que "o que faz afluir os imigrantes à Europa são a moeda e a qualidade de vida", acrescentando: "Isso acontece porque os países africanos são roubados pelas grandes empresas da UE e ficam pobres".
O maior número de refugiados por milhão de habitantes
Com base em 33 por cento da população (2017), 58 por cento dos suspeitos do total de crimes são migrantes. Em relação a homicídios, homicídio agravado e a tentativa de homicídio, os números são de 73 por cento, enquanto a proporção de roubos é de 70 por cento. As pessoas nascidas na Síria constituíam o maior grupo da população estrangeira da Suécia em 2023. Quase 200.000 pessoas nascidas na Síria viviam na Suécia em 2023. Os iraquianos constituíam o segundo maior grupo de cidadãos nascidos no estrangeiro, seguidos pelo país vizinho da Suécia, a Finlândia .
A categoria de crime mais comum entre os crimes ligados a um suspeito em 2023 foram os crimes contra as pessoas, que constituíram 26 por cento do total. Outros crimes comuns foram a Lei dos Crimes contra os Estupefacientes (20%), Furtos e Roubos (10%) e a Lei dos Crimes contra as Infracções de Trânsito Rodoviário (9%). A categoria de crime mais comum entre os crimes processados ligados a um suspeito em 2023 foram os crimes contra as pessoas, que constituíram 26 por cento do total.
A Suécia tem a maior percentagem de imigração de refugiados por milhão de habitantes na Europa. O número de requerentes de asilo que chegam à Suécia aumentou a partir de 2014. Um total de 81.300 solicitaram asilo em 2014, o que representou um aumento de 50% em comparação com 2013. A Alemanha relatou o maior número total de imigrantes (2,1 milhões) em 2022, seguida pela Espanha (1,3 milhões), França (0,4 milhões) e Itália (0,4 milhões). Estocolmo é a maior cidade e também a capital da Suécia. Acontece que é também o maior aglomerado de imigrantes na Suécia, contendo cerca de 63 por cento do total de imigrantes no país.
Mesmo os que se auto-classificam como pertencentes à esquerda do espectro político, 1/3 apoia a suspensão da imigração. De acordo com uma sondagem Yougov em 2018, a maioria dos habitantes de sete países europeus inquiridos opôs-se a aceitar mais migrantes: Alemanha (72%), Dinamarca (65%), Finlândia (64%), Suécia (60%), Reino Unido (58% ), França (58%) e Noruega (52%).
“Campeões” da taxa de homicídios
Em 2021, descobriu-se que a Suécia tinha a segunda maior taxa de homicídios com armas de fogo (depois da Croácia) entre os 22 países europeus pesquisados. A taxa de mortalidade por crimes com armas de fogo na Suécia é agora a mais alta da União Europeia. Cerca de 62 mil pessoas estão ligadas a redes criminosas no país, diz a polícia. A maior parte da violência é resultado de guerras de gangues, com cada vez mais grupos competindo por território e pelo lucrativo comércio de narcóticos.
As pessoas nascidas na Síria constituíam o maior grupo da população estrangeira da Suécia em 2023. Quase 200.000 pessoas provenientes da Síria viviam na Suécia em 2023. Os iraquianos constituíam o segundo maior grupo de cidadãos nascidos no estrangeiro, seguidos pelo país vizinho da Suécia, a Finlândia.
A maior parte do aumento está relacionada com a violência de gangues em áreas vulneráveis na Suécia, que são áreas com taxas de criminalidade mais elevadas, baixos rendimentos e educação, e uma grande população imigrante. Um total de 85 por cento da população da Suécia (com idades compreendidas entre os 16 e os 84 anos) acredita que o número de crimes na Suécia aumentou nos últimos três anos. Este é um aumento verificado desde 2022, quando a proporção era de 80 por cento. Foi possível observar uma diminuição entre 2007 e 2014, mas com algumas variações anuais.
A guerra mortal de gangues na Suécia
Num parque de estacionamento num subúrbio da Suécia, Adam revela quanto dinheiro pode ser ganho disparando sobre alguém, numa entrevista à Sky News. “Se você disparar para a perna de alguém, receberá 50 mil coroas (3.700 libras)”, diz ele. "Antes, se você fosse matar alguém, ganhava um milhão de coroas (76 mil libras) - mas agora os preços são tão baixos que toda a gente mata." Um jovem com pouco mais de 20 anos, Adam faz parte de uma gangue desde os nove anos.
Cobre o rosto para proteger a sua identidade - deixando apenas os olhos à mostra - e dá respostas concisas às perguntas que lhe fazem. “Não estou preocupado com a minha própria segurança, porque eliminei quase toda a gente”, afirma. Admite que cometeu uma série de crimes e esteve na prisão várias vezes.
“Já vi muita merda acontecer”, diz Adam, residente na cidade de Uppsala. "Já vi pessoas a levarem tiros. Já vi pessoas morrerem, pessoas que foram feridas, mães a chorar, desesperadas. Já vi quase tudo, mas não há nada que se possa fazer a respeito disso." Adam faz parte de uma onda de violência de gangues que chocou a sociedade sueca e transformou o país com reputação de nação segura e pacífica num foco de homicídios.
Dois “coelhos” para um “trabalho”
A taxa de mortalidade por crimes com armas de fogo na Suécia é agora a mais alta da União Europeia. Cerca de 62 mil pessoas estão ligadas a redes criminosas no país, diz a polícia. A maior parte da violência resulta da guerra de gangues, com cada vez mais grupos a competirem por território e pelo lucrativo comércio de narcóticos. Para gangsters como Adam, isto representa uma oportunidade de negócio. Estima que ganhou dois “coelhos” (gíria para um milhão de coroas suecas) por aceitar determinados trabalhos. Isso equivale a cerca de 150.000 libras – mas essas recompensas financeiras trazem riscos.
Uma semana antes, diz, um gangue rival veio atrás dele, mas os supostos assassinos não foram muito longe. “Os outros rapazes estavam lá e apanharam-nos”, diz Adam. "Eu sei quem está por trás disso, mas eles acabaram. Eles não estão mais aqui.” Adam resignou-se a uma vida de crime, refere a reportagem da Sky News. Os laços que forjou com os seus companheiros de gangue são demasiado fortes. “Eu, pessoalmente, nunca irei embora”, diz. “Não me vejo a fazer parte de um gangue, vejo como se estivesse numa família.”
Uma resposta mais dura.
“Pela quantia certa de dinheiro eles estão dispostos a arriscar uma sentença de prisão perpétua”, diz Adam. O governo de centro-direita da Suécia anunciou recentemente a primeira estratégia nacional do país para combater o crime organizado – uma série de propostas destinadas a esmagar os gangues. Já está a ser discutida uma legislação que permitirá a prisão de adolescentes a partir dos 15 anos.
Em 2022, quase metade dos suspeitos de homicídios relacionados com armas de fogo tinham entre 15 e 20 anos. “As pessoas aqui não se importam com a punição. Pela quantia certa de dinheiro, estão dispostas a arriscar uma sentença de prisão perpétua”, diz. Adam dá de ombros antes de ir embora. A avaliação sombria do jovem é apoiada pelas estatísticas. Em 2021, 363 tiroteios registados causaram 53 mortes em toda a Suécia, segundo a polícia. Em 2022, a taxa de homicídios com armas de fogo em Estocolmo era cerca de 25 vezes maior do que em Londres. Os gangues suecos querem matar – e não lhes faltam armas.
Emigração e Crime / Paulo Reis
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