domingo, 2 de junho de 2024

Cineasta guineense defende ensino da língua portuguesa como “reparação” colonial"

 

Portugal devia enviar professores como reparação da colonização, disse à agência Lusa o realizador guineense Sana Na N'hada, alertando para o facto de a língua portuguesa estar “a desaparecer na Guiné”. “Eu acho que o que Portugal podia fazer bem, se quisesse pagar, era melhorar a estrutura que há no país. Mandava professores portugueses para nos ensinar o português correto“, como defendeu o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, sobre as consequências do colonialismo, acrescentou.

Sana Na N’hada, que veio a Portugal apresentar o seu último filme, e quarto da sua filmografia, confessa que ele próprio aproveitaria a presença dos professores. “Eu não falo bem o português. Eu queria aprender o português”, salientou e, fazendo o diagnóstico do atual estado da língua portuguesa no seu país, conclui que “a língua portuguesa está a desaparecer na Guiné-Bissau“.

O envio dos professores “era bom para a Guiné-Bissau e para Portugal também. Isso era uma reparação”, reiterou.

Quanto ao estado do cinema na Guiné-Bissau, Sana Na N’hada considerou que está tudo por fazer. “Infelizmente não há definição, ninguém fez nada para ter uma política de cinema na Guiné-Bissau, para além de surgimento do Instituto Nacional de Cinema, em 1978 nunca mais houve nada”, lamentou.

A alternativa são as coproduções e Sana Na N’hada nomeia ainda os realizadores guineenses Flora Gomes e Suleimane Biai como, consigo, os únicos que procuram fazer algo pelo cinema guineense. “Somos três pessoas que não fazem outra coisa senão cinema, mas isso leva tempo”, acrescentou.

“Nome”, coprodução portuguesa que junta LuÍs Correia e a Lx Filmes (Portugal), a Spectre Productions (Franc¸a), a Geba Films (Guiné-Bissau), a Geração 80 (Angola) e a The Dark (Franc¸a), foi apresentado em antestreia em Portugal no passado dia 27 no Indie Lisboa e entra ainda este ano no circuito comercial.

 Reparações coloniais / Paulo Reis

 

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