segunda-feira, 17 de junho de 2024

Escola Portuguesa de Macau: Professores dispensados não desistem

 

Os cinco professores dispensados pela direcção da Escola Portuguesa de Macau, de acordo com uma política de “reestruturação dos meios humanos e financeiros” definida pelo novo director, Acácio de Brito, decidiram recorrer às “instituições próprias”, tanto em Macau como em Portugal, a fim de tentar encontrar uma solução para o seu caso, apurou a Gazeta Digital.

De recordar que o novo director decidiu dispensar os serviços de cinco docentes, a maioria dos quais a leccionar em Macau há várias dezenas de anos, apenas com a justificação da necessidade de uma “reestruturação”, num corpo docente de 65 professores, para uma população escolar que, no passado ano lectivo ultrapassou os 700 alunos. Outros professores, embora não abrangidos por esta “reestruturação” optaram por regressar às suas escolas ou reformar-se.

Um dos docentes alvo das “medidas de reestruturação” afirmou à Gazeta Digital que os docentes dispensados “não estão parados” e tentam encontrar uma solução legal que evite a sua dispensa. A direcção da EPM garante que as contratações de 10 novos profissionais estão fechadas, e que não houve qualquer tipo de problema burocrático, segundo declarou ao jornal diário Hoje Macau.

Mas, de acordo com o ministro da Educação, Ciência e Inovação de Portugal, Fernando Alexandre, em declarações ao jornal PLATAFORMA, “dada a falta de professores em Portugal, o MECI já deu indicações que não vão ser disponibilizados professores para substituir os docentes que a direcção da Escola Portuguesa de Macau vier a dispensar”.

O jornal PLATAFORMA contactou o director da Escola que disse não saber se a indicação afecta a contratação dos dez novos docentes. “Não tenho conhecimento e não quero comentar”, disse ao jornal Acácio de Brito, no passado dia 14 de Junho.

De salientar que a 29 de maio, a direcção da EPM comunicou que 12 docentes estavam de saída e que já tinha contratado dez professores – alguns vindos do exterior e com licença especial.
“As nove pessoas [em licença especial] vão ser substituídas por 10 professores com qualificações e entre esses professores alguns têm experiência internacional e, naturalmente, são professores seniores”, garantiu o director da EPM.

Em declarações anteriores ao jornal Hoje Macau, Acácio de Brito "lamentou a decisão de dispensar docentes contra a sua vontade, mas justifica a opção com o desempenho das funções. “Eu penso que sim [que houve pessoas desagradas com a decisão], é a minha convicção. Não tenho a menor dúvida que há pessoas que vão sair contra a sua vontade”, reconheceu. “Quero dizer sobres estes processos de dispensa que preferia não ter de os fazer, pessoalmente, mas faço-os e profissionalmente já o fiz em várias situações. Mas não me dá agradabilidade nenhuma”, referiu ao Hoje Macau. 

Sobre as alterações no corpo de docentes, o director recusou haver uma reestruturação do corpo docente. “Não está em curso nenhum processo de reestruturação na Escola Portuguesa de Macau”, assegurou Acácio de Brito. Mas, admitiu que num futuro próximo poderá haver mudanças “em termos da organização de departamentos, e eliminação de alguns cargos” por considerar que “não têm acrescento para a própria instituição” destacou o Hoje Macau.

 Educação / Paulo Reis

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