No início da semana, a direção da EPM comunicou a pelo menos seis professores que não ia renovar o vínculo laboral com a instituição, alegando motivos de gestão. No departamento de Português, três professores viram esse elo terminado. São todos detentores de bilhete de residente permanente e encontram-se no território ao abrigo de uma licença especial de Portugal para Macau. Para substituir estes docentes foram já contratados dez professores. No entanto, essa contratação pode ter sido ilegal, de acordo com a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais.
A lecionar no território há 33 anos e ligada praticamente desde o início à EPM, Alexandra Domingues, também representante dos professores junto do Conselho de Administração, disse à Lusa estar "em choque": "Nada me levou a crer da parte da direção da escola que no nosso departamento houvesse necessidade de alguém sair".
Notando ter sido contactada pela docente, a presidente do conselho regional da Ásia e da Oceânia das Comunidades Portuguesas considerou "desumana a atitude" da direção de comunicar o fim do elo profissional "apenas a 27 de maio", ou seja, a poucos meses do início do novo ano letivo.
"Os conselheiros estão ao lado dos professores despedidos e tudo farão ao seu alcance para repor a justiça e continuar o seu trabalho na Escola Portuguesa de Macau em prol do desenvolvimento educativo" de Macau, escreveu, em comunicado divulgado nas redes sociais, Rita Santos.
Um dos elementos ligados à direcção da escola disse à Comunicação Social chinesa, a propósito desta dispensa de docentes, que “não vamos manter analfabetos na EPM só porque são Residentes Permanentes”.
Entretanto está a ser subscrito um abaixo-assinado, na forma de petição pública, onde se solicita "a reconsideração da não-renovação do contrato da EPM com a Professora Maria Alexandra Pozal Domingues. Consideramos que a docente, que há vários anos leciona em Macau, exemplifica uma notável qualidade profissional e pessoal, dedicando-se de corpo e alma ao ensino e aos seus alunos", refere a petição. À hora em este post foi colocado, a petição reunia 1.010 assinaturas.
Sociedade / Paulo Reis
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